PPGLC - Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada
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Item Latinidade na literatura de viagem, México e a escrita viajante de Érico Veríssimo(2018-04-10) Cayann, Nícollas; Oliveira, Mirian Santos Ribeiro deAlicerçada, majoritariamente, nos conceitos de Literatura de Viagem, a pesquisa examina a proposta de escrita viajante de Erico Verissimo naquilo que tange questões de latinidade e de alteridade tendo em vista que Erico Verissimo é um latino-americano brasileiro que escreveu México (1957) narrando o latino-americano mexicano. Analisando México (1957), busca-se estabelecer diálogo entre a categoria de viajante “Ambassador” de Hulme e Youngs (The Cambridge Companion to Travel Writing) e a terminologia de escritor/diplomata, de Fernanda Peixoto (no artigo Letras y diplomacia en el Brasil: una aproximación en tres tiempos), delineando, assim, o estilo de escritor-viajante de Erico Verissimo. A dissertação busca elucidar, de forma comparativa, a posição de Erico Verissimo dentro das categorias de escritor-viajante (como Embaixador Cultural). Fazendo uso de uma análise documental e de revisão bibliográfica em seus cernes conceituais, teóricos e históricos, partindo de dados secundários e uma abordagem qualitativa, a pesquisa objetiva também demonstrar por meio de análise os afastamentos e aproximações das questões de latinidade na narrativa de Erico Verissimo, promovendo assim um debate da questão de identidades dentro da ideia de latinidades.Item Conflitos do passado e tensões do presente em Galileia e Retablo(2018-08-06) Lima, Elaine Aparecida; Cota, DéboraA presente proposta estuda comparativamente as obras Galileia, do brasileiro Ronaldo Correia de Brito (2008), e Retablo, do peruano Julián Pérez Huarancca (2004). Ambientadas em locais distantes dos grandes centros do Brasil e do Peru, respectivamente, as obras são narradas em primeira pessoa por sujeitos que retornam aos seus territórios de origem. Por meio das recordações de seus narradores, as produções colocam em cena as dualidades passado e presente, rural e urbano, rusticidade e requinte, tradição e modernidade. Ao fazê-lo, constituem, em nossa opinião, exemplos de como as produções latino-americanas contemporâneas, ambientadas longe do espaço das metrópoles, apoderam-se de peculiaridades da literatura chamada pós- modernista, transformando seus significados originais e, ao mesmo tempo, repensando os modelos literários tradicionais da literatura ligada ao espaço que elegem. Neste sentido, ao possibilitarem um diálogo entre o regionalismo típico de obras clássicas espacializadas no sertão nordestino e nos Andes peruanos e características como errância, trânsito, fragmentação, autoficção, etnoficção, diluição de fronteiras, metaficção e individualismo, próprias da literatura contemporânea, resultante do processo de globalização, colocam em xeque os conceitos correntes para a compreensão da realidade latino-americana, de seu povo e de sua história. Não se trata, aqui, distintamente às leituras usuais das duas narrativas, de inseri-las ou afastá-las do sertanismo ou do indigenismo literários, mas de percebê-las como produtos exemplares de uma América Latina na qual a literatura reage às imagens canônicas, literárias ou não, sobre si mesma, desestabilizando quaisquer formas de eurocentrismo e/ou de logocentrismo.Item Perspectivas dialética e discursiva da ironia: possibilidades de comparação entre Jorge Luis Borges e Machado de Assis(2018-08-10) Librenz, Patrícia; Guizzo, Antonio RediverEsta é uma pesquisa comparatista que tem o objetivo de aproximar seis contos — três de Machado de Assis e três de Jorge Luis Borges —, e analisá-los quanto à manifestação da ironia literária como recurso estético, focando no que denominamos, através de estudos de Sócrates e Foucault de “ironia dialética” e “ironia discursiva”. Para isso, realizou-se um percurso histórico buscando conceituar o que é ironia literária, partindo dos pressupostos socráticos e chegando à formulação de ironia moderna que se tem na atualidade. Para compor este capítulo teórico, valemo-nos de Brait (2008) e Moisés (2013), dentre outros pesquisadores que se debruçaram sobre o tema, relacionando-o ao conceito clássico de ironia. Na primeira análise, utilizando-se de chaves de leitura, foram comparados três textos, sendo eles El Aleph e Agosto 25, 1983, de Borges, e A Chinela Turca, de Machado. Utilizando Compagnon (2010), Barthes (2004) e Perrone-Moisés (2016) como principais aportes teóricos, o elo escolhido para aproximar as narrativas dos dois autores foi a metaliteratura. Na segunda análise, a partir de