Teses e Dissertações não defendidas na Unila
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Navegando Teses e Dissertações não defendidas na Unila por Assunto "América Latina"
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Item Entre a nação e a revolução: o marxismo de matriz comunista e o nacionalismo popular no Peru e no Brasil (1928-1964)(2014) Cruz, André Kaysel Valasco eEsta tese tem por objeto as relações entre o marxismo de matriz comunista e o nacionalismo popular no Peru, entre os anos 1920 e19 30, e no Brasil, entre as décadas de 1950 e 1960. Parto da hipótese de que foram essas duas correntes ideológicas concorrentes que plasmaram, entre os anos 1920 e a Revolução Cubana, o universo político-ideológico das esquerdas latino-americanas, em particular, e das classes subalternas do subcontinente, de modo geral. O maior sucesso dos nacionalistas populares em ganhar a adesão dos trabalhadores se deveria à incompreensão dos comunistas em relação à especificidade da questão nacional na região, isto é: o caráter inconcluso da formação das comunidades imaginadas nacionais, tanto pela exclusão da cidadania de amplas camadas populares, como pela dependência externa. Ao longo do trabalho, procurarei demonstrar como essa relação seguiu padrões opostos nos dois países: indo de uma origem comum à hostilidade, no primeiro caso, e do conflito à aliança, no segundo. Explicarei esses padrões divergentes, tanto pelas diferenças entre as respectivas formações sociais, como pelos distintos contextos internacionais, em especial no que se refere ao movimento comunista. Com essa pesquisa comparada, procurarei submeter à crítica as interpretações da chamada teoria do populismo, em especial no que diz respeito ao Brasil e ao problema das relações entre comunistas e nacionalistas no período pré-1964.Item A história da educação superior na América Latina e o desafio integracionista da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)(2011) Martins, Dênis ValérioA América Latina foi dominada durante vários séculos pelos europeus. Desde a chegada do primeiro europeu a ibero-América, este domínio se deu na cultura, na língua, na religião e na educação, dentre outros. O uso da violência física e ideológica foi característico desse período de dominação dos povos originários. A estratégia utilizada pelos conquistadores europeus, durante o período de colonização, foi a implantação de uma cópia da metrópole no continente americano. Política, arquitetura, urbanização, religião, cultura e educação foram recriadas nos territórios coloniais ibéricos. Essa recriação deixou de fora aqueles que não eram europeus. Dessa forma, o trabalho fará uma retomada histórica na América Latina apresentando como foi a relação entre europeus e povos originários durante o período colonial. A educação nos territórios coloniais americanos de Portugal e Espanha será, também, enfocada com ênfase na gênese das universidades latino-americanas. Mais de quinhentos anos se passaram desde a chegada de Colombo e, aparentemente, pouca coisa mudou em relação ao elitismo e a supervalorização externa em detrimento ao regional. Alguns movimentos que tinham como objetivo a integração latino-americana ocorreram na região, como por exemplo: a integração por Símon Bolívar e o MERCOSUL. Esses movimentos se constituíram como ações contra-hegemônicas na América Latina. Mas, atualmente, a criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) pelo governo brasileiro pode ser considerada uma ação contra-hegemônica? O trabalho procurará responder essas e outras questões inerentes ao percurso da educação superior, as diferentes concepções de integração e possíveis movimentos contra-hegemônicos na América Latina.Item O peso do passado : currículos e narrativas no ensino de história das Ditaduras de Segurança Nacional em São Paulo e Buenos Aires(2015-11-16) Balestra, Juliana Pirola da Conceição; Zamponi, ErnestaEsta tese propõe analisar o peso da história das Ditaduras de Segurança Nacional nos currículos e nas narrativas de jovens que terminaram, em 2013, a escolarização básica/obrigatória em escolas públicas da região central das cidades de São Paulo e Buenos Aires. A intenção foi entender como esse peso atua na tomada de decisões no presente entre gerações que não vivenciaram diretamente esse passado. Ao total, 116 jovens estudantes participaram da pesquisa. Em São Paulo, eles cursavam o 3º ano do Ensino Médio e, em Buenos Aires, o 5º ano da “Escuela Media”. Ambas as cidades passaram por experiências semelhantes em um mesmo período – as Ditaduras de Segurança Nacional, o terrorismo de Estado e a prática do desaparecimento –, mas se relacionam, de forma diversa, sua história, com práticas distintas para lembrar, reparar ou esquecer esse passado, o que se reflete na relação que os jovens estabelecem com ele. Para entender como esse passado chega aos jovens, suas representações e as atitudes que mobiliza foram consideradas duas dimensões de sua formação histórica: a dimensão curricular, enquanto política pública para o ensino, composta pelas diretrizes curriculares, leis educacionais e materiais didáticos; e a dimensão narrativa, relacionada à consciência histórica e aos usos da história na tomada de decisões. Para a análise da dimensão curricular, fez-se uso dos apontamentos de Ivor Goodson sobre os currículos oficiais enquanto prescrições, que envolvem místicas importantes sobre o papel do Estado, da escolarização e da sociedade no processo de aprendizagem. O modo como se representa o passado nesses currículos, por sua vez, foi interpretado a partir das contribuições dos estudos de Serge Moscovici e Denise Jodelet sobre as representações sociais, relacionadas ao processo pelo qual o conhecimento sobre o passado é gerado, transformado e projetado no mundo social. Já para a análise da dimensão narrativa, foram essenciais os princípios elaborados por Jörn Rüsen sobre a formação da consciência histórica e sua função didática de orientação, refletindo sobre os usos que se faz do passado para dar sentido ao presente e às expectativas de futuro. O conteúdo das narrativas, em sua especificidade, também foi analisado em função das representações sociais mobilizadas, que serviram tanto para os jovens se compreenderem quanto para se comunicarem. A análise dessas dimensões indica que, embora sejam poucos os que utilizam a história das ditaduras para tomar uma decisão no presente, o peso desse passado entre os jovens é maior onde ele é assumido como política pública pelos processos de formação histórica, entre eles o ensino de história, revelando uma relação intrínseca entre formação histórica e consciência histórica.