TCC - Filosofia - Licenciatura

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ILAESP - Centro de Economia e Sociedade - Licenciatura em Filosofia

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    A educação de jovens e adultos (EJA) a luz da filosofia da práxis: caminhos para autonomia.
    (2024) Sehn, Albina Martinez
    Este trabalho tem como objetivo analisar a trajetória educacional da autora, desde sua experiência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) até a sua formação em Filosofia na UNILA, utilizando a metodologia autobiográfica. A pesquisa explora como as vivências pessoais e profissionais contribuíram para a construção da identidade docente e a compreensão crítica do papel da educação na sociedade. Além disso, o trabalho discute a importância da filosofia da práxis e da autonomia no processo educativo, ressaltando que a construção da autonomia é um processo contínuo e coletivo, que exige reflexão crítica sobre as contradições sociais. Os desafios enfrentados na implementação de uma educação autônoma e crítica são destacados, incluindo a necessidade de políticas públicas que valorizem a formação docente e garantam condições adequadas de trabalho. Os resultados indicam que a trajetória da autora evidencia a EJA como um espaço de transformação social e a filosofia da práxis como uma ferramenta fundamental para promover a autonomia e a participação ativa dos sujeitos na construção do conhecimento. Conclui-se que a autoformação, mediada pela narrativa autobiográfica, e a adoção da filosofia da práxis são essenciais para a construção de uma prática pedagógica crítica e transformadora, para além disso constrói a individualidade do ser em sua essência.
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    Educação ou adestramento? O eco da ditatura nas escolas cívico-militares do Paraná.
    (2024) Azevedo, Lucas de Paula
    O presente trabalho analisa a militarização das escolas públicas no Paraná, processo que se constitui fundamentado à luz do conservadorismo e do neoliberalismo, revelando um viés antidemocrático e reducionista da educação. A pesquisa, de caráter bibliográfico e documental, com abordagem qualitativa, examina o Colégio Cívico-Militar (CCM) como instrumento de controle social, moldando “corpos dóceis” em detrimento da emancipação humana, ameaçando disciplinas como a filosofia. A análise histórica da educação brasileira, desde a Ditadura Civil-Militar até o governo Bolsonaro, demonstra a persistência de um programa de controle e repressão, instrumentalizando a pedagogia tecnicista para fins ideológicos. O estudo conclui que a militarização, sob amparo do neoliberalismo, visa atender interesses específicos, configurando-se como um retrocesso democrático e uma ameaça à formação cidadã crítica e revolucionária.
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    Mariátegui e o socialismo indo-americano reflexões sobre marxismo e anticolonialismo na América Latina.
    (2024) Araujo, Lorena Fidelix Freitas
    O trabalho Mariátegui e o Socialismo Indo-Americano: Reflexões sobre Marxismo e Anticolonialismo na América Latina explora a ilusão de independência dos países latinoamericanos, revelando uma persistente dependência econômica e social disfarçada por discursos de autonomia. A pesquisa analisa como a opressão capitalista se manifesta de maneira desigual entre as periferias e os centros do capitalismo, questionando a legitimidade da independência frente às condições precárias enfrentadas por muitos. O estudo critica a falsa liberdade promovida pela democracia liberal, que desconsidera a superexploração dos trabalhadores e a concentração de riqueza. Propõe uma transformação radical das estruturas sociais e econômicas, destacando o pensamento de José Carlos Mariátegui como uma referência essencial para a articulação das lutas sociais e a superação da dependência. O trabalho defende que a verdade deve ser entendida como um processo factual, não apenas representativo, desafiando a visão pós-moderna que distorce conceitos fundamentais. O objetivo é estimular a reflexão sobre uma verdadeira independência e a superação do capitalismo, promovendo uma análise crítica que busca aprofundar a compreensão sobre o tema.
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    Uma perspectiva filosófica acerca da concepção de parto humanizado: a história de uma filosofia da arte de partejar.
    (2024) Santos, Erika Conceição
    Este trabalho consiste em elaborar uma reflexão filosófica para compreendermos o porque atualmente ha a necessidade da concepção de parto humanizado. Para esta tarefa trataremos da etica do cuidado, pois acreditamos que ela pode auxiliar-nos sobre o porque o oficio de parteiras sempre foi uma sabedoria pratica desvalorizada. Para isso, refletimos sobre o desenvolvimento historico do “engendrar” das parteiras, que e sinônimo de obstetricia, isto e, a arte medica na modernidade. Ademais, compreendemos que a obstetricia promoveu a mercantilização e exploração do corpo feminino e do proprio ato de nascer. Assim, fizemos uma analise da historia das ideias sobre a "arte de partejar", por meio de fontes escassas da Filosofía do Nascimento. Uma vez que, a reflexão acerca dos cultos dionisíacos, foi esquecida na tradição filosófica. Pois, pressupomos que esse fato se deve justamente a uma repressão a mania, que representa um estado da psique humana e e a condição típica do trabalho de parto. Por fim, demonstraremos a importancia da rememoração da arte da maiêutica, que esta associada aos arquetipos e experiencias femininas no nascimento e parto, para uma mudança social, cultural e politica. Visto que, o nascimento foi negligenciado ao longo da historia do ocidente, que resultou na desvalorização da figura feminina, falta de sua participação na vida publica (politica), que consequentemente impulsionou a violencia obstétrica.
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    A subjetividade latino americana como um engendramento ideológico da colonização.
    (2024) Perin, Rodrigo Lenharo
    Com o advento da globalização, a invasão europeia em Abya Yala trouxe muitos eventos catastróficos para o povo que vivia e vive nesta região. Dentre estes eventos catastróficos se tem o engendramento opressor de uma cultura dominante em meio aos povos originários de cada região colonizada, além de uma herança deixada mesmo depois das independências dos países colonizados. Colonialidade é o nome que se dá para estas heranças, e esta colonialidade pode ser vista, nos dias atuais, sob três aspectos, ou seja, pode ser entendida pela perspectiva do poder (política), do saber (epistemologia) e do ser (ontologia). Entretanto, há uma problemática praticamente intrínseca à colonialidade, pois esta pode se mostrar sob a perspectiva econômica também. Desta maneira, o seguinte texto busca fomentar uma discussão latino-americanista que leve em consideração um marxismo adaptado a América latina como fonte metodológica para se enxergar uma realidade mais concreta e próxima das minuciosidades do colonizado. Esta intersecção se mostra importante, pois a américa latina precisa de uma práxis revolucionária que auxilie na emancipação do colonizado. Para se chegar a esta discussão como resultado, o texto toma os escritos de Marx & Engels conhecido como A Ideologia Alemã como norteadores para se entender a questão da ideologia dominante, bem como para se chegar a formação de uma consciência de classe através do materialismo histórico-dialético. Depois disso, o texto faz uma síntese de algumas passagens de Mariátegui para entender em qual contexto peruano o marxismo adentrou na américa latina. Posteriormente a isso, entender a criação e a discussão do grupo Modernidade/Colonialidade se faz necessária para que se idealize o conceito de colonialidade nas suas três esferas. No último capítulo, o texto aborda a crítica de Maldonado-Torres à Heidegger para que seja possível compreender o conceito de colonialidade do ser. Na conclusão, o autor aborda a intersecção do marxismo com as teorias da colonialidade como uma possível ponte de conhecimentos para uma práxis revolucionária que leve o colonizado rumo à emancipação.
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    As dificuldades enfrentadas por mulheres negras no acesso à Educação.
    (2024) De Souza, Rafaela Nascimento
    As mulheres negras periféricas enfrentam uma série de obstáculos no acesso à educação de qualidade, sendo essa dificuldade atribuída ao racismo estrutural e à interseccionalidade de gênero e raça, que configuram barreiras complexas e entrelaçadas para essa parcela da população. Dentre os principais desafios enfrentados, destacam-se a ausência de políticas públicas adequadas, a condição precária das escolas localizadas em áreas periféricas, a carência de representatividade e diversidade no corpo docente, bem como as dificuldades financeiras para o acesso ao ensino superior. Diante desse cenário, torna-se imprescindível o desenvolvimento de estratégias eficazes para enfrentar essa realidade. Isso inclui a implementação de políticas públicas direcionadas e a luta contra o racismo estrutural e a interseccionalidade de gênero e raça, com o intuito de garantir um acesso equitativo à educação para todas as mulheres. Nesse contexto, emerge a seguinte indagação como problematização central deste estudo: o que impede as mulheres negras de ingressarem em um ambiente escolar, e por que não se observa uma representação proporcional de mulheres negras nas escolas e universidades em comparação com as mulheres brancas? O objetivo geral desta pesquisa é abordar algumas das questões que dificultam a inserção das mulheres negras em ambientes escolares. A tese busca abordar esses questionamentos sobre o racismo estrutural, a interseccionalidade, o feminismo negro e a questão de gênero, utilizando autores como Silvio Almeida, Angela Davis e Carla Akotirene para embasar a discussão.
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    Do epistemicídio ao desafio da educação inclusiva no curso de filosofia da Unila: narrativas da colonização e perspectivas do pensamento negro.
    (2024) Sousa, Fernanda Marinho de
    Neste artigo apresentamos e problematizamos a temática de um possível epistemicídio negro no curso de Filosofia-Licenciatura da Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA). Para tanto, realizamos um estudo de revisão bibliográfica mobilizando autores/as, tal qual, conceitos, como epistemicídio por exemplo, que nos embasam e nos ajudam a problematizar e estabelecer nossa análise da temática em apreço. Junto à revisão bibliográfica, tomamos o Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia da Unila (vigente desde 2018), fazendo um recorte de disciplinas consideradas por nós ilustrativas de como se apresenta a formação de docentes em filosofia no contexto da Unila. Assim, foram utilizadas como ponto central para essa análise, as disciplinas que trabalham a história da filosofia Ocidental, a epistemologia, a ética e a política. Na pesquisa, procuramos pensar a formação de docentes de filosofia na Unila e sua futura atuação na educação básica, tomando como recorde específico de reflexão teórica filosófica questões em torno da ausência da produção intelectual negra na referida formação. Por conseguinte, a pesquisa teve como propósito investigar a possível manifestação do epistemicídio negro no contexto da formação dos/as futuros/as professores/as do curso de Filosofia-licenciatura (UNILA). Tal investigação se concentrou na análise de disciplinas selecionadas no que se refere a ementa e composição da bibliografia obrigatória destas. Após uma análise crítica desses elementos, observou-se uma discrepância significativa, tanto na epistemologia transmitida quanto na representatividade dos/as autores/as, os/as quais, em sua maioria, refletem uma perspectiva branca e eurocêntrica. Notou-se a ausência de intelectuais negros na bibliografia dada, bem como a negação de conhecimentos produzidos por intelectuais negros e negras.
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    A filosofia intercultural no pensamento de Raúl Fornet-Betancourt - perspectivas teóricas
    (2024) Such, Janete; Orientação
    Os pressupostos teóricos desenvolvidos por Raúl Fornet-Betancourt em torno da filosofia intercultural, representam uma proposta de pensamento que proclama a salvaguarda das culturas autóctones. No desenvolvimento teórico dos seus postulados são apreciáveis ​​diversas fontes universais como Marx, Sartre, Herder, Lèvinas, bem como a teologia e a filosofia da libertação latino-americana. Esta perspectiva, partindo do reconhecimento da diversidade cultural, pretende gerar um novo horizonte de compreensão diante do abismo histórico e cultural entre diferentes culturas e também projetar um pensamento diante da globalização neoliberal, tendente à sua aniquilação. O autor faz uma proposta através do diálogo intercultural, da identidade e da abordagem referida por ele como “desfilosofar a filosofia”, buscando superar a tradição clássica europeia e desenvolver uma filosofia latino-americana capaz de estabelecer um diálogo com diferentes culturas e tradições. Implicando, com isso, a ruptura com o paradigma eurocêntrico e a correspondente contextualização das raízes históricas latino-americanas. A proposta vislumbra um horizonte utópico de esperança para promover um projeto de convivência inclusivo e identitário.
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    Aceita que dói menos. Reflexões e possibilidades sobre o problema psicofisiológico do ressentimento em Nietzsche.
    (2023) Migotto Junior, Alessandro
    O trabalho consiste em uma análise, revisão bibliográfica, do problema psicofisiológico do ressentimento na vasta filosofia de Nietzsche. Para tanto, ora estaremos dialogando com o próprio Nietzsche, ora com comentadores confiáveis. Para o nosso autor, o ressentimento é uma força contrária à vida. É um fenômeno psicofisiológico que opera nos corpos e nas mentes de homens e mulheres da cultura ocidental e os impede de viver a vida em todas as suas potencialidades, aproveitando tudo o que se pode. Isso ocorre por estarmos presos a ideias imaginárias de mundos possíveis que não passam de ilusões advindas da falsa ideia de livre arbítrio da cultura ocidental, que vem gerando corpos e mentes adoecidos em si e por si mesmos. Podemos dizer, então, que o ressentimento é um problema da moralidade ocidental que fora construído em cima das ideias de bem e mal, certo e errado, corpo e alma, e que para o nosso autor a única finalidade dessa moralidade é o apequenamento da espécie humana. Tratamos também de analisar as mais diversas formas de superar essa impotência frente ao mundo, merecendo destaque o naturalismo nietzschiano, o poder do riso, a tragédia e o cinismo. Aceitar a vida como ela é, isto é, vontade de potência, é para o nosso autor uma forma de se colocar na vida, para a vida e com a vida. Podemos então concluir que nosso autor é um vitalista, isto é, que desenvolve uma filosofia da vida, privilegiando a vida em toda a sua potencialidade, e o ressentimento seria um movimento contrário a essa força maior.
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    De la madre tierra a la nube. ¿cómo pueden el buen vivir, la sociedad sustentable y el ecosocialismo, guiar a las tecnologías informáticas?
    (2023) Carrizales Sánchez, Analis Yusmar
    Este trabajo compara los modelos civilizatorios del Buen Vivir, la Sociedad Sustentable y el Ecosocialismo, y estudia cómo ellos podrían colaborar en la mitigación del consumo energético de las tecnologías informáticas, especialmente de los centros de datos o data centers. Del análisis de esos modelos se infiere que, aunque existen diferencias entre ellos, convergen en dos áreas importantes para una posible transformación de las tecnologías informáticas. Éstas son: la integración de los saberes culturales con las ciencias o diálogo de saberes, y la responsabilidad que se tiene con respecto a los bienes naturales y a los tiempos de regeneración del planeta. Por ello se argumenta que una ética ambiental basada en la racionalidad ambiental es la más apropiada, ya que reconecta los saberes fragmentados, promueve la hibridación de conocimientos, y prioriza la búsqueda de sabiduría orientada hacia el ser y no hacia el objeto. Distintamente de lo que pasa hoy, la ética ambiental debe ser un elemento fundamental en todas las áreas de la vida y en especial en los procesos de formación de las carreras técnicas como lo es la formación de ingenieros, influyendo tanto en su carácter como en sus decisiones de diseño y proyectos. Los ingenieros deben adoptar un código ético que promueva el respeto por la naturaleza, la prevención de riesgos, la protección de la salud y la seguridad, y el bienestar común, pero también, y sobre todo, aplicar esta ética dentro de sus criterios de diseño. Los ingenieros podrían contribuir a la sostenibilidad socioambiental, generando soluciones innovadoras y responsables que beneficien tanto a la sociedad como al medio ambiente, bajo un cambio de perspectiva, aportando con eso a la transición para un modelo de sociedad más justo y ecológicamente sano.
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    A escola como aparelho de normatização de sexualidade e gênero
    (2023) Koerich, Giovani; Carvalho, Príscila Teixeira de
    Este trabalho tem como objetivo investigar como a escola atua na fabricação de normas de gênero e sexualidade. Para isto, examinaremos o desenvolvimento histórico das tecnologias de gênero e sexo, a fim de discorrer sobre a problemática filosófica de conceitos que podem subjugar, criando hierarquia entre gêneros, sexos e sexualidades. Mas também, como as disciplinas implementadas em diversas instituições da sociedade moderna incorporam estes conceitos para criar as diferenciações de gênero e sexo. E assim, responder à pergunta: Seria a escola, um aparelho de normatização da sexualidade e gênero? Para tanto, a partiremos das obras de Michel Foucault (1926 -1984), Vigiar e Punir (1975) e História da Sexualidade Vol 1: A vontade de saber (1976), analisando como a política se manifesta através do corpo, as técnicas de controle do corpo por meio do que Foucault intitulou de biopolítica, especialmente as práticas disciplinares, que são implementadas em instituições estratégicas como hospitais, escolas e quartéis para gerenciar e padronizar a população. A partir da obra de Judith Butler (1956), Problemas de Gênero (1990) buscamos explicitar os processos de generificação dos corpos, descrevendo os processos contidos na estrutura do poder que resultam na formação da identidade subjetividade ligadas à sexualidade e gênero. Ao mapear a instituição escolar, nos deparamos com os escritos de Louis Althusser (1918 - 1990), onde se percebe que a escola é um Aparelho Ideológico do Estado (AIE), observamos o papel da Escola no engendramento e padronização de gênero e sexualidade em seus alunos. A luz da obra de Guacira Lopes Louro em Gênero, Sexualidade e Educação (1997) buscamos demonstrar como as escolas brasileiras reproduzem todo o esquema de fabricação dos padrões de gênero e sexualidade já diagnosticados na seção anterior, por meio da análise da estrutura e cotidiano das Escolas brasileiras, buscando evidenciar as atividades de engendramento dos sujeitos.
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    A crítica de Espinosa à doutrina do livre-arbítrio a partir de seus antecedentes históricos em Tomás de Aquino e Descartes
    (2023) Paes, Thiago José Farias; Vargas, Gonzalo Montenegro
    Espinosa realiza contundente crítica à tradicional doutrina do livre-arbítrio. O objetivo deste trabalho é expor brevemente alguns dos antecedentes histórico-filosóficos que fundamentam a concepção de livre-arbítrio, para, a partir dessa contextualização, apresentar como Espinosa elabora sua crítica e propõe sua solução. Para tanto, optou-se por mostrar como que Tomás de Aquino e Descartes, a partir de suas diferenças e identidades, mantêm a doutrina do livre-arbítrio ancoradas numa metafísica do possível, considerando o ser humano, à semelhança de Deus, dotado de um intelecto e vontade livres. Por sua vez, Espinosa, em sua ontologia do necessário, nega que haja vontade livre tanto no ser humano quanto em Deus. Ademais, o holandês identifica a doutrina do livre-arbítrio a uma ideia inadequada que impede o gozo da livre necessidade. Ou seja, em Espinosa o livre-arbítrio não é apenas uma ilusão, mas é também um preconceito que impede a compreensão da ideia adequada quanto à natureza humana, bem como, por isso, nos afasta da efetiva liberdade.
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    Por uma Filosofia Crítica para Crianças na América Latina: Apontamentos para o Ensino de uma Filosofia Decolonial
    (2023) Santana, Itaneem Celeste de Oliveira
    O presente trabalho aborda a importância de um ensino de filosofia decolonial voltado para crianças, que leve em consideração a diversidade de saberes e experiências existentes. A abordagem filosófica com crianças deve buscar não apenas o desenvolvimento de habilidades lógicas, mas também a conscientização, a transformação social e a formação de cidadãos ativos e reflexivos desde a infância. É necessário repensar a forma como concebemos o ensino de filosofia, considerando os saberes prévios dos estudantes e as múltiplas formas de conhecimento presentes em suas comunidades. A educação libertadora e problematizadora proposta por Paulo Freire nos convida a buscar uma abordagem pedagógica que estimule a reflexão crítica, o questionamento das estruturas de opressão e a ação autônoma. A partir dessas bases teóricas, são realizadas críticas ao projeto de Filosofia para crianças proposta por Matthew Lipman que não considera as questões decoloniais e se mantém neutro e descontextualizado dos problemas sociais. Portanto, argumenta-se que uma filosofia crítica para crianças na América Latina deve ir além do desenvolvimento de habilidades reflexivas da filosofia analítica de Lipman. Essa abordagem deve levar em consideração as perspectivas de Paulo Freire e Frantz Fanon, problematizando a pretensa universalidade de Lipman e valorizando a diversidade e a pluralidade de vozes.
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    Notas para uma Leitura do Livro I da República de Platão a partir do Primeiro Prefácio da História da Loucura de Michel Foucault: o Caso de Trasímaco
    (2023) Santos, Anderson Alves dos
    No primeiro Prefácio da História da Loucura , Michel Foucault sugere uma analogia entre as noções gregas antigas de hybris e sôphrosynê e os conceitos de loucura e razão trabalhados por ele na História da Loucura . Segundo o filósofo francês, a relação dos gregos com a hybris “não era apenas de condenação” e “a existência de Trasímaco, ou de Cálicles, basta para mostrá lo”. O presente trabalho de conclusão de curso objetiva explicitar essa relação com a hybris no Livro I da República de Platão para compreender o caso de Trasímaco.
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    Reflexões e Proposições para uma Abordagem Pedagógica sobre o Amor na Escola
    (2023) Santos, Ricardo Leandro dos
    A abordagem pedagógica sobre o amor na escola traz consigo grandes potencialidades para estimular o crescimento pessoal e para a construção e consolidação de valores. O amor é entendido como um princípio promotor de uma sociedade mais solidária, na qual a discussão sobre os valores de tolerância e respeito estimulam o diálogo, a curiosidade do pensar e a possibilidade de transformação social. Contudo, a implementação de uma abordagem sobre o amor na educação também pode levantar desafios significativos, como o enfrentamento dos preconceitos, do descaso e da negligência em relação a estes princípios fundamentais. Assim sendo, o desafio está em buscar novas metodologias a fim de reforçar os princípios e valores inerentes ao amor na educação de forma clara, crítica e criativa. Por isso, traçamos o seguinte objetivo deste estudo: identificar e analisar as reflexões e proposições para uma abordagem pedagógica sobre o amor na escola. Esse estudo exploratório qualitativo tem como base uma pesquisa bibliográfica, dispondo de autores conceituados na área. Os resultados obtidos neste estudo é que o amor e a educação estão interligados e caminham juntos para uma visão mais holística e ampla de educação. De acordo com o nosso principal referencial teórico - Paulo Freire -, é preciso amor para que a educação aconteça de forma significativa, pois é a partir do amor que podemos despertar a curiosidade, a busca pelo conhecimento e o interesse, bem como a troca de vivências entre educadores e educandos. O amor não é apenas visto como um sentimento de carinho e afeto; é a essência do processo educativo, pois através dele as pessoas se tocam, compreendem o outro e constroem presenças coletivas, partilham conhecimentos, relacionam-se, adequam suas formas e contribuem para a construção de um mundo mais justo e solidário. Nesta perspectiva, a presente pesquisa salienta os aportes do método dialógico de Paulo Freire no sentido de oportunizar a abordagem pedagógica sobre o amor, trabalhando-o não como um conteúdo específico de uma determinada disciplina, mas sim como elemento que deve perpassar a prática educacional em todos os momentos e espaços escolares, visando a humanização.
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    A Dimensão Política da Desestabilização da Dança Contemporânea: Implicações para Composição Coletiva e Plural desde a Dança
    (2023) Testagrossa, Andrés Roberto
    Este texto pretende apresentar resumidamente qual é a dimensão política da desestabilização que ocorreu nas últimas décadas na dança contemporânea e como foi que, segundo os estudos críticos em dança, a filosofia teve uma forte e decisiva influência nessa disciplina. A partir de uma pesquisa bibliográfica em alguns textos filosóficos e dos estudos críticos de dança, performance e política, principalmente a partir do trabalho realizado pelo autor norteamericano André Lepecki no livro "Exaurir a dança”, busca-se contribuir na compreensão de como na busca de uma quebra de sistema, a filosofia ajudou a gerar quase uma morte dessa arte no palco e inspirou uma reviravolta da antiga procura de virtuosismo dos corpos dançantes para procurar, esta vez, um corpo coletivo onde a construção política e a construção de sociedade seja o objetivo principal. Busca-se explicar essa relação de forma didática para o público geral. Propõe-se refletir também, como, em contraposição à dança clássica, uma linha da dança contemporânea já não pode se enxergar mais apenas em uma procura estética e de produto de obra de arte cênica desenvolvida numa construção vertical de sociedade. Essa relação entre filosofia e dança vem sendo tão potente que chegou a influir até na criação de órgãos públicos como ministérios ou até participação de coreógrafos em cargos públicos fora da procura necessariamente artística ou apenas de produção de obras para palco. Poderia se pensar, e esse é o convite, que essa linha talvez seja mais um modo de protesto, em termos Deleuzianos “de resistência” ou eventos meramente políticos mais do que uma experiência meramente artística. Este artigo pretende de forma sintética refletir sobre essas ideias e conceitos e sobre a junção de sentido de alguns estudos críticos e filosóficos sobre corpo, performance, dança e política.
