Política energética e novos usos do território: os círculos de cooperação e os circuitos espaciais de produção do etanol na América do Sul
Data
2014-11-06
Autores
Marchi, Fabiano
Xavier, Marcos Antonio de Moraes
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Resumo
O início desse século vê o despertar de novas estratégias dos países em relação
à política energética, sendo os biocombustíveis uma das principais alternativas que se
apresentam. A instabilidade do petróleo, em respeito a variação dos preços e a
instabilidade de reservas, faz com que os governos se preocupem, cada vez mais, com a
diversificação da matriz energética a nível nacional, procurando diminuir a dependência
frente a esse fonte de energia. É dentro deste contexto que se insere a produção de etanol
na América Latina, incentivada na última década visando alcançar dois objetivos:
diversificar a matriz energética nacional e abastecer o mercado internacional, sendo esse
último o principal demandante dos biocombustíveis sul-americanos. Este projeto de
iniciação científica buscou apreender essa nova realidade através de duas categorias
analíticas, os circuitos espaciais de produção, que seriam, “as diversas etapas pelas quais
passaria um produto, desde o começo do processo de produção até chegar ao consumo
final” (Santos, 1988: 49) e os círculos de cooperação (Santos:1985) que representam a
esfera política da produção, ou seja, o controle de informações, financiamentos e a base
normativa. O objeto de análise é a produção de etanol com base na cana de açúcar na
Argentina, país que vem se destacando na última década na produção de biocombustíveis,
principalmente do biodiesel, sendo a atividade do etanol incipiente no país. A Argentina
possui uma forte dependência frente aos combustíveis fósseis (cerca de 90% de sua matriz
energética), sendo que suas reservas não possuem uma longa duração e a exploração se
encontra nas mãos de grandes empresas transnacionais que voltam grande parte da
produção para a exportação, gerando um ambiente de instabilidade energética nacional.
Partindo desse panorama, foram criadas normas estatais na última década para fomentar
o mercado de biocombustíveis no país, buscando solucionar o problema da questão
energética, sendo o estado argentino o principal agente nessa questão. A pesquisa
realizada teve como base a análise destas normas estatais, que visam incentivar a
produção, e seu impacto no território argentino, este entendido como um conjunto
indissociável de objetos e ações (SANTOS, 1995). Na esfera global, a pesquisa buscou
entender o papel da América Latina na nova divisão internacional do trabalho, partindo
da hipótese de que a região se consolida, cada vez mais, como abastecedora do mercado
internacional, sendo fortemente dependente do mesmo. Agradecemos à Pibic UNILA
pela bolsa de iniciação concedida.
Abstract
Descrição
Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Geografia - 07/11/14 – 13h30 às 17h40 - Unila-PTI - Bloco 09 – Espaço 03 – Sala 03
Palavras-chave
Biocombustíveis, Crise energética, Matriz energética