TCC - História - América Latina

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ILAACH - Centro Interdisciplinar de Antropologia e História - Bacharelado em História

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    Marabaixo em transformação: história, memórias e a recente patrimonialização.
    (2024) Nascimento, Danielle Leite
    O Marabaixo, uma manifestação cultural afro-amapaense que combina elementos religiosos e festivos, é reconhecido como patrimônio cultural do Brasil. Esta conquista reflete um processo de longa data, marcado por desafios e transformações. Ao explorar sua história, podemos perceber como o Marabaixo se tornou parte integrante da identidade do Amapá e o papel central que desempenha na construção e afirmação da identidade cultural negra brasileira. O estudo se baseia em reflexões de acadêmicos como José Reginaldo dos Santos Gonçalves e François Hartog, que analisam o papel do patrimônio na sociedade contemporânea. Gonçalves argumenta que o patrimônio não deve ser visto apenas como uma tentativa de “descobrir, defender e preservar” identidades existentes, mas que essa noção já enraizada, necessita ser problematizada (GONÇALVES, 2015) e Hartog aponta que os patrimônios são percebidos como sintomas de nossas experiências com o tempo. Trazendo esses dois olhares para a temática do patrimônio, tenho em vista refletir quais aspectos estão presentes no caso do Marabaixo, no reconhecimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A relação do Marabaixo com o tempo é um elemento crucial na preservação dessa tradição. Os praticantes mais antigos expressam o desejo de transmitir seus conhecimentos às gerações mais jovens, garantindo a continuidade da prática. Eles não buscam apenas reproduzir o passado, mas sim criar novas gerações de “ladrões” e “cantadores” que honrem a memória de seus antepassados. A preocupação com a passagem do tempo e o envelhecimento dos praticantes é evidente. O medo do esquecimento e a importância da memória estão no cerne da tradição do Marabaixo. À medida que os praticantes mais antigos falecem, seus descendentes sentem a responsabilidade de continuar o legado, preservando a memória daqueles que deram vida ao Marabaixo. O Marabaixo é uma prática viva que existe em meio à coexistência de diferentes detentores ao longo do tempo. Essa constante transformação e renovação fazem parte de sua essência. O ciclo de renovação presente no Marabaixo destaca que as tradições culturais podem se adaptar e evoluir, mantendo-se relevantes para as gerações futuras. O patrimônio cultural não é algo estático, mas uma entidade em constante mudança. As práticas culturais não apenas resistem à passagem do tempo, mas também se reinventam para atender às necessidades e desejos das comunidades que as mantêm vivas. Em resumo, o estudo do Marabaixo ilustra como o patrimônio cultural desempenha um papel essencial na construção da identidade, na preservação da memória e na renovação das tradições. A luta pela preservação do Marabaixo é um esforço coletivo que reflete a grande importância das práticas culturais na sociedade contemporânea. O Marabaixo é muito mais do que uma tradição do passado; é uma tradição viva e dinâmica que continuará a enriquecer a cultura brasileira.
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    O vento no arquipélago de Ilhabela (1900 - 2023).
    (2024) Capucho, Acauã Allende Silva
    O presente trabalho tem por objetivo compreender o protagonismo do vento na história do arquipélago de Ilhabela, localizado no litoral norte do estado de São Paulo no Brasil. Como metodologia analisamos fontes antropocêntricas e buscamos notar a presença e atuação do sujeito planetário no arquipélago. A primeira parte do trabalho consiste em analisar fontes do século XX e observar a influência e atuação do vento em saberes e fazeres. No segundo momento, analisamos a ligação e relação do vento com o turismo no arquipélago. Na terceira parte do trabalho é feita uma discussão teórica em relação aos argumentos elaborados através das interpretações das fontes, compreendendo que história pode ser escrita em diálogo com a natureza. Consideramos o presente trabalho como o primeiro esforço para entender a história da região em termos planetários. Através desta pesquisa constatamos que o elemento vento foi e segue exercendo grande protagonismo na história do arquipélago de Ilhabela.
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    Governo Lula, Lulismo e a tese da criação de uma nova classe na sociedade brasileira.
    (2024) Santos, Felipe Guimarães dos
    Essa monografia tem como objetivo interpretar os avanços socioeconômicos que ocorreram na sociedade brasileira durante o primeiro e o segundo mandato do Presidente Lula (2003-2010), com ênfase nas classes mais baixas, e analisar se ocorreu a formação de uma nova classe social durante esse período, assim como a consolidação dessa possível classe em um período posterior. As fontes usadas são referentes aos principais autores que tratam da decifração desse fenômeno na formação da sociedade brasileira, bem como fazer uma análise mais técnica sobre o período do governo Lula, além da discussão da criação de uma “nova classe média”, buscando diferentes teorias e visões históricas sobre esse tema, concluindo ao final da pesquisa que não houve a formação dessa “nova classe” na sociedade brasileira.
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    A emancipação político-administrativa de Serranópolis do Iguaçu : narrativa histórica e formação da opinião pública a partir do jornal mensageiro.
    (2023) Figueiredo, João Vitor Freitas
    Esta pesquisa discute a emancipação político-administrativa da cidade de Serranópolis do Iguaçu no Paraná, definindo como recorte temporal o período entre 1993 quando as primeiras referências à emancipação aparecem na imprensa local, até a aprovação da lei estadual que criou o novo município em 07 de dezembro de 1995. Nossa principal fonte de estudo para a análise serão as notícias pautadas e noticiadas pelo Jornal Mensageiro, periódico local do município de Medianeira, cidade que englobava também o distrito de Serranópolis do Iguaçu, antes do desmembramento. Utilizaremos de diversas edições do jornal, publicadas entre os anos de 1993, quando pela primeira vez a hipótese emancipatória foi noticiada, até 1995 quando foi noticiada a emancipação de Serranópolis do Iguaçu como um município independente através do sancionamento da Lei Estadual 11218.
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    Población negra como actor protagónico en el debate racial cubano (1901 - 1940)
    (2023) Drake, Pablo Mestre
    El siguiente trabajo tiene como objetivo visibilizar el papel activo que tuvieron los afrocubanos en el debate racial y la lucha por la igualdad racial en el período de 1901 al 1940. Partiendo de la contextualización de la situación social y política que vivió este grupo social en Cuba en dicho periodo, este trabajo abordará la importancia de la prensa, el surgimiento del Partido Independiente de Color, del aporte social de las diversas sociedades de color, así como la influencia política que tuvieron los afrocubanos en este periodo. También destacaremos el papel protagónico que tuvieron las mujeres afrocubanas en el debate racial y en la lucha por el mejoramiento de las condiciones sociales de la población negra. En resumen, esta investigación proporcionará una visión amplia y contextual del papel activo de los afrocubanos en el debate racial entre 1901 a 1940, destacando la lucha por la igualdad.
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    Representação Histórica e Realismo Mágico no Romance A Ilha sob o Mar (2010) de Isabel Allende
    (2023) Braulino, Mayara dos Santos
    Esta monografia procura repensar as interpretações existentes sobre a maneira de se conhecer um fato histórico por meio da escrita de Isabel Allende, através da representação histórica oriunda da articulação entre a história e a literatura, sob o prisma do realismo mágico latino americano, e tem como objeto de análise o romance “A Ilha Sob o Mar”, realizado através do diálogo obtido com as fontes acerca da revolução haitiana, pensamos a representação sobre os temas abordados na narrativa, em conjunção com a história cultural
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    A Itaipu e os Barrageiros: uma Análise das Representações dos Trabalhadores a partir do Informativo Unicon (1978-1980) e dos Espaços de Memória de Foz do Iguaçu
    (2023) Matos, Emerson Barbosa
    Barrageiro é um termo utilizado para referir-se aos trabalhadores de diferentes cargos que operam em barragens. Ao longo do século XX a construção de hidrelétricas mobilizou sujeitos de diferentes partes do Brasil motivados pela oportunidade de trabalho nesses projetos. Em Foz do Iguaçu, uma cidade fronteiriça, impactada pela construção de Itaipu, o termo tornou-se referência para a história da cidade, que recebeu uma grande quantidade de migrantes, empregados na usina, além dos trabalhadores paraguaios, por tratar-se de uma empresa binacional. A questão deste trabalho está centrada na análise dos sentidos e usos do termo barrageiro na forma como foi empregado por Itaipu na construção de uma narrativa harmoniosa das relações entre os trabalhadores, de diferentes línguas, sotaques e origens, durante a construção da usina. A memória institucional construída pela empresa, vai atrelando a história de Foz do Iguaçu à história da construção da usina, de forma que adquire o aspecto de uma “memória oficial”. Nesse processo, projeta-se a figura do barrageiro, como uma representação homogênea dos trabalhadores. Utilizamos como fonte o Informativo UNICON, um periódico publicado em português e espanhol, que circulou no canteiro de obras entre 1978-1988 e empregou um discurso institucional no diálogo com os trabalhadores brasileiros e paraguaios. E também construímos a análise a partir dos espaços de memória na cidade. Nesse discurso a figura do barrageiro aparece como um trabalhador idealizado, um peão anônimo, cristão, patriota, cuja força de trabalho e suor eram suas maiores qualidades.
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    A Luta pela Retomada Avá-Guarani no Tekoha Mokoy Joegua: um Contraponto ao Discurso Oficial da Itaipu Binacional
    (2022) Sousa, Alexandre Araujo de
    Esta monografia propõe-se ao estudo da complexa relação que os Avá-Guarani sustentam com a terra, a partir do caso da retomada do Tekoha Mokoy Joegua. Esta terra situa-se no município paranaense de Santa Helena, em território sob administração da empresa Itaipu Binacional, gestora também da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Para este estudo, utilizamos os avanços teóricos e metodológicos da História Indígena, bem como a História do Tempo Presente e da História Oral, os quais balizaram as entrevistas e a compreensão dos elementos culturais singulares expressos e dos embates pela memória. Temos que a memória oficial da Itaipu Binacional busca invisibilizar os conflitos pela terra, bem como as violações e violências cometidas para a construção recente da usina (1974-1982), em plena ditadura civil-militar brasileira. Por outro lado, temos que o modo de vida, a cultura e a cosmovisão (Teko Porã e Nhandereko) Guarani que estão intimamente ligadas à sua territorialidade, a ponto de exprimirem uma singular historicidade alicerçada na memória e mantida viva pela transmissão oral. O povo em estudo, demonstra uma forte adaptabilidade ao processo da transculturação, mantendo vivas características próprias mesmo com a absorção de elementos culturais externos. A profunda religiosidade desempenha um papel decisivo na manutenção do modo de vida Guarani, bem como na própria luta de reivindicação e retomada dos direitos e das terras tradicionais, garantidas constitucionalmente.
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    A Manifestação da Diáspora Africana na Obra de Criolo
    (2022) Oliveira Neto, Gilson José de
    Esta monografia estuda a trajetória e a produção artística de Kleber Cavalcante Gomes, o Criolo. Através de metodologia de análise de canções como fontes históricas e contextualização histórica do movimento hip hop, em seu surgimento nos EUA e, posteriormente, no Brasil, propomos o exame de elementos das letras, sonoridade e arte dos álbuns de Criolo que apontem para manifestações da diáspora africana e de uma cultura compartilhada no espaço do Atlântico Negro (seguindo a formulação de Paul Gilroy). Buscamos a conformação de identidades no espaço das periferias (como no caso de Criolo, da cidade de São Paulo) nas quais tem destaque a vinculação à herança histórica de migrações quase sempre forçadas (seja, na longa duração, entre o continente africano e as Américas, seja entre diferentes regiões do Brasil, em busca de melhores condições de vida). Propomos ainda a leitura das canções de Criolo como fontes históricas para o momento político vivido pelo Brasil nas primeiras décadas do século XXI, e sua figura enquanto “intelectual” orgânico das populações negras e periféricas.
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    Del Conflicto a la Puta Resistencia: un Recorrido de la Construcción de los Discursos Oficiales sobre los Cuerpos en Pecado Público del s XX las Resistencias de la Memoria Trans Entaconada del s XXI
    (2022) Leon, Alma Esperanza Beltran
    Este documento procura compreender como os discursos hegemónicos sobre prostituição e trabalho sexual que convergem do institucional para o social entre o século XX e o século XXI geram uma periferização da vida das trabalhadoras do sexo trans em Bogotá. Para tal, é realizado um diálogo entre a história oficial consubstanciada nas leis e decretos sobre a prostituição do século XIX ao século XX e a escuta atenta e análise das trajetórias de vida de três trabalhadoras sexuais transexuais, juntamente com um grupo focal de participantes no projeto: Que putas com a história das putas, dirigido pela Fundação Casa de Lxs Locxs, nos bairros Santa Fé e San Cristóbal da cidade de Bogotá em 2019 e 2020. Através das narrativas destas mulheres trans, torna-se evidente que a partir dos processos transitórios das suas identidades individuais e coletivas como dissidência sexual, de gênero e corporal, elas são atravessadas na sua vida cotidiana pelos discursos oficiais dados pelos atores do poder estatal, para-estatal e sócio-cultural sobre prostituição e trabalho sexual (T.S.) sujeitos a processos históricos no país. Marcando ao longo do tempo, sob uma única leitura moralista da heteronorma e binariedade, processos de exclusão e periferização das suas vidas, entendendo-os como anormais sob técnicas de controle e administração das suas vidas pelas instituições de poder, aperfeiçoando métodos de violência e pedagogias da crueldade para corpos e territórios, a fim de uniformizar e submeter uma única forma de sentir, ser, amar, foder, viver, gozar, etc., eliminando a dissidência de identidade que vai contra o poder imposto.
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    Entre Peões e Barrageiros: Origens e Trajetórias dos Trabalhadores na Construção da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu (1975-1987)
    (2022) Mendes, Inaiara Lôbo; Orientação
    A construção da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, localizada em Foz do Iguaçu (BR) e Hernandarias (PY), gerou diversos impactos na região em que está inserida, e consequentemente há múltiplas discussões e estudos sobre o tema. Destes, os que versam sobre os trabalhadores apresentam evidências de uma diversidade étnica na origem dos trabalhadores, indicações sobre o processo migratório e sobre estratégias de repressão e controle no ambiente de trabalho. Aqui, objetiva-se apresentar também dimensões da vida dos trabalhadores contratados pelos consórcios brasileiros responsáveis pela construção da Usina (1975-1987). A discussão sobre os peões e os denominados “barrageiros” será desenvolvida a partir de “Pedidos de Busca” (documentos produzidos com certa frequência no aparato de controle e repressão em que a Itaipu estava inserida junto à ditadura militar vigente) e de entrevistas com antigos trabalhadores da obra e seus familiares. Com base nessas fontes, procuramos investigar e discutir questões relacionadas às regiões de origem, processo migratório, diversidade de funções, bem como questões relativas ao cotidiano, dentro e fora do canteiro de obras, e à sociabilidade entre os trabalhadores.
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    História, Imagens, Fotografia: Apontamentos a partir do “Paradigma Metódico”
    (2022) Jose, Nahayanna Sorgon Anholeto; Santos, Pedro Afonso Cristóvão dos
    O presente trabalho tem como objetivo levantar alguns problemas de ordem teórica e metodológica na relação entre a História e as imagens, em especial a fotografia, nos séculos XIX, XX e XXI. Além disso, procura investigar qual a relação dos problemas levantados com o “paradigma metódico”, tese de Maria Borges (2003). No primeiro capítulo, procura investigar a relação estabelecida entre a escola metódica, os documentos e o trato metodológico dispendido para as imagens em geral e a fotografia em particular no guia Introdução aos estudos históricos (1898), de Langlois e Seignobos e na coleção As eras, do historiador Eric J. Hobsbawm. No segundo capítulo, examