Iniciação Científica da UNILA (IC)
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Navegando Iniciação Científica da UNILA (IC) por Autor "Aguiar, Lucas de Moraes"
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Item Anais do 1º Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila: "Conhecer e Transformar"(2012-06) Ciacchi, Andrea; Teixeira, Andrea de Chermont; Cruz, Andréia da; Almeida, Denner Mariano de; Castilha, Eduardo Dalcin; Delgado, Eliane; Ferreira, Emmanuelle Christianes; Marques, Erwin Becker; Barbosa, Fernando Cesar Mendes; Danelli, Lucas; Aguiar, Lucas de Moraes; Moura e Silva, Luisa Maria Nunes de; Monteiro, Samuel RodriguesA indissocialibidade entre as ações de ensino, pesquisa e extensão, cuja unidade caracteriza o processo pedagógico no ensino superior tem, neste evento, a manifestação da sua aplicabilidade. Os planos de trabalho e projetos de estudantes e orientadores de iniciação científica e extensão demarcam os processos formadores da capacidade de pensamento crítico dos futuros profissionais egressos de uma universidade inovadora. Neste processo, a iniciação científica tem a missão de aperfeiçoar a formação acadêmica e profissional de estudantes de graduação, que são introduzidos nos diferentes campos do Saber pelas disciplinas e projetos de pesquisa docente para serem capacitados a refletir sobre limitações das sociedades, formular e testar hipóteses, resolver problemas e situações colocadas tanto pela simples curiosidade humana de conhecer quanto pela necessidade social de transformar. Constitui-se na formulação de questionamentos, na aprendizagem da elaboração do objeto de pesquisa, escolha dos referenciais epistemológicos e metodológicos, busca de informações, sistematização da argumentação e produção de conhecimento. A extensão é, por natureza, de vocação transformadora da realidade social, cultural e ambiental. Demanda uma ação de pesquisa, que pode ser chamada de pesquisa-ação ou de observação. Envolve a todos, comunidade universitária e comunidade onde está inserida a Universidade, num processo de troca de saberes. Os saberes e conhecimentos adquiridos, bem como as tecnologias produzidas, fomentam resultados coletivos sempre e quando são transferidos sob os princípios da responsabilidade, cooperação, solidariedade, racionalidade e da inclusão. Espera-se que cada estudante desenvolva atitudes críticas e habilidades de pesquisador, tais como dedicação, criatividade, honestidade, ética e compromisso com a transformação da realidade. O I Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila colabora para a avaliação e a exposição pública dos resultados dos projetos. Será realizada uma conferência de abertura composta pelo Magnífico Reitor Pro tempore da Unila, Hélgio Trindade, pelo Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Andrea Ciacchi, pela Pró-Reitora de Extensão, Luisa Maria de Moura e Silva e pelo pesquisador Flávio Bortolozzi, para expor ao público o tema “Pesquisa no Meio Acadêmico e suas Oportunidades”. O evento contará ainda com a palestra da pesquisadora Laura Tavares Ribeiro Soares com o título “A Pesquisa na Extensão”.Item Comportamento Social de Macacos-Prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Alto Rio Paraná(2014-11-07) Back, Janaína Paula; Suzin, Adriane; Aguiar, Lucas de MoraesO comportamento social compreende interações resultantes entre um ou mais indivíduos coespecíficos. O objetivo foi estudar os comportamentos afiliativos (brincadeira e catação), cooperativos (carregamento aloparental e partilha de alimentos), agonísticos (ameaças e agressões) e reprodutivos (pré-copulatórios e cópulas) em um grupo de 17 indivíduos de Sapajus sp., isolados em um fragmento de 3,5ha