IELA - Dissertação
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Navegando IELA - Dissertação por Assunto "Análise do discurso"
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Item Os aspectos do silêncio no jogo dos sentidos: lacunas literárias e cinematográficas em contextos de censura (1966-1980)(2020-04-17) Pereira, Thiago Augusto Carlos; Petzoldt, Bruno LópezO presente trabalho se define pela estruturação de um dispositivo analítico, amparado pelo dispositivo teórico da Análise do Discurso (franco-brasileira), desenvolvido para que se faça possível a tarefa de observar os sentidos que se concatenam pelo emprego do silêncio no interior de obras artísticas de teor narrativo (cinematográficas e literárias), produzidas em contextos históricos de censura de Estado, no Brasil e na Argentina, entre os anos de 1964 a 1985. Para tanto, o presente trabalho se ampara nas contribuições teóricas de E. Orlandi, M. Foucault, M. Pêcheux, M. Gregolin pertinentes ao dispositivo teórico da A.D. Também, leva em consideração os estudos sobre a censura, por vias das contribuições de C. Berg, S. Mattos, M. Aquino, A. Callado. Além desses, as considerações de R. Ortiz, W. Mignolo, N. Canclini, J. Barbero, acerca dos processos da modernidade e do colonialismo. Preocupando-se também com elementos da história da arte moderna, pelas contribuições de M. Stokstad, W. Cothren e S. Sontag. Desenvolvendo, assim, o conceito de silêncio que permite ao presente dispositivo analítico identificar os aspectos pelo qual o mesmo permite, quando empregado em materialidades artísticas, concatenar sentidos, discursando em segundo plano. Para tanto, se desenvolve cinco complementares categorias respectivas aos modos como o silêncio se emprega no interior das materialidades. São elas: Esquecimento, Incapacidade, Omissão, Saturação e Solidariedade, tais como observadas a partir das obras “Quatro-Olhos” (1976), de Renato Pompeu, “Fome de Amor” (1968), de Nelson Pereira dos Santos, “O Beijo da Mulher Aranha” (1976), de Manuel Puig, “PanAmérica” (1967), de José Agrippino de Paula, e “Queremos Tanto a Glenda” (1980), de Júlio Cortázar, e verificadas, a posteriori, a partir da análise de outras materialidades artísticas, a saber, “Bar Don Juan” (1967), de Antonio Callado, “As Armas” (1969), de Astolfo Araújo, “O Padre e a Moça” (1966), de Joaquim Pedro de Andrade, “Eu Estava Ali Deitado” (1969), de Luiz Vilela, “Gente Fina É Outra Coisa” (1977), de Antônio Calmon, “Mar de Rosas” (1977), de Ana CarolinaItem O imaginário do americano ideal: análise discursiva de anúncios em seleções e o cruzeiro (1945)(2023) Remes, Bruna Luísa BurattoO presente trabalho mobiliza, de forma interdisciplinar, os aparatos teórico-metodológicos da Análise de Discurso e da Comunicação para identificar construções discursivas que pudessem estar relacionadas ao antigo sentimento de não pertencimento ou não identificação do brasileiro em relação à América Latina. Sabe-se que, durante a Segunda Guerra, houve diversas estratégias dos Estados Unidos para aproximar-se cultural, econômica e politicamente do Brasil (processo de “americanização”), e que, por meio da Política da Boa Vizinhança, os meios de comunicação de massa participaram como agentes na invenção, manutenção e venda de um ideal de progresso estadunidense. Considerando tais aspectos das condições de produção do corpus de análise, composto de onze anúncios das revistas Seleções e O Cruzeiro de 1945, a pesquisa foi orientada a partir das seguintes perguntas: De que forma tais discursos de “americanização” poderiam contribuir para a formação do imaginário de identidade nacional dos brasileiros? Que modelos teriam sido atribuídos como norteadores do desenvolvimento nacional? E que efeitos de sentido poderiam ser produzidos por esses discursos em relação à América Latina? Partindo dos gestos de leitura do arquivo e mobilizando conceitos como formações imaginárias (referenciando Michel Pêcheux), compreende-se a criação de um imaginário de “americano ideal” pautado no discurso produzido sobre os Estados Unidos, o qual reunia aspectos como elegância, beleza, conforto, desenvolvimento, modernidade e prazer. Identifica-se a construção de um imaginário de latino-americano paradoxal, associado ao conceito de tropical e caracterizado com exotismo, desconforto, atraso, intempéries socioambientais, desordem e exploração. Essas características também se aplicam ao imaginário criado sobre o brasileiro, por ter as mesmas condicionantes históricas. Contudo, entende-se que a discursiva adição de desejos, aspirações e possibilidades de ascensão (especialmente por meio da aproximação com os Estados Unidos) permitiria ao brasileiro enxergar-se como diferente das demais nações latino-americanas.