ideias trazidas por Nietzsche (2008) e Foucault (1999), faz-se uma análise acerca da construção do conhecimento, do valor da verdade para esta sociedade e, enfim, dos dogmas construídos a partir disso. Tentou-se demonstrar que tanto Jorge Luis Borges quanto Machado de Assis trabalham com essas perspectivas dentro de três contos selecionados para esta análise — El Otro, do escritor portenho, e O Alienista e Ideias do Canário, do autor carioca. Para isso, utilizaram-se de uma linguagem fortemente irônica permeando todo o discurso, a qual, então, denominamos “ironia discursiva”, denominação também baseada nos pressupostos foucaultianos, a fim de criticar a constituição de alguns discursos acerca do conhecimento (que circulavam no contexto de produção das narrativas). Com isso, foi possível hipotetizar que os autores buscam provocar uma reflexão: de que o excessivo valor que certas “formas de se fazer ciência” levam a humanidade a um dogmatismo empobrecedor que, por fim, reduz a experiência humana no mundo a seus conceitos e métodos constitutivos.Item Desvios pela memória: as relações entre testemunho, ficção e documentário em Los rubios e Branco sai, Preto fica(2018-08-14) Souza, Lucas Henrique de; Almendra Filho, Dinaldo SepúlvedaO objetivo desta dissertação é investigar as relações entre memória, documentário e ficção no cinema argentino e brasileiro, tomando como objeto de estudo documentários que efetuam em suas narrativas a figuração da memória no liame com a ficção. São eles: Los rubios (2003), de Albertina Carri, e Branco sai, Preto fica (2014), de Adirley Queirós. Ambas obras têm na fabulação da memória a sua concepção estética e política, de maneira que, encarnam e evidenciam a questão em debate. Nesse sentido, o movimento de muitos documentários contemporâneos em direção à ficção promove um horizonte de renovação à forma documental, questionando princípios basilares de sua tradição, como por exemplo, o discurso de sobriedade do documentário frente a outras formas cinematográficas. Diante deste contexto, estudamos a capacidade da memória em possibilitar novas negociações entre o documentário e a ficção, de facilitar contaminações com outras linguagens ou desencadear desvios, sobretudo através da encenação de experiências traumáticas.Item Cancionista Urbano no Brasil e no México: identidade, território e conflitos em canções de Itamar Assumpção e Rodrigo González(2018-08-20) Machado, Silas Rodrigues; Farias, Fernando Mesquita deAl reconocer las constantes referencias a la presencia de la metrópoli en las canciones de Itamar Assumpção (1949-2003) y Rodrigo González (1950-1985), realizadas por el público, por la crítica y por la academia, esta disertación parte de la identificación y comprensión del proceso de elaboración de las representaciones artísticas de estos cantautores que, aparte de tener producciones cancionais tan distintas, traspasan las fronteras latinoamericanas y encuentran puntos de convergencia. Desde el inicio de sus carreras, en la primera mitad de la década de 1970, estos dos artistas presentan características semejantes al abordar temas referentes a la vida cotidiana urbana, las transformaciones culturales y el impacto del mercado. Así, a partir del enfrentamiento y análisis sistemático de sus obras, se nota una dinámica rica de la relación dialógica con los discursos de la y en la ciudad, en el sentido de absorberlos y convertirlos en nuevos textos. Haciendo uso de instrumentos propios del análisis de la canción popular – Luiz Tatit (2007; 2012) y Sergio Molina (2014) –, análisis documental, revisión bibliográfica y un abordaje cualitativo, se vuelve un objetivo también demostrar la contribución de estos cantautores en el panorama general de la canción popular de sus respectivos países.Item Quarto de Despejo e Cartas a Mi Mamá: escrevivências de mulheres negras na Literatura Latino-Americana(2018-10-16) Almeida, Rayana Alves de; Silva, Rosangela de Jesus; Cortez, MarianaEste estudo literário comparado, que busca apresentar o diálogo entre as obras Quarto de Despejo, da brasileira Carolina Maria de Jesus (1960) e Cartas a mi Mamá, da cubana Teresa Cardenas (1998), que, separadas pelo tempo e localização, muito se aproximam por se tratar de obras produzidas por escritoras mulheres, negras e pobres, que, por meio da escrita buscam romper com o silêncio e as violências cotidianas. Além disso, essas histórias são contatas por protagonistas negras que se confundem com as escritoras e com a realidade social de seus países, ampliando ainda mais suas possíveis leituras. Como sabemos mulheres negras ainda representam uma minoria entre os escritores re-conhecidos