Tramados escriturales: diálogos entre estética y política en los proyectos poéticos de Rocío Cerón y Lía Colombino
Resumo
Rocío Cerón (Cidade de México, 1971) e Lia Colombino (Assunção, Paraguai, 1974) são duas poetas latino-americanas que ocupam em suas cenas locais importantes lugares na configuração de uma ecologia cultural a partir das artes, na qual interessa menos a criação individual e disciplinar de uma obra do que a articulação de uma reflexão sobre os tramados escriturais que fazem parte de toda criação e comunidade. Escrituras que escrevem enquanto são escritas, porque participam dessa configuração na qual as dobras entre o político e o estético se aproximam, participam desse movimento de inscrição que Rancière denomina de partilha do sensível; divisão que estabelece os modos nos quais os membros de uma comunidade participam, falam e agem em relação ao comum. Esta partilha estabelece as formas em que se governa e se é governado. Precisamente, o estabelecimento dessa partilha também abre o espaço para o poder, sendo que este é sempre assimétrico. Deste modo, neste trabalho tento pensar, a partir do estudo dos projetos poéticos de Cerón e Colombino, usando como chave de leitura a escrita, a questão de se a poesia tem algum papel na ordem democrática no sentido de aprofundar o pluralismo, entendido como multiplicação da coexistência das diferenças e dos espaços de resposta às assimetrias do poder. O estudo desta questão desde a obra de Cerón e Colombino responde a permanente interrogação a respeito das gramáticas disciplinares, históricas e políticas em seus projetos poéticos, assim como ao desejo de estruturar um tecido que mostre os vínculos entre as escritas destas duas tradições artístico-culturais latino-americanas, cujos laços ainda estão em exploração.