O diálogo entre o Reyno do Ndongo e a Coroa Portuguesa por intermédio do “bakule”, apontando para sua importância no comércio ultramarino pelo Atlântico a partir do século XVI
Data
2015-11
Autores
Souza, Raquel Santos
Bonciani, Rodrigo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar as relações de poder entre as
lideranças africanas e os portugueses, na atual região de Angola, a partir do século
XVI. A data de 1570 ao que parece, corresponde a data oficial em do período entitulado
“conquista de Angola”, a partir de então encontra-se a maior parte dos registros escritos
sobre essas relações. Relações essas, que não apenas alteraram os sistemas
econômicos de ambas sociedades como também interferiram nas estruturas sociais e
estatais internas existêntes, como modificou a forma na qual se relacionavam com as
demais sociedades. Através da utlização de documentos como as cartas de Fernão de
Souza compiladas pela autora Beatrix Heintze nos serviram de fontes, cartas essas
direcionadas aos representantes e à própria Coroa Portuguesa e por mais que
apresentem objetivos diversos, quando analisadas cuidadosamente e devidamente
questionadas nos revelam muito sobre a formação do Ndongo e sobre como viviam os
seus habitantes..A análise consiste em apresentar como ambos os lados, portugueses
e africanos, procuraram beneficiar-se deste contato com o outro, seja através da
riqueza que este oferecia, seja quanto a apropriação e execução de sistemas internos
deste outro para o próprio proveito. Observamos que, assim como os portugueses
interpretaram as hierárquicas internas existentes no Reino do Ndongo dada a forma
como se aproximaram desses reinos, adaptando-se a essas organizações africanas; as
lideranças presentes no Ndongo também o fizeram, seja através da adoção de
existentes no reino; o baculamento consistia no pagamento de impostos e a servidão
interna de pessoas, destacando sempre as específicdades deste antes da incorporação
pelos portugueses. Ambos, africanos e europeus se basearíam nessas apropriações
para favorecer aos seus interesses que eram por vezes econômicos, os portugueses
tempos depois, utilizariam-se dessa estrutura de servidão para basear o modelo
escravocata tal qual se conheceu nas Américas. Importante destacar que a chegada
dos portugueses não retirou a autonômia desses chefes dentro de seus territórios, e
tampouco implicou na subordinação direta de seus lideres africanos aos portuguêses,
ao contrario, este período foi marcado por resistentes oposições á Coroa Portuguesa. A
partir desta apresentação, acredito ter familiarizado o leitor com o texto; que está
organizado em três partes: a) A formação do Estado do Ndongo – a partir de sua
organização e os sistemas de servidão interna; b) O comércio pelo Atlântico de
escravos; c) Sistema de tributagem apontando para seu significado.
Abstract
Descrição
Anais do IV Encontro de Iniciação Científica da Unila - “UNILA 5 anos: Integração em Ciência, Tecnologia e Cultura na Tríplice Fronteira” - 05 e 06 de novembro de 2015 – Sessão História
Palavras-chave
Reino de Ndongo - Angola, Angola, Baculamento, Nzinga, Coroa Portuguesa