Políticas de Ação Afirmativa e as Mulheres Negras na Pós-Graduação e na Pesquisa Universitária: um Estudo de Caso Interseccional da UFRJ, UFBA, UFMG
Data
2023
Autores
Gonçalves, Liliane Flores de Freitas
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Esta dissertação tem por objetivo analisar as políticas de ação afirmativa de raça, gênero e
classe dos cursos de pós-graduação stricto sensu, considerando o corpo docente e
discente das UFRJ, UFBA e UFMG, sob um viés interseccional. Tal escolha se justifica pela
predominância de pessoas autodeclaradas negras (55,8%) e mulheres (51,1%) no Brasil,
pelo relevante número de pessoas negras autodeclaradas naqueles estados (Bahia-80,9%,
Minas Gerais-58,7% e Rio de Janeiro-54,0%), o número de programas stricto sensu
daquelas instituições (493), bem como a sub-representatividade das mulheres negras no
mercado de trabalho formal e no ensino de acordo com dados estatísticos. Procurou-se
então apresentar o percurso histórico, a participação dos movimentos sociais e os marcos
legais pertinentes à população negra no ensino superior no Brasil; identificar a
representatividade da população negra no ensino e no mercado de trabalho, com destaque
aos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais; e conhecer as políticas de ação
afirmativa, considerando raça, gênero e classe, voltadas para o corpo docente e discente
de 18 programas de pós-graduação stricto sensu daquelas Instituições de Ensino Superior
(IES). Nesse sentido, para delimitar a pesquisa, selecionamos três Programas
proeminentes, como Engenharias, Direito e Medicina, considerados cursos “imperiais”, e
outros três Programas de baixa proeminência, a saber, Letras, História e Educação. O
problema visa questionar por que, mesmo sendo a maioria na população brasileira, as
mulheres negras são a minoria entre pós-graduandos(as) e na docência das IES. Deduz-se, portanto, que tal fato esteja associado à questão de raça, classe e gênero. O viés
metodológico adotado, além de dar destaque às mulheres negras, levou-nos a conhecer as
políticas de ação afirmativa em 18 programas daquelas IES e em como se dá o acesso, a
permanência, a formação universitária do corpo discente e as condições para o exercício
da docência nas universidades citadas com base no estudo do caso, coleta e análise dos
dados. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter historiográfico, antropológico e
sociológico realizada por meio de levantamento bibliográfico e revisão de literatura. Contém
ainda uma abordagem quanti-qualitativa realizada por meio de infográficos e dados
estatísticos acerca da ocupação da população negra no mercado de trabalho e no ensino,
bem como a análise de tais dados. A discussão teórica seguiu um viés interseccional dando
destaque a mulheres negras que pesquisam acerca do feminismo negro. Como resultado,
verificou-se que os programas daquelas universidades não possuem dados estratificados
ou tratados que possam ser publicizados ou que permitam identificar com precisão os
sujeitos da pesquisa. O marco legal e o marco temporal coincidem por se tratar dos últimos
10 anos, considerando a Lei n. 12.711/12.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito à obtenção do título de Mestra em Políticas Públicas e Desenvolvimento.
Orientadora: Prof.ª. Drª. Renata Peixoto de Oliveira
Palavras-chave
Ações Afirmativas; Feminismo Negro; Interseccionalidade; PósGraduação; Universidades Federais