e valorizados pelo campo literário tradicional, e também, vêm sendo represen-tadas por personagens estereotipadas, ao longo de nossa história literária. Apoiamos-nos em pesquisadores como, GONZALES (1984), CANDIDO (2006), DALCASTAGNÈ (2005), RIBEIRO (2017), dentre outros, para construção do referencial teórico. Desta maneira, primeiro apresentamos as principais discussões em torno da escrita afrofeminina na Amé-rica Latina (Brasil e Cuba), assim como as reflexões em torno do “não lugar de fala” des-sas mulheres na literatura. A análise das obras, no entanto, se organiza primeiro obser-vando pistas da possível relação entre obras e sociedades, depois, os elementos e estra-tégias composicionais, aproximações e distanciamentos. Assim, tratando desse cenário conflituoso entre literatura tradicional e demais literaturas, que transitam nas margens, faz-se necessário que o campo literário e seus investigadores estejam preocupados em melhor compreender a produção feminina e negra, proporcionando que novas vozes, dis-cursos e cosmovisões latino-americanas ecoem para além dos becos da escrita.Item Boto Cor-de-Rosa: uma narrativa sobre gênero, raça e violência(2018-10-22) Góes, Aquésia Maciel; Name, Leonardo dos Passos Miranda; Ciacchi, AndreaEsta dissertação é um estudo comparatista entre músicas, texto escrito e produções audiovisuais, inspiradas na narrativa oral amazônica do boto cor-de-rosa, com recorte de gênero, raça e classe. Para tal estudo, utilizo métodos de análise disponibilizados pela Literatura Comparada. Por considerar que a narrativa do boto transita pelo imaginário dos povos amazônicos, alheio aos limites dos estados ou países que compõem a região amazônica, o classifico, conforme Name (2007), como um personagem geográfico que representa o espaço no qual é narrado. Analiso produções midiáticas que têm o boto como protagonista, tendo em vista a noção de reprodutibilidade técnica proposta por Walter Benjamin ([1936] 2003) em que a reprodução técnica da narrativa do boto, no caso deste trabalho, ultrapassa as fronteiras amazônicas e conduz a narrativa ao conhecimento massivo através de textos escritos, músicas e vídeos. Destaco nestas produções, sobretudo a representação da mulher amazônica. Discorro primeiramente sobre como essas mulheres são descritas na estrutura mais recorrente em que a narrativa é tratada como uma história de amor que escamoteia a violência, para em seguida analisar trechos de outras produções que explicitam a violência implícita na narrativa, objetivando destacar a imagem que se cria sobre tais mulheres. Discuto em termos teóricos o contexto histórico da Amazônia, a noção geográfica de fronteira, a interseccionalidade entre gênero, raça e classe como advindas de colonialidades refletidas em diversos tipos de violência do corpo feminino.Item Do Rio de Janeiro ao Pará: Projetos de Brasil nos Libretos das Óperas Moema e Paraguassú (1852/1861) e Jara (1895)(2018-12-12) Ribeiro, Jean Carlos Ramos; OrientaçãoA presente dissertação aborda as representações de personagens e demais assuntos indígenas contidos nos libretos das óperas Moema e Paraguassú (1852/1861), de Francisco Bonifácio de Abreu, e Jara (1895), de José Cândido da Gama Malcher. Os dois autores brasileiros, imersos em espaços e temporalidades distintas – Rio de Janeiro (década de 1850) e Belém (década de 1890), respectivamente – lançaram em suas obras e, consequentemente, em suas personagens, projetos distintos de nação, que se complementam e se contrapõem em muitos aspectos. A primeira obra nasceu embasada no poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, e foi construída conservando em sua estrutura elementos de “cor local”, que emergiram na cena social após a emancipação política do Brasil em 1822. As determinações do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e suas propostas de criação de uma “História Oficial” – através de “Mitos de fundação” – evidenciaram as bases de um “projeto nacionalista” em meados do séc. XIX, e atuaram como aporte para a produção do libreto de Bonifácio de Abreu. A segunda obra nasceu amparada nos escritos do viajante italiano Ermanno Stradelli; no entanto, apresenta construções narrativas alicerçadas nas reflexões de “cor local” tecidas por Machado de Assis em “Instinto de Nacionalidade” (1873). Nesse texto, o escritor fluminense fizera um balanço da literatura nacional produzida até a década de 1870, afirmando que o elemento indígena poderia permanecer nas produções posteriores, desde que elas também integrassem reflexões mais abrangentes sobre o tempo/espaço, conservando o apelo crítico como elemento chave. As duas narrativas em tela