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    A Relação Mente-Corpo de Homero, Passando por Descartes, a Filosofia da Mente até a Neuropsicanálise
    (2023) Abreu, Claudete Conceição de
    O ponto central da discussão sobre a relação Mente-Corpo na Filosofia da Mente é Descartes, mas, neste trabalho foi buscado entender de que maneira essa relação é descrita nos relatos e reflexões sobre a mente, anteriores a Descartes. Partindo do momento anterior à Filosofia, nos escritos Homéricos, seguindo pelos Pré-Socráticos, que buscavam entender a origem do pensamento no homem; Platão e Aristóteles com as tripartições da Alma/Mente, para, então, através da análise das Meditações de Descartes observar a descrição do postulado da cisão na relação Mente-Corpo, realizada por Descartes e, buscando entender as consequências desse postulado, analisar a contraposição de Spinoza sobre a relação Mente-Corpo. Spinoza demonstra em sua reflexão um caminho de maior materialidade da Mente para os estudos da mente contemporâneos. Passa-se então a descrição do funcionalismo na Filosofia da Mente, a Psicanálise e o pensamento de Freud e da Neuropsicanálise, ciência atual que busca convergir a psicanálise e a neurociência. Neste percurso é possível observar que a conceituação da mente, dos estados mentais e a relação mente-corpo, parte de uma dispersão que fragmenta os estados mentais em partes do corpo do guerreiro homérico, passando por períodos em que é realizado uma espiritualização da mente em contraposição com a busca da materialidade da ciência sobre a mente. No transcurso, também, estão implícitos grandes questionamentos dos estudos da Mente, como por exemplo: Como a Mente e o Corpo se relacionam? O que é a Mente? O que é a consciência? A Mente é física? A Mente é o mesmo que a Alma? O que são os processos mentais? Onde e como ocorre o pensamento? O que é a racionalidade?
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    O povo Brasileiro como Utopia Civilizatória
    (2022) Pinheiro, Márcio Dantas; Orientação
    Este trabalho critica o conceito de povo produzido pelo pensamento social brasileiro, principalmente a partir da perspectiva de Darcy Ribeiro. Tal pesquisa exploratória foi realizada a partir da revisão bibliográfica de autores das Humanidades que abordam a questão sobre a configuração do termo povo dentre a filosofia, a história, o direito e a antropologia. Mediante a apreciação destes materiais questionamos a construção do conceito de povo brasileiro como um pretenso conjunto unitário e uniforme de indivíduos homogeneizados. Com isso, objetiva-se problematizar a conceituação considerando as questões materiais que contradizem o discurso de unidade que pressupõe o povo brasileiro como uma democracia racial, revelando a inadequação do conceito em referência ao panorama de desigualdade social brasileira, denunciando o caráter elitista da concepção e propondo uma alternativa coerente com nossa realidade social. Considerando as graves questões brasileiras questionamos abstrações conceituais que reduzem nossa complexidade em nome de um projeto de poder que beneficia as elites socioeconômicas, conservando seus privilégios e perpetuando a exploração de fundamento colonialista e escravocrata nacional. Para tanto, revisitamos criticamente o conceito de povo brasileiro difundido pelo pensamento iracundo e anticolonial de Darcy Ribeiro, problematizando suas capitulações conceituais a partir de uma análise de cunho interdisciplinar, atrelando filosofia, história, direito e antropologia a partir de contribuições questionadoras do cânone elitista e enfatizando a noção de conflito como instância inerente e inescapável a partir da teoria dos humores maquiaveliana. Desse modo, observa-se que a noção de conflito maquiavelina contempla as complexidades paradigmáticas ambicionadas, o que permite-nos concluir que a construção de nossa consciência social se enriquece com a assunção dos conflitos, gerando uma oportunidade fundamentada de debate sobre as assimetrias entre o conceito de povo unitário e as divisões que ele oculta.
