Este artigo aborda o modelo de neoextrativismo e seus impactos socioeconômicos e ambientais no contexto brasileiro, especificamente o Projeto Bloco 8, operado pela Sul América de Metais (SAM) no Vale das Cancelas, Minas Gerais, e as implicações desse empreendimento para a Comunidade dos Geraizeiros. Com a expansão da influência da China na América Latina, impulsionada pela demanda de commodities e matérias-primas, projetos como o Bloco 8 têm se inserido em uma lógica de exportação primária que reforça a dependência econômica de setores extrativistas. O estudo examina as perspectivas de desenvolvimento e as promessas de geração de emprego e crescimento econômico associadas ao projeto, contrastando-as com as críticas e as resistências dos Geraizeiros, que veem seus territórios e modos de vida ameaçados. A análise evidencia os conflitos e desafios no Vale das Cancelas, destacando a resistência comunitária e a necessidade de políticas ambientais e sociais que considerem o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação cultural e ambiental.