em Foz do Iguaçu e sujeitos ao contato e aprovisionamento de humanos. Os animais foram acompanhados durante três dias mensais, das 07:00h às 17:00h, de janeiro/2012 a junho/2013 (530h de observação). Utilizou-se o método de Varreduras Instantâneas para o padrão de atividades e o de Todas as Ocorrências para o comportamento social. As atividades distribuíram-se em: deslocamento (42,0%), forrageamento (37,6%), alimentação (9,7%), interações sociais (4,8%) e descanso (3,6%; n=15275). Os macacos deslocaram-se significativamente mais no verão/2012 quando comparado ao verão/2013; alimentaram-se mais no inverno/2012 do que no inverno/2013; forragearam mais no verão/2012 do que no verão/2013, e do que no inverno/2012, primavera/2012 e outono/2013. Forragearam mais no outono/2012 do que no outono/2013, e do que na primavera/2012 e verão/2013. Descansaram mais na primavera/2012 e verão/2012/2013 do que no outono/2012. Interagiram socialmente mais na primavera/2012 do que no outono/2012/2013 e do que no verão/2013. Dos comportamentos sociais, os afiliativos foram os mais frequentes (79,8%), seguidos dos agonísticos (10,7%), cooperativos (9,1%) e reprodutivos (0,4%; n=2536). Dos afiliativos, a maioria correspondeu às brincadeiras (72,96%) seguidas das catações (27,0%). As brincadeiras envolveram principalmente díades de juvenis (91,5%) e as catações, díades de fêmeas-juvenis (23,9%) e fêmeas-macho (23,4%). As participações das fêmeas e do macho nas catações foram quatro e três vezes maiores do que as esperadas ao acaso, respectivamente. Dos agonísticos, as ameaças (88,6%) foram mais frequentes do que as agressões (11,4%) e envolveram sobretudo díades de juvenis (18,3%) e de juvenis-fêmeas (14,5%). As participações dos juvenis e das fêmeas nas ameaças foram cinco e três vezes maiores do que as esperadas, respectivamente. Dos cooperativos, o carregamento (83,2%) foi mais frequente do que a partilha (16,8%), sendo os juvenis os principais emissores (74,3%) e os infantes, os receptores ( 96,9%). A participação dos juvenis no carregamento foi sete vezes maior do que a esperada. A partilha envolveu principalmente os juvenis, que receberam treze vezes mais do que a esperada, particularmente das fêmeas (35,9%), do macho (23,1%) e dos juvenis (20,5%). Comportamentos reprodutivos foram infrequentes, não observando-se a proceptividade das fêmeas. O macho esteve envolvido em quatro das seis cópulas registradas. Socialmente, os juvenis foram importantes na afiliação e cooperação do grupo, exibindo custos no cuidado da prole, mas benefícios da partilha alimentar dos adultos. O macho foi importante nas relações reprodutivas. Sugere-se que o aprovisionamento e a consanguinidade do grupo exerce papel na cooperação e nos infrequentes comportamentos reprodutivos. Agradecemos ao Pibic-FA.Item Comportamento Social de Macacos-Prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Alto Rio Paraná(2013-07-03) Back, Janaína Paula; Aguiar, Lucas de MoraesO comportamento social refere-se `as intera ̧c ̃oes resultantes da proximidade e atra ̧c ̃ ao de dois ou mais indiv ́ ıduos, geralmente, conspec ́ ıficos. Estud ́a-lo em ambientes reduzidos contribui para o entendimento dos limites e flexibilidades sociais. O objetivo foi quantificar os comporta- mentos afiliativos (brincadeira e cata ̧c ̃ao), cooperativos (carregamento aloparental e partilha de alimento), agon ́ ısticos [amea ̧cas (mostrar os dentes e persegui ̧c ̃ ao) e agress ̃ oes (tapa e mordida)] e reprodutivos (c ́opula, inspe ̧c ̃ao genital e demonstra ̧c ̃ao) em um grupo de 16 indiv ́ ıduos de macacos-prego (Sapajus sp.) que vive em um fragmento de 03ha (25 o 28’56.1?S; 54 o 33’55.9?O) em Foz do Igua ̧cu, aberto `a visita ̧c ̃ao