África, um continente sem fiadores: as diferenças entre o modelo ocidental e Chinês de financiar o desenvolvimento e o caso da República Democrática do Congo
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Data
2015-05Autor
Pereira, Rafael Antonio Anicio
Peres, Samuel Costa
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Nos últimos anos, os chamados países emergentes têm ocupado um
espaço cada vez maior no cenário econômico e político internacional.
A África também tem despertado interesse, devido, sobretudo, às
altas taxas de crescimento que as economias de muitos de seus países
têm registrado. Claramente, a China tem exercido papel importante
neste novo ciclo. Parece indiscutível que, por um lado, a crescente
relação econômica entre a China e países da África é benéfi ca para o
desenvolvimento de um continente que ainda sofre com a pobreza. Por
outro lado, ela não é livre de controvérsias. Neste artigo, o objetivo é
tratar das visões que os países ocidentais e as instituições fi nanceiras
multilaterais têm a respeito do desenvolvimento econômico, mais
especifi camente, do fi nanciamento de infraestrutura na África e a
abordagem que o governo chinês tem sobre o assunto. Busca-se traçar
potenciais impactos positivos e negativos de cada enfoque e retratá-los
através de uma análise do caso da República Democrática do Congo
(RDC). O caso da RDC evidencia que, a despeito de ser benigna, a
ajuda chinesa à África não é altruísta e envolve interesses diversos
tanto no país como no continente em geral. Nesse sentido, eleger
como superior o modelo de fi nanciamento chinês ou o ocidental, este
último caracterizado pelas condicionalidades e infl uência externa
nos assuntos internos dos países devedores, não é algo trivial. Em
todo caso, a busca de um equilíbrio entre a visão ocidental e chinesa
parece ser a alternativa mais apropriada para que se avance de forma
harmoniosa em direção ao desenvolvimento da África, respeitando
sua soberania