Avaliação das ações de política e planejamento de linguagem quanto ao processo de internacionalização universitária: um estudo de caso
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Data
2019-09-04Autor
Amato, Laura
Carvalhal, Tatiana
Carvalho, Simone
Fontes, Laura
Metadata
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Este trabalho inscreve-se no campo de estudos da Política e Planejamento de Linguagem (PPL),
particularmente, no de políticas de linguagem na ciência e na educação superior (science and
high education – SHE) e tem como objetivos identificar ações de política e planejamento
linguístico da Universidade Federal da Integração Latino-Americana e avaliar a sua contribuição
ao processo de internacionalização universitária. A internacionalização da UNILA tem como foco a
integração regional e a valorização da diversidade cultural e linguística da instituição,
fortalecendo o bilinguismo (espanhol e português) e promovendo o desenvolvimento sustentável
da região por meio da cooperação fronteiriça. Reconhece a importância de um planejamento de
uma comunidade universitária plurilíngue, atendendo a vocação internacional da universidade.
Nesse sentido, tem-se colocado em pauta as possibilidades de implementação de políticas de
linguagem que possam contemplar a educação bilíngue na instituição, valorizando, igualmente, o
contexto de diversidade linguístico-cultural promovido pelo uso de várias línguas, tais como
guarani, quéchua, aimará, creole haitiano, francês, alemão, inglês, entre outras. Mais
especificamente, neste trabalho, refletiremos sobre as ações de política e planejamento de
linguagem da instituição construídas em conjunto com o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de
Linguagem e Interculturalidade (NIELI). Considerando que um modelo de PPL possível para a
maioria dos países latino- americanos deveria idealmente integrar tanto as línguas nacionais como
as línguas estrangeiras para servir às necessidades acadêmicas em um modelo conceitual único,
Hamel, López e Carvalhal (2016) revisitam um modelo proposto inicialmente por Hamel (2013) e
propõem um novo modelo integrado de PPL em ciência e educação superior que incorpora todos
os componentes relevantes no conceito sociológico e comunicacional de “campo” (Bourdieu,
1975, 1984; Gumperz, 1982). Esse modelo integrado funciona como modelo heurístico de
referência para organizar os elementos de política e planejamento de linguagem que emergem
tanto no contexto latino-americano quanto em outros. O modelo contém três subcampos:
Produção (isto é, planejamento e implementação de pesquisa), Circulação (recepção oral e
escrita, elaboração e distribuição de descobertas) e Formação (ensino e treinamento em todos os
níveis). Com base nesse modelo, de forma geral, a produção de ciência e da educação superior
nas universidades latino- americanas, se daria em português ou espanhol; a formação,
permanente, na graduação e na pós-graduação, incorporaria, além do espanhol ou do português,
o inglês; e, o subcampo da circulação se daria em espanhol, português, inglês e outras línguas.