humana, e cuja dieta constitui-se de aproximadamente 70% de alimentos antr ́opicos. Os animais foram acompanhados durante trˆes dias mensais, das 07:00h ` as 17:00h, de janeiro a dezembro/2012, totalizando 360h de observa ̧c ̃ao direta. Utilizou- se o m ́etodo de varreduras instantˆaneas com 03min de amostragem e 10min de intervalo para as categorias do padr ̃ao de atividades, e o de todas as ocorrˆencias para as categorias de com- portamento social. As intera ̧c ̃oes sociais perfizeram 5,4% das atividades dos animais. As de- mais atividades distribu ́ ıram-se em deslocamento (40,8%), forrageamento (37,5%), alimenta ̧c ̃ao (10,1%), descanso (3,6%) e outros (2,6%; n=10760). Macacos-prego emitiram principalmente comportamentos afiliativos (84,3%), seguido dos cooperativos (7,7%), agon ́ ısticos (7,6%) e re- produtivos (0,3%; n=2079; 5,8 ocorrˆencias/h). Dos afiliativos, a maioria correspondeu `a brinca- deiras (77,4%), sobretudo entre os juvenis (91,5%) e desses com o macho adulto (5,2%; n=1357). As cata ̧c ̃oes (22,6%) foram emitidas principalmente das fˆemeas para os juvenis (21,7%), do ma- cho para as fˆemeas (19,4%) e do macho para os juvenis (11,4%; n=396). Dos comportamentos cooperativos, grande parte correspondeu ao carregamento aloparental (78,9%) efetuado pelos juvenis (67,7%), fˆemeas (18,1%), subadultos (11,8%) e macho (2,4%; n=127). Quanto ` a par- tilha (21,1%), a maioria foi emitida para os juvenis (91,2%), sobretudo pelas fˆemeas (41,2%), seguido do macho (29,4%), juvenis (26,8%) e subadultos (2,9%; n=34). Dos comportamentos agon ́ ısticos, grande parte correspondeu ` as amea ̧cas (88,7%) emitidas (53,2%) e recebidas prin- cipalmente pelos juvenis (60,3%; n=141). Quanto ` as agress ̃oes (11,3%), o maior emissor foi o macho adulto (55,6%) e os maiores receptores foram os juvenis (72,2%; n=18). Comportamentos reprodutivos foram infrequentes, sendo observadas trˆes c ́ opulas. O macho adulto participou em duas ocorrˆencias e o subadulto em uma. Em an ́alise individual, o macho adulto foi o indiv ́ ıduo que mais copulou, emitiu e recebeu cata ̧c ̃ oes, agonismos e que mais partilhou alimentos. Os re- sultados indicam o j ́a conhecido papel central do macho adulto de Sapajus em comportamentos afiliativos e reprodutivos, mas n ̃ao usual na partilha de alimentos. Apesar das limita ̧c ̃ oes de um ambiente reduzido, os animais mantiveram o padr ̃ao visto em esp ́ecies sociais, onde a afilia ̧c ̃ ao e a coopera ̧c a ̃ o s ̃ao essenciais para a vivˆencia em grupo. Todavia, a disponibilidade de alimentos antr ́opicos pˆ ode ter atenuado as disputas alimentares.Item Donde están los primates en vida libre en la Triple Frontera? Etapa 01: levantamiento en Foz do Iguaçu(2013-07-03) Rodrigo Herrera, Martín; Aguiar, Lucas de MoraesLos primates juegan un papel fundamental como estrategas protectores de los ambientes florestales. No solo son un atractivo tur ́ ıstico, sino que cumplen tambi ́en un rol de disperso- res de semillas. Estos hacen de ellos valiosas piezas en el plano de resguardo y conservaci ́on ambiental. El siguiente trabajo pretende buscar e identificar poblaciones de especies de los po- tenciales g ́eneros de primates en vida libre de la regi ́on (Alouatta, Sapajus y Callithrix - este u ́ ltimo como introducido), dentro de ambientes urbanos y rurales, pertenecientes al marco de la triple frontera entre Argentina, Brasil y Paraguay. Durante un periodo de doce meses (julio 2012 - junio 2013) se realizaron levantamientos en distintos fragmentos - seleccionados de forma subjetiva mediante el an ́alisis de imagen satelital de Google Earth -, siendo esta una primera etapa que abarco el municipio de Foz do Igua ̧cu, cuya fauna de primates es poco estudiada. No se contemplaron ́areas del Refugio Biol ́ogico de Itaipu, Parque Nacional de Iguaz ́ u y Matas ciliares, puesto que ya tienen registros sobre ciertas ocurrencias en la literatura cient ́ ıfica. Para la colecta de datos se utilizaron los siguientes registros: directo (observaci ́on directa de grupos o individuos) e indirecto (rastros de orina, frutos mordidos, entrevistas no estructuradas a la comunidad con el apoyo de material fotogr ́ a fico sobre la fauna de inter ́es). Para cada ocurrencia de primates hubo una marcaci ́on de coordenadas mediante un GPS. Se efectu ́ o un total de 27 visitas t ́ecnicas, en 27 fragmentos florestales (de 84 seleccionados), con un esfuerzo de b ́ usqueda de 73hs y 68km recorridos en el interior de la mata de los fragmentos, a una velocidad media de 1km/h. Las ́areas visitadas presentaron una variaci ́ on de 1,5 - 279,5ha (media = 45,8ha), encontr ́andose en la mayor ́ ıa de ellas un bajo nivel de conservaci ́on. Hasta el momento tene- mos 14 registros de primates en 14 fragmentos distintos: 11 de Sapajus nigritus (3 directos y 8 indirectos), 1 de Alouatta caraya (registro indirecto), ambas especies ind ́ ıgenas, 1 de Sapajus sp. cuyo padr ́on de coloraci ́on del pelaje se asemeja al de las especies aloctonas para Foz de Iguaz ́ u (registro directo), y 1 de Callithrix sp. (registro indirecto). Todas las coordenadas de los registros colectados est ́an siendo trazadas en una figura de la regi ́on a trav ́es del software ArcGis para la confecci ́on de un mapa de ocurrencias. Hasta la fecha nuestros datos indican que los primates son raros en los fragmentos que no son efectivamente protegidos por reservas o parques, y de esta forma dejamos en evidencia el papel fundamental que juegan las unidades de conservaci ́on para la manutenci ́on de las poblaciones de los primates en el paisaje de la regi ́on. M ́as b ́ usquedas son necesarias para la confirmaci ́on de este escenario.Item Manipulação e percussão de objetos em macacos-prego urbanos(2015-11) Silva, Géssyca Fernanda da; Freire, Susana Cristina de Brito; Aguiar, Lucas de MoraesOs macacos-prego (Sapajus spp.) possuem habilidades manipulativas, são forrageadores extrativos e percussivos, onde se destaca o uso de ferramentas, sendo que o aprendizado social tem um papel importante para o desempenho dessas atividades. Estudos sobre a manipulação de objetos são importantes para entender a cultura material desses animais e as potencialidades para o uso de ferramentas. Nosso objetivo foi estudar a manipulação e a percussão de objetos, bem como os seus contextos, em um grupo de macacos-prego que raramente usa ferramentas, e que habita o bosque urbano do Jardim Ipê em Foz do Iguaçu. Devido ao aprovisionamento e a influência dos estímulos antrópicos, acredita-se que esses indivíduos dediquem grande parte do tempo explorando diferentes tipos de objetos. A coleta de dados foi realizada através do acompanhamento direto dos animais, utilizando-se o método de Evento Focal, durante aproximadamente dois dias por mês, entre outubro de 2014 e setembro de 2015. Para cada evento de manipulação foram anotados o tipo de objeto, se houve percussão, o estrato arbóreo, o substrato, o indivíduo emissor, o indivíduo mais próximo ao emissor, o número de indivíduos presentes, a duração, a atividade imediatamente anterior e posterior ao evento. Foi observado 1,2 evento/h (n=114), cuja duração variou entre um e 10 minutos (média= 2 + 0,001 D.P.), em altura que variou entre zero e 10 metros (média= 4,1 + 2,5 D.P.), e nos estratos do subosque (49%), dossel (35%) e solo (10%). Os objetos naturais foram manipulados mais freqüentemente (62%; principalmente galhos e frutas: 34% e 15%, respectivamente) do que os artificiais (38%; principalmente garrafas: 20%). As percussões ocorreram em 83% dos eventos, tendo como substratos os galhos (62%), troncos (31%), telhados e muros (5%), e solo (2%). Os juvenis foram os principais manipuladores, envolvendo ou não percussão (86% e 73%, respectivamente). O número de espectadores variou entre zero e 11 indivíduos por evento (média= 3,9 + 2,2 D.P.), e a distância do vizinho mais próximo ao emissor variou entre zero e 10 metros (média= 2,22 + 1,82 D.P.). Os juvenis foram os espectadores mais próximos do emissor na maioria das vezes (65%), tanto em manipulações realizadas por adultos (50%), quanto por outros juvenis (75%). O principal contexto da manipulação esteve relacionado ao forrageamento, já que foi a atividade precedida e sucedida na maioria dos eventos (96% e 80%, respectivamente). Os macacos consumiram o conteúdo do objeto manipulado em 32% das vezes. A manipulação de objetos, incluindo os artificiais, foi freqüente e faz parte do ambiente físico e social, e das atividades diárias e de forrageamento, particularmente dos jovens, indicando-os como os mais propensos a desenvolverem o uso de ferramentas. Agradecemos à Fundação Araucária pela bolsa, e à Sanney Jaqueline Barros Maia pelo apoio inicial em campo.Item Relações entre Humanos e Macacos-prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: Uma Abordagem Interdisciplinar(2014-11-07) Suzin, Adriane; Back, Janaína Paula; Ciacchi, Andrea; Aguiar, Lucas de MoraesO aumento populacional e a fragmentação de florestas têm acentuado as interações entre homem e animais, e o estudo interdisciplinar dessas relações torna-se essencial para a conservação. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompanhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percepção de moradores do entorno de um bosque urbano (25o28'56.1”S; 54o33'55.9”O) em Foz do Iguaçu e suas interações com os macacos. Através de amostragem por conglomerados, aplicou-se um formulário semiestruturado a 61 pessoas. Para o estudo das interações (julho/2012 a junho/2013) e da dieta dos macacos (janeiro/2012 a junho/2013) utilizou-se o método de todas as ocorrências e o de varreduras instantâneas, respectivamente, e acompanhou-se os animais durante três dias mensais, das 07:00h às 17:00h. A maioria dos entrevistados conhece o bosque (89%) e o considera importante (85%); utiliza-o (62%) principalmente para lazer (67%) e para alimentar ou ver os macacos (39%). Grande parte gosta dos macacos (84%), aponta a insuficiência de recursos na mata (85%) e afirma já ter os alimentado (53%). A maioria deseja a permanência dos animais (73%) e afirma que pessoas de outros locais os visitam (43%); há uma percepção positiva quanto à visitação (95%). Houve uma relação significativa entre aqueles que residem no bairro dizerem que frequentam o bosque moderadamente e que não conseguem diferenciar o sexo dos macacos. Houve também relação entre dizer que a floresta está suja e dizer que ela não está conservada. Houve uma tendência dos mais velhos dizerem que não sabem reconhecer os macacos individualmente. Contudo, percebe-se uma tendência dos jovens responderem que já forneceram alimentos aos macacos e que acham isso correto. As interações (n=138) foram iniciadas principalmente pelas pessoas (97,7%) e a distância mínima variou de zero a oito metros (média=1,73±2,1m). Ocorreram sobretudo no interior do bosque (60,6%), com duração de um a 43min (média=10±14,5min). Observou-se durante as interações uma média de 3,1±2,5 pessoas/evento e 3,1±2 macacos/evento. O número de interações não diferiu entre o fim e durante a semana, tampouco entre a manhã e a tarde; contudo, foram significativamente mais frequentes no outono do que no verão. A maioria das interações (n=127; excetuando-se com agentes municipais) envolveu comportamentos afiliativos (92,9%) e em menor quantidade, agonísticos (8,7%). Quanto à dieta (n=1477), os animais consumiram significativamente mais itens de origem antrópica (70,7%), sobretudo os fornecidos pelos visitantes (61,9%). Os alimentos disponíveis na mata foram consumidos em menor quantidade (29,3%). O consumo de itens de origem antrópica e da mata não variou significativamente entre as estações. Percebe-se uma relação positiva entre os humanos e os macacos, onde os primeiros valorizam a natureza e os últimos tiveram nos humanos a base de sua dieta, sugerindo uma relação para além da comensal. Agradecemos ao PIBIC-FA e ao Michel V. GareyItem Relações entre humanos e macacos-prego (Sapajus SP.) em um fragmento urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: uma abordagem interdisciplinar(2012-06-05) Suzin, Adriane; Back, Janaína Paula; Ciacchi, Andrea; Aguiar, Lucas de MoraesA Biologia da Conservação parece não resolver o problema da perda de hábitat e extinções de espécies apenas com os preceitos das Ciências Biológicas. Investigações científicas interdisciplinares (e.g. Etno - primatologia) fazem-se necessárias. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompa - nhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percepção da comunidade do entorno de um bosque urbano em Foz do Iguaçu e suas interações com os macacos. Um formulário semiestruturado com 56 perguntas (61% fechadas e 39% abertas) foi aplicado a 59 pessoas (56% homens e 44% mulheres) de distintas ida- des (85% adultos e 15% jovens) entre fevereiro/2011 e janeiro/2012. Para o estudo das interações e da di - eta dos macacos utilizou-se o método de todas as ocorrências e varreduras instantâneas com 3 min de amostragem e 10 min de intervalo. Os animais foram acompanhados durante três dias mensais, das 07:00 às 17:00 h, entre janeiro e março/2012 (90 h de observação direta). Para a maioria dos entrevistados, a tranquilidade (56%), o bosque (24%) e os macacos (20%) são os atrativos mais interessantes do bairro. Consideram o bosque importante (80%) pelos serviços naturais prestados (59%), pelo lazer (21%) e pela presença dos macacos (18%). A maioria gosta dos macacos (81%) por serem divertidos (35%), bonitos (25%), semelhantes aos humanos (19%) e parte da natureza (14%). Grande parte diz que eles consomem frutas e cultivos (95%) e alimentos processados (38%). A maioria comenta que os macacos não têm co - mida suficiente no bosque (81%) e já forneceram alimentos para eles (90%). Os entrevistados simpatizam com visitantes no local (76%) e sugerem que a prefeitura limpe e proíba o lixo (56%), e alimente ou cuide dos macacos (30%). Em relação às interações observou-se 122 pessoas em 63 eventos (média= 1,9$±$1,2 pessoas/evento). As interações foram frequentes (0,7 eventos/h) e ocorreram mais nos finais de semana (0, 93 eventos/h) do que nos demais dias (0,52 eventos/h) e foram principalmente afiliativas (91%) envol - vendo alimentação, chamados ou observações dos humanos. Quanto à dieta, foram 243 registros de ali - mentação em 540 varreduras. Macacos-prego consumiram principalmente alimentos antrópicos (68%), sobretudo aqueles intencionalmente fornecidos (72,7%), oriundos de plantações (20,6%) e em descartes ou lixo (6,7%) (n=165). Alimentos do bosque foram consumidos em menor quantidade (32%), desta- cando-se os frutos (66,7%), invertebrados (18%), vertebrados (9%), folhas (3,9%) e flores (2,6%) (n=78). Macacos-prego parecem dependentes da alimentação antrópica e dos cuidados das pessoas. Estas parecem cativadas com os animais e motivadas a cuidá-los. A presença e contato com os macacos, que podem ser - vir como espelhos e instrumentos do mundo natural, parece contribuir para o bem estar espiritual huma - no. Embora sejam aptas a viver independentemente na natureza, ambas as espécies adquiriram vantagens quando associadas, o que sugere uma relação de protocooperação ao invés de comensalismo.Item Relações entre Humanos e Macacos-prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: Uma Abordagem Interdisciplinar(2013-07-03) Suzin, Adriane; Aguiar, Lucas de Moraes; Ciacchi, AndreaA transforma ̧c ̃ao da paisagem natural pelos humanos pode acentuar suas intera ̧c ̃ oes com a biodiversidade e gerar conflitos entre as partes. Estudar a rela ̧c ̃ao entre humanos e primatas n ̃ao-humanos atrav ́es de abordagens interdisciplinares torna-se essencial para pr ́aticas conserva- cionistas mais ajustadas `a realidade. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompanhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percep ̧c ̃ ao de moradores do entorno de um o o oes com os maca- bosque urbano (25 28’56.1”S; 54 33’55.9”O) em Foz do Igua ̧cu e suas intera ̧c ̃ cos. Atrav ́es de amostragem por conglomerados, aplicou-se um formul ́ario estruturado com 89 perguntas abertas e fechadas a 61 pessoas (74% mulheres e 26% homens) entre agosto/2012 e mar ̧co/2013. Para o estudo das intera ̧c ̃oes e da dieta dos macacos utilizou-se o m ́etodo de todas as ocorrˆencias e o de varreduras instantˆaneas com 3min de amostragem e 10min de intervalo, respectivamente. Os animais foram acompanhados durante trˆes dias mensais, das 07:00h a ` s 17:00h, entre julho/2012 e mar ̧co/2013. Para a maioria dos entrevistados a tranquilidade ́e a caracter ́ ıstica mais interessante do bairro (48,8%). Grande parte conhece o bosque (88,5%) e o consideram importante (84%), sobretudo pelos servi ̧cos naturais prestados (50,9%), pelo lazer (25,5%) e pela presen ̧ca dos macacos (21,8%). A maioria utiliza o bosque (62,3%), principal- mente para o lazer (48,9%) e para alimentar esses animais (28,9%). Grande parte gosta dos macacos (83,7%) por serem belos (20,8%), legais (13,2%), da natureza (13,2%) e inofensivos (11,3%). A maioria sabe o que eles comem (97,9%) e citam as frutas e os cultivos dom ́esticos (72,5%). Todavia, apontam a insuficiˆencia de recursos na mata (85,4%) e relatam a ida dos animais ` as casas (71,4%) para buscarem alimentos (86,5%). Grande parte deseja a permanˆencia dos macacos no local (72,5%) e sugere que a prefeitura cuide deles (26,1%) e revitalize o bosque (21,7%). A maioria afirma que pessoas de outros locais vˆem visitar os animais (43,1%) e tem percep ̧c ̃ oes positivas quanto `a isso (95,5%). Em rela ̧c ̃ao ` as intera ̧c ̃oes (n=78; 0,29 intera ̧c ̃ oes/h), observou-se uma m ́edia de 3,1±2,7 pessoas/evento e de 3±1,8 macacos/evento, com dura ̧c ̃ao m ́edia de 11,3±17,7min. Grande parte foi iniciada pelas pessoas (97,4%) e ocorreram no in- terior do bosque (71,2%), sobretudo pela manh ̃a (62,8%). Na maioria das intera ̧c ̃oes ocorreu contato direto (42,9%) e a m ́edia das distˆancias min ́ ımas entre as esp ́ecies foi de 1,5±1,7m. Os comportamentos dos humanos e dos macacos foram principalmente afiliativos (98,7% e 94,9%, respectivamente). Quanto `a dieta (n=756, 1620 varreduras), os animais consumiram principal- mente alimentos antr ́opicos (66,7%), majoritariamente os fornecidos pelos visitantes (48%) e pela prefeitura (35,3%). Alimentos do bosque foram consumidos em menor quantidade (32,5%), destacando-se os frutos (61,4%) e invertebrados (20,3%). Os macacos tiveram nos humanos a base da dieta e parecem contribuir com enriquecimento do local e com o bem estar humano, sugerindo uma rela ̧c ̃ao de protocoopera ̧c ̃ ao.