Comportamento Social de Macacos-Prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Alto Rio Paraná

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Data

2014-11-07

Autores

Back, Janaína Paula
Suzin, Adriane
Aguiar, Lucas de Moraes

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Resumo

O comportamento social compreende interações resultantes entre um ou mais indivíduos coespecíficos. O objetivo foi estudar os comportamentos afiliativos (brincadeira e catação), cooperativos (carregamento aloparental e partilha de alimentos), agonísticos (ameaças e agressões) e reprodutivos (pré-copulatórios e cópulas) em um grupo de 17 indivíduos de Sapajus sp., isolados em um fragmento de 3,5ha em Foz do Iguaçu e sujeitos ao contato e aprovisionamento de humanos. Os animais foram acompanhados durante três dias mensais, das 07:00h às 17:00h, de janeiro/2012 a junho/2013 (530h de observação). Utilizou-se o método de Varreduras Instantâneas para o padrão de atividades e o de Todas as Ocorrências para o comportamento social. As atividades distribuíram-se em: deslocamento (42,0%), forrageamento (37,6%), alimentação (9,7%), interações sociais (4,8%) e descanso (3,6%; n=15275). Os macacos deslocaram-se significativamente mais no verão/2012 quando comparado ao verão/2013; alimentaram-se mais no inverno/2012 do que no inverno/2013; forragearam mais no verão/2012 do que no verão/2013, e do que no inverno/2012, primavera/2012 e outono/2013. Forragearam mais no outono/2012 do que no outono/2013, e do que na primavera/2012 e verão/2013. Descansaram mais na primavera/2012 e verão/2012/2013 do que no outono/2012. Interagiram socialmente mais na primavera/2012 do que no outono/2012/2013 e do que no verão/2013. Dos comportamentos sociais, os afiliativos foram os mais frequentes (79,8%), seguidos dos agonísticos (10,7%), cooperativos (9,1%) e reprodutivos (0,4%; n=2536). Dos afiliativos, a maioria correspondeu às brincadeiras (72,96%) seguidas das catações (27,0%). As brincadeiras envolveram principalmente díades de juvenis (91,5%) e as catações, díades de fêmeas-juvenis (23,9%) e fêmeas-macho (23,4%). As participações das fêmeas e do macho nas catações foram quatro e três vezes maiores do que as esperadas ao acaso, respectivamente. Dos agonísticos, as ameaças (88,6%) foram mais frequentes do que as agressões (11,4%) e envolveram sobretudo díades de juvenis (18,3%) e de juvenis-fêmeas (14,5%). As participações dos juvenis e das fêmeas nas ameaças foram cinco e três vezes maiores do que as esperadas, respectivamente. Dos cooperativos, o carregamento (83,2%) foi mais frequente do que a partilha (16,8%), sendo os juvenis os principais emissores (74,3%) e os infantes, os receptores ( 96,9%). A participação dos juvenis no carregamento foi sete vezes maior do que a esperada. A partilha envolveu principalmente os juvenis, que receberam treze vezes mais do que a esperada, particularmente das fêmeas (35,9%), do macho (23,1%) e dos juvenis (20,5%). Comportamentos reprodutivos foram infrequentes, não observando-se a proceptividade das fêmeas. O macho esteve envolvido em quatro das seis cópulas registradas. Socialmente, os juvenis foram importantes na afiliação e cooperação do grupo, exibindo custos no cuidado da prole, mas benefícios da partilha alimentar dos adultos. O macho foi importante nas relações reprodutivas. Sugere-se que o aprovisionamento e a consanguinidade do grupo exerce papel na cooperação e nos infrequentes comportamentos reprodutivos. Agradecemos ao Pibic-FA.

Descrição

Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Saúde Coletiva e Biologia I - 07/11/14 – 08h30 às 11h10 - Unila-PTI – Bloco 03 – Espaço Mercosul – Sala 06

Palavras-chave

Aprovisionamento alimentar, Flexibilidade comportamental, Fragmentação, Populações selvagens urbanas, Socioecologia

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