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    Filosofia e Cinema: A Imagem e o Pensamento: os Conceitos através dos Filmes
    (2022) Jarava, Pedro Carvalho
    Intenciona-se apresentar as imagens do cinema como uma forma de pensamento. Parte-se dos estudos de Julio Cabrera com os conceitos de razão logopática e conceito-imagem, e de Imagem-Movimento e Imagem-Tempo de Gilles Deleuze . Com Cabrera pretende-se entender o seu questionar com relação a forma tradicional da escrita filosófica, e pontuar sua visão da lógica associada ao afetivo, sob o escopo de filósofos como Niezstche, Heidegger e outros, que integram o elemento pático em suas filosofias. Tal ideia se conecta ao cinema que, na perspectiva de Cabrera, é naturalmente logopático. Assim sendo, os filmes são estabelecidos como uma fonte inesgotável para pesquisar através dos conceitos-imagem que estão expostos em medias situacionais diversas. Com Deleuze busca-se compreender a sua maneira de definir as imagens como bloco de sensações, formadas por afectos e perceptos, para então adentrar no estudo de cineastas como Godard, Bresson, e Passolini, e como suas produções se conectam com sua filosofia da diferença que intenciona um rompimento com a imagem dogmática do pensamento . Com base na leitura deleuzeana das teses de Henri Bergson forma-se todo um arsenal teórico no qual são estabelecidos parâmetros conceituais técnicos específicos visando caracterizar o cinema clássico em termos de imagem-movimento , e o cinema moderno com a imagem-tempo. Desta maneira, espera-se propiciar um entendimento da evolução da linguagem do cinema, identificando o percurso teórico dos filmes que podem transcender e romper com a representação por meio da consciência e renuncia dos clichês.
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    “Ritmo & Philosophia”: Potencialidades e Desafios do Rap como Ferramenta Pedagógica
    (2022) Ferreira, Wellington Douglas; Franzi, Juliana; Santos, Idete Teles dos
    O presente trabalho tratará sobre a pedagogia aliada a cultura/movimento Hip-Hop no combate à evasão estudantil na educação pública no Brasil. Tal pesquisa conta com a contribuição da experiência de um acadêmico em licenciatura e pesquisador atuante dentro da cultura/movimento Hip-Hop desde longa data. Serão apresentados os desafios e as problemáticas no que tange à docência compartilhada com arte-educadores do movimento Hip-Hop, salientando a ação coletiva escolar de educadores, educandos e arte-educadores, junto a políticas de formação continuada com apoio do Estado. A Pedagogia Hip-Hop valoriza intelectuais orgânicos, como os arte-educadores de projetos sociais e oficinas ligadas ao cultura/movimento Hip-Hop. É uma proposta crítica e estética que visa a autonomia intelectual dos alunos de grupos vulneráveis, bem como o “resgate” de estudantes que se encontrem desinteressados de seu próprio processo de letramento. Demonstra como a lei 11.645/08 se torna muito importante para que tal proposta possa alcançar estudantes afro brasileiros, pardos, indígenas tidos como invisíveis para o currículo. A investigação foi realizada por meio de pesquisas e estudos bibliográficos dentre outras mídias, tendo como referências centrais as teorias dos autores como Marc Lamont Hill e Mônica do Amaral dentre outros. São apresentados desafios e pontos fortes de algumas pesquisas de educadores que atuam neste campo educativo. Busca suscitar novas discussões sobre didática e metodologia de ensino para jovens que encontram dificuldades no processo de aprendizagem. Quebra tabus elucidando a contracultura do Hip-Hop, muitas vezes rechaçada pelo tradicionalismo de algumas pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. Deste modo pretende abrir caminho e colocar em evidência tais discussões nos centros acadêmicos e escolas públicas sobre a viabilização de formalizar propostas alternativas pedagógicas diante do processo de evasão estudantil. Almejando otimizar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem para a educação pública e inclusiva. Por fim, este trabalho apresenta algumas dificuldades/potencialidades encontradas para que futuras pesquisas nesta área sejam otimizadas.