trazem indígenas como protagonistas, expondo olhares diversos acerca dos costumes nativos. Sendo assim, o objetivo central deste trabalho é colocar essas obras em confronto, com o intuito de refletir sobre as projeções futuras e o “lugar social” proposto pelos libretistas aos nativos na sociedade brasileira do oitocentos.Item A imagem da criança negra na Literatura Infantil: estudo comparado de narrativas Latino-Americanas(2018-12-17) Ferreira, Sandra de Oliveira; Cortez, MarianaEsta pesquisa objetivou analisar a imagem da criança negra na literatura infantil latino- americana em quatro obras: (1) Menina Bonita do Laço de Fita (1986), de Ana Maria Machado, publicada no Brasil pela editora Ática; (2) Niña Bonita (1994), editada na Venezuela pela editora Ekaré, também de Ana Maria Machado; (3) conto La Muñeca Negra, de José Martí (1889), publicado na Revista La edad de Oro em Cuba; e (4) La Muñeca Negra (2011), de Mary Grueso Romero, publicada na Colômbia pela editora Apidama. Investigou-se como foco as construções discursivas das imagens, bem como a representação da criança negra em seus respectivos espaços de produção. Observou-se como foram elaboradas a construção e a desconstrução dos estereótipos da criança negra apresentadas nas narrativas. A análise teórica foi conduzida pelo viés das obras dos seguintes autores: Tania Franco Carvalhal (2006), Sandra Nitrini (2010), Eduardo Coutinho (2003), Antônio Cândido (2008), Bakhtin (1990), Peter Hunt (2010) Maria Nikolaveja e Carole Scott (2011), Lélia Gonzales (1988), entre outros que contribuíram de maneira significativa nesta pesquisa.Item Tradução comentada de Literatura Argentina no Brasil: Carlos Gamerro - linguagem e sociedade(2019-02-20) Braga, Ariane Fagundes; Marinho, Marcelo; Cosentino, GastónEste trabalho de pesquisa tem como objetivo realizar a tradução comentada de alguns trechos representativos do terceiro capítulo da obra literária El secreto y las voces do autor argentino Carlos Gamerro. A obra tem como temática acontecimentos referentes à época da ditadura civil-militar na Argentina (décadas de 70 e 80) e é construída por múltiplas vozes dos personagens ao longo do texto, com a finalidade de explanar sobre um crime ocorrido na cidade fictícia de Malihuel há duas décadas. O processo tradutório proposto para a obra tem como base teórico-metodológica a perspectiva de tradução presente nos estudos de Antoine Berman, teórico francês que discute as tendências deformadoras da tradução. Por meio dessas tendências deformadoras, serão analisadas as possibilidades de tradução do espanhol argentino ao português brasileiro, discutindo a tradução do ponto de vista teórico e prático para além das questões linguísticas.Item Dramaturgia del Cuerpo: Cuerpo/escrito y Cuerpo/representado en la escena. Una perspectiva de la estética del teatro y del actor en Latinoamérica. Caso: Rodrigo García (Argentina)/Diego Aramburo (Bolivia)(2019-04-12) Castillo Fernández, José Ramón; Faria, Fernando Mesquita deLas dramaturgias del cuerpo son lecturas que se hacen de los discursos elaborados en lenguajes artísticos, que no siempre están remarcados en las letras impresas o el lenguaje cotidiano, en literatura. Se puede decir que consiste reconstruir, por medio de diferentes caminos epistémicos, ese tránsito que sufre el cuerpo escrito al ser sometido a su representación en la escena y viceversa, resultando, finalmente en una amalgama de valores simbólicos y multiculturales. El objetivo de esta investigación es diseñar las categorías estéticas de lecturas de este cuerpo y su representación donde puedan compararse las propuestas dramatúrgicas de Diego Aramburo (1971) y Rodrigo García (1962), que se caracterizan por violentar constantemente el cuerpo literario, empleando diferentes estructuras de fragmentación del discurso. El desplazamiento de estas categorías nace desde la exploración que realiza cada uno de los autores al llevar los textos a la escena, que, luego de sufrir los embates de este proceso artístico retornan con marcas multiculturales y visiones particulares, que los transforman en cuerpos escritos dinámicos. Al emplear este método, podemos percibir que ambos autores, se unifican en la construcción de imágenes agresivas envueltas en el humor y en la ironía, es por ello que la comparación es asequible y permite sondear por nuevas categorías que puedan surgir en adelante.Item Las Canciones y el texto teatral en Maestra vida y Ópera do Malandro: un caleidoscopio de voces, música y cultura(2019-04-24) Barrón Romero, Alejandro Cordovino; Silva, Rosangela de JesusEl objetivo general del trabajo de investigación es analizar, a través de un estudio comparativo, las canciones y el texto teatral que conforman las obras lírico-musicales Maestra Vida (1980), del cantautor panameño Rubén Blades, y en Ópera do Malandro (1978) del dramaturgo, cantante y escritor brasileño Chico Buarque de Hollanda en los contextos socio-políticos tensos, de represión y desigualdad del Caribe y de Brasil de los años 60 y 70. Se trata de analizar los diferentes recursos carnavalescos relacionados con lo grotesco, la risa y el lenguaje y cómo ese proceso es expresado a través de un discurso compuesto de ironías, risas, música y remembranzas que buscan enfrentar las desdichas y penas experimentadas por los personajes en ambas obras musicales en sus correspondientes realidades sociales y políticas. A partir de esta perspectiva, se busca responder a la pregunta: ¿Cómo logran Chico Buarque y Rubén Blades manifestar la crítica social y política a través de las construcciones discursivas en Ópera do Malandro y en Maestra Vida? Por medio de la comparación, concluimos que los tiempos difíciles de cada contexto toman parte en la poesía y en la música como herramienta de defensa y como plataforma para exaltar la voz de los marginalizados. Respecto al concepto de carnavalización literaria, se tomaron en cuenta los postulados de Mijaíl Bajtín (2003). Asimismo, nos valemos de las teorías bajtinianas referentes al dialogismo y a la polifonía para abordar cuestiones musicales, puesto que la música dialoga con elementos extra-lingüísticos en el corpus de investigación. Esta investigación aporta una aproximación a los estudios literarios del Caribe y de América Latina, a través de la música, con la intención de promover los nexos con las expresiones populares y literarias entre la región caribeña y latinoamericana.Item O Som ao Redor e Homens e Caranguejos: a construção do ponto de vista e a representação socioespacial nas narrativas(2019-04-29) Silva, Graziele Rodrigues de Oliveira; Cortez, MarianaO presente trabalho tem como objetivo investigar, a partir do método comparatista, a representação de algumas problemáticas urbanas: segregação socioespacial e desigualdades sociais e raciais – temas mais amplamente tratados por sociólogos, antropólogos e geógrafos – sendo fundamental trazê-los, também, para o campo da Literatura Comparada. Para tanto, a investigação parte do problema da segregação socioespacial que remonta a um histórico permanente de expropriações territoriais desde o período colonial e se reflete tanto nos espaços urbanos como nas representações das mais diversas expressões artísticas que os têm como objeto. Pesquisadores como Bourdieu (1996), Candido (2006), Foucault ([1969] 1992), Bakhtin (1997) e outros constituem o referencial teórico. A análise será feita entendendo-se a arte como discurso social, aqui, cinema e literatura, afinal, são importantes campos artísticos na representação do mundo e, mais que isso, como a construção do ponto de vista de autores separados pelo tempo (Josué de Castro e Kléber Mendonça Filho) se aproximam e suscitam debates de desconstrução sobre as hierarquias que corrompem a sociedade. Ainda que presentes em todo o Brasil e o restante da América Latina, as segregações socioespaciais elencadas como tema, dispõem em obras que têm a cidade de Recife um locus privilegiado de representação. Deste modo, a obra cinematográfica O Som ao Redor, dirigida por Kléber Mendonça Filho, e o livro Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, são os objetos escolhidos para pensar sobre esta temática na América Latina. Pretende-se, assim, delinear a construção estética de ambas as narrativas (filme e livro) numa “interpretação dialética” em que os elementos externos (fator social) passam a ser internos quando são transcritos esteticamente para dar forma a obra de arte.Item "Encontrar y reencontrar y juntar": uma análise dialógico-comparativa de ...y no se lo tragó la tierra, de Tomás Rivera, e The House on Mango Street, de Sandra Cisneros(2019-05-23) Ferreira, William Duarte; Oliveira, Mirian Santos Ribeiro deO final do século XX testemunhou uma crescente “latinização” dos Estados Unidos. Esse fenômeno, no entanto, explica Torres (2001), não parece estar associado a uma maior incorporação da cultura latina ao espaço hegemônico anglo-saxão ou, ainda, sua aceitação pela cultura dominante. Nesse contexto, é curioso perceber como uma parcela da diáspora latino-americana nos Estados Unidos é oprimida em favor da cultura hegemônica em um território que antes lhes pertencia: é o caso dos chicanos ou mexicanos-americanos, que se encontram no centro deste estudo. Em vista disso, objetivamos, aqui, abordar a maneira pela qual a literatura chicana reflete e refrata elementos da vivência de mexicanos-americanos nos Estados Unidos. Para isso, foram selecionadas como corpus de análise os romances ...y no se lo tragó la tierra (1971), de Tomás Rivera, e The House on Mango Street (1984), de Sandra Cisneros. Seguiremos em nossas análises uma perspectiva dialógico-comparativa, ou seja, realizaremos esta pesquisa à luz dos estudos comparados da literatura em diálogo com algumas das perspectivas epistemológicas do chamado Círculo de Bakhtin. Fez-se necessário, ainda, em vista das especificidades que constituem nosso corpus de pesquisa, discorrer acerca de categorias analíticas – desenvolvidas por meio de estudos antropológicos, culturais e literários – que buscam explicar os processos culturais e literários em voga na América Latina. A partir disso, foi possível explicitar uma série de paralelos entre ambas as obras, responsáveis por reverberar, desde sua materialidade linguística, as tensões suscitadas pelo intercruzamento de universos socioculturais distintos e, em muitos sentidos, incompatíveis. Destacou-se, no entanto, o fato de que tais paralelos deixam de ser tão evidentes quando levamos em consideração as tensões existentes no interior da própria comunidade chicana. Logo, ainda que partam de um mesmo lugar temático, cada uma das obras analisadas reflete e refrata uma realidade material e ideológica particular.Item Entre Brecht e Boal: a desconstrução da personagem épica rumo a aniquilação da personagem oprimida(2019-07-02) Col, Celso Carlos da; Faria, Fernando Mesquita deEsta pesquisa procura realizar uma análise comparativa da personagem no teatro épico, partindo da obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, em oposição ao emprego da personagem no método do teatro do oprimido, desenvolvido pelo pesquisador brasileiro Augusto Boal. Propõe-se uma investigação diacrônica sobre as origens da personagem dramática, buscando compreender e identificar sua função, finalidade e transformação. Ao confrontar as características dramáticas da personagem na proposta épica, constata-se a desconstrução do modelo tradicional da personagem que, comparadas às técnicas do teatro do oprimido, encaminham-se para a sua aniquilação. Partindo dessa perspectiva, pretende-se responder à questão da essencialidade da personagem após o advento da crise do drama, culminando no conceito do teatro pós-dramático, estabelecido pelo pesquisador Hans Thies LehmannItem Imaginários da violência feminina na literatura Latino-Americana: legítima defesa, vingança e banalização da violência(2019-09-12) Luz, Micheli Martini; Guizzo, Antonio RediverA relação entre o gênero feminino e a violência é, predominantemente, voltada a duas formas de representação da mulher na área da literatura: a) vítima do ato violento; e b) agente do ato violento por vingança. Observamos, nestas duas dimensões representacionais, oposição que dialoga com certo imaginário tradicionalmente maniqueísta, que divide o gênero feminino em “mulheres da casa” e “mulheres da rua”. Neste trabalho, procurando outra perspectiva de abordagem, investigamos, comparativamente, representações da personagem feminina agente de atos violentos em três dimensões que, gradativamente, intensificam a violência realizada: a) a violência em legítima defesa; b) a violência excessiva na vingança; e c) a banalização da violência. Neste percurso, consideramos ser possível analisar certo direito à violência do gênero feminino, isto é, observar como a constituição de certas personagens literárias fogem dos estereótipos e representam a relação entre a violência e o gênero feminino de uma forma mais profunda. Para tal fim, o presente trabalho propõe a análise comparativa de seis contos, agrupados em três capítulos. Para compor o primeiro capítulo, foram escolhidos os contos “Morre, desgraçado” de Dalton Trevisan (1988) e “Ana L. – sadomasoquista”, de Marisa Grinstein (2006), contos no qual o ato violento decorre de situações em defesa da prole, isto é, as personagens dos contos são mulheres que matam os cônjuges em defesa da integridade física dos filhos. O segundo capítulo focaliza o ato violento premeditado e a vingança excessiva; nele, são analisados os contos “Esses Lopes” (1967) de Guimarães Rosa e “Emma Zunz” (1949), de Jorge Luis Borges, no qual as protagonistas são mulheres capazes de tramar e articular planos de vingança que ultrapassam qualquer “justo-limite”. O terceiro capítulo analisa o conto “La prueba” (1992), de César Aira e o causo de Maria Mutema, extraído do romance Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa; nesse capítulo, analisamos as configurações das personagens femininas que rompem com os estereótipos inicialmente apresentados e são capazes de cometer atos violentos apenas “por querer”, apresentando, assim, a mulher como agente de uma “violência banalizada”. Os aportes teóricos que orientam a pesquisa podem ser agrupados em quatro dimensões temáticas: a) violência, com os trabalhos de Arendt (1970), Maffesoli (1987), Žižek (2014); b) relação entre violência e literatura, com os trabalhos de Ginzburg (2013) e Fortes (2016); c) condição feminina na sociedade, com os trabalhos de Bourdieu (2018), Badinter (1985), Ludmer (2017); e d) estudos sobre a constituição do imaginário, com os trabalhos de Durand (2002)Item Mova-se Caralho: Alternativas de Comunicação e Ecos Contraculturais na Fronteira Trinacional(2019-09-13) Brezolin, Jeancarlo; OrientaçãoA dissertação enfoca um fanzine produzido no ano de 1987 na cidade de Foz do Iguaçu, intitulado “Mova-se Caralho”, que se destacou no cenário literário alternativo da região trinacional e teve um total de três edições. O objetivo é analisá-lo no contexto do movimento de contracultura e da ideologia que influenciou e direcionou o comportamento de parte da sociedade ocidental, composta principalmente por jovens. Comparamos alguns elementos remanescentes da estética contracultural norte americana que podem ser observados nesta produção cultural periférica aos grandes centros, de onde emanam tendências estéticas. A análise permitiu compreender o posicionamento crítico cultural do fanzine frente aos meios de comunicação de massa e ao contexto literário local, como um veículo de expressão própria e insurgente.Item Tráfico de linguagens na cultura da mídia: a “ética-estética” da narcocultura e as mediações em Narcos(Biblioteca Latino-Americana, 2019-09-13) Louzada, Isabel Cristina Costa; Almendra Filho, Dinaldo SepúlvedaComo contribuição para o estudo de estéticas contemporâneas, esta dissertação tem como objetivo estudar o fenômeno da narcocultura latino-americana e as suas narrativas midiáticas, tomando como objeto a série Narcos, produção original da plataforma Netflix. A série é apenas um exemplo dentre inúmeros bens culturais de cinema, televisão, literatura e música que se servem da narcocultura e das suas representações ao mesmo tempo em que contribuem para retroalimentá-las ou mesmo reinventá-las. Baseando-se nas reflexões de Omar Rincón (2013) e Carlos Monsiváis (2006) sobre a violência e suas repercussões nos campos da cultura e da política, o trabalho desdobra-se em dois eixos de análise: a) a narcocultura incorpora elementos de diferentes linguagens da cultura da mídia, como melodrama, realismo mágico, seriado televisivo, cinema de ficção e documentário, e subverte, destitui ou ressignifica seus sentidos originários para criar uma mentalidade “ética-estética” própria, jogando com valores e sentidos morais da família, propriedade e religiosidade presentes na tradição latino-americana; e b) a mediação promovida por Narcos da narcocultura realiza uma apropriação específica dessa mentalidade “ética-estética”, matizando seus elementos constitutivos, e toma a figura mítica de Pablo Escobar como elemento central de uma produção transnacional destinada a uma audiência global. Em termos de análise comparada, o considerado é o ponto de contato e a coexistência de matrizes culturais e suas linguagens dentro de uma mesma obra audiovisual. A narcocultura extrai expedientes estéticos das matrizes culturais populares em sua busca por autenticidade. Portanto, essa forma cultural emprega desdobramentos estéticos, éticos e políticos no campo das representações da “cultura da mídia”. À vista disso, a análise da série se apoia em Andreas Huyssen (1997), Douglas Kellner (2001) e Vera Lúcia Follain de Figueiredo (2010), visto que Narcos é mais um produto cultural que aborda o fenômeno da violência e do narcotráfico, sendo assim um elemento da chamada cultura da mídia que tanto aterroriza e fascina a sociedade que, em seus inúmeros apelos de consumo, é atraída pela riqueza “ética-estética” da narcocultura, produzindo inúmeras narrativas a partir de representações midiáticas, o que coloca em disputa os sentidos da narcocultura e seus significados na América Latina.Item Diálogos entre narrativas Latino-Americanas para jovens adultos: "Almakia: a vilashi e os dragões" e "Tiempo de dragones: la profecía imperfecta"(2019-10-31) Dill, Elisa Inês Christ; Cortez, MarianaEste estudo tem o objetivo de colocar em diálogo duas obras destinadas a jovens: “Almakia: a vilashi e os dragões”, de Lhaisa Andria (autora brasileira) e “Tiempo de Dragones: la profecia imperfecta”, de Liliana Bodoc (autora argentina). Propôs-se fazer a revisão bibliográfica da categoria de gênero do discurso através de teorias advindas da análise do discurso e das teorias da literatura com o intuito de identificar as marcas textuais e discursivas que autorizam a identificação de um gênero. Em seguida foi necessário recuperar as discussões já realizadas acerca do gênero "literatura para jovens adultos" – Young Adult (YA), termo cunhado por investigações desenvolvidas em língua inglesa. Tal revisão teve o propósito de entender a relação das obras com o seu público. Posteriormente foi descrito o contexto de produção das obras analisadas, isso para refletir sobre o modo como as duas autoras teceram as narrativas, interessando principalmente desvendar como a atmosfera fantástica pode metaforizar a realidade em que o relato foi realizado. Compreende-se, portanto, que, apesar de serem narrativas ambientadas em mundos ficcionais, elas são como todo texto, um “pronunciamento de uma dada realidade” – conforme o linguista José Luiz Fiorin. Isso significa que todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode ser analisado considerando seu contexto histórico-social, as suas condições de produção. Significa ainda que o discurso reflete uma visão de mundo determinada e necessariamente vinculada aos autores e à sociedade em que vivem. Para fundamentar a análise, a pesquisa recorreu aos estudos de Mikhail Bakhtin ([1975], 2016) e aos aportes teóricos de Luiz Antônio Marcuschi (2008), Daniel Faita (2015), Irene Araújo Machado (2015) e de Diana Luz Pessoa Barros (2015) para entender como um gênero se constitui. E a partir do conceito de gênero foram discutidas as definições de "literatura para jovens adultos" como abordadas pelo pesquisador Jeffrey S. Kaplan (2005), bem como por Mike Alves (2016), Tereza Colomer (2003) e Hannah Niemeyer (2006), que tratam das características do gênero literatura para jovens adultos. Com o propósito de identificar se as obras pertencem ou não a este gênero e compreender o papel do leitor, buscamos pelo suporte teórico advindo da estética da recepção, e as teorias de Hans Robert Jauss (1979) e Wolfgang Iser (1999). Diante da análise a hipótese de pesquisa foi confirmada, as obras “Almakia” e “Tiempo de dragones” pertencem à literatura para jovens adultos, pois apresentam características que definem o gênero, através do percurso de amadurecimento dos protagonistas, já o papel do leitor no ato da leitura, compreende-se que quando ele aceita o “pacto narrativo” as obras a partir de sua temática comprem sua função a de emocionar, de sensibilizar e permitir uma reflexão sobre sua vida e sobre a sociedade.Item Corpo-oralidades y territorio en la dramaturgia de Felipe Vergara, de la experiencia del conflicto al correlato artístico(2020-01-23) Corradine Montealegre, Diana; Ciacchi, AndreaPropongo una lectura de la poética teatral de Felipe Vergara desde el estudio de tres piezas: Kilele, una epopeya artesanal; Arimbato, el camino del árbol; y Coragyps Sapiens, partiendo por considerar el teatro como un encuentro vital entre los artistas y su público, que instala escrituras permeadas por el tiempo, la historia y el contexto de su surgimiento. En ese sentido planteo que la dramaturgia Vergara funciona como un correlato que revive el rastro de la experiencia de guerra de las comunidades del Pacífico colombiano, a la vez que toma una posición autónoma de resistencia artística, social y cultural, y que porta en su discurso las versiones silenciadas históricamente, las versiones subterráneas. Para el análisis abordo: la relación indisoluble de las comunidades con su territorio, manifiesta en las obras; las representaciones de cuerpo y su fragmentación tanto a nivel individual como colectivo; y su reconstrucción a través de los duelos que se encarnan en transmisiones rituales, corporales y orales, en actos de memoria viva. Presento así un recorrido por la propuesta artística de Felipe Vergara y un acercamiento a algunas propuestas teatrales las comunidades del Pacífico colombiano, en las que curiosamente, Vergara trabajó de la mano de Inge Kleutgens, Catalina Medina y otros colaboradores. Retomaremos tres obras de Vergara, así como tres de las creaciones colectivas de las comunidades con las que , rastreando en ellas los procesos y procedimientos para la reconstrucción de una porción de los relatos alternativos de la historia social de las vivencias del conflicto social y armado colombiano, traducidas en las relaciones entre los imaginarios y las representaciones simbólicas de las obras, que asocian las gamas de sentido del texto y de la puesta en escena, con el cauce efectivo que propicia su escritura.