Em busca de respostas ancestrais: experiências com a leitura literária em escolas do Oeste do Paraná
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Data
2025
Autores
Schons, Maiara
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Resumo
A partir de representações caricaturais e estereotipadas de pessoas negras, presentes nos livros literários para as crianças, esta investigação parte da seguinte problemática: como estudantes do 2° ano do ensino fundamental, anos iniciais, de duas escolas do Oeste do Paraná respondem à leitura literária de livros ilustrados com protagonistas negros/as. Esta pesquisa tem como objetivo geral caracterizar as respostas leitoras Arizpe (2004) e Fittipaldi (2008; 2012), de crianças de 7/8 anos de escolas em dois territórios: 1) Medianeira, cidade na qual 31,06% da população se reconhece como pretos e pardos (IBGE, 2022) e 2) em São Miguel do Iguaçu, em que há 32,23% da população, segundo o Censo se reconhece como como negros e pardos (IBGE, 2022), que tem em seus limites um território quilombola, o Apepú. A experiência se justifica em razão da ideia de que para apreender significados não basta conhecer formalmente referências linguísticas isoladas ou suas regras de seleção e combinação, mas é preciso compartilhar uma maneira de pensar e uma forma de vida. Parte-se desta premissa para verificar se há diferentes respostas leitoras para as seguintes leituras: Benedito (2014), do brasileiro Josias Marinho, e Jacinto e Maria José (2013), do colombiano Dipacho. Para desenvolver o estudo, realizamos quatro encontros de uma hora e quinze minutos cada, com os estudantes do 2° ano do Ensino Fundamental. Esses encontros foram realizados em dois municípios diferentes, com o objetivo de apresentar os livros, realizar atividades com as crianças e aplicar uma pesquisa socioeconômica com os familiares dos estudantes. Para fundamentar esta investigação, utilizamos os conceitos de racismo, com base nos estudos de Munanga (2003) e Gomes (2005), sendo esta última também responsável pela contribuição para o conceito de ancestralidade; racismo estrutural, conforme discutido por Carneiro (2011); e antirracismo, a partir das reflexões de Pinheiro (2023) e Ribeiro (2019). Além disso, as categorias de letramento racial são exploradas segundo Ferreira (2015), Souta e Jovino (2019). As respostas leitoras nos dois municípios foram similares, o que evidencia a necessidade de práticas antirracistas, desenvolvidas com o uso de livros com protagonistas negros.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Literatura Comparada.
Palavras-chave
antirracismo, literatura infantil, respostas leitoras, livros de imagem, educação básica.