Modernidade e decolonialidade: da razão universal para razão corporificada.
Resumo
Sem pretensão de esgotar o tema esta pesquisa visa analisar a relação dos fundamentos teóricos da modernidade, essencialmente coloniais, com a construção do epistemicídio feminino. Através da crítica à objetividade e universalidade da razão moderna, pretende-se demonstrar a urgência decolonial pela construção de razões localizadas. Utilizado o método hipotético dedutivo, realiza-se então, uma pesquisa teórica de cunho descritivo, exploratório e de análise crítica que parte da revisão bibliográfica das obras de grandes expoentes das teorias do conhecimento modernas, como Kant, Comte e Descartes. A retomada das teorias do conhecimento a partir de uma crítica feminista decolonial foi de grande importância para a compreensão da racionalidade moderna como justificativa teórica para a dominação dos corpos, portanto, a partir dos escritos de Grada Kilomba e Maria Lugones, foi demonstrada a emergência da descentralização do sujeito do conhecimento e a renúncia ao arquétipo do homem europeu descorporificado enquanto sujeito epistêmico de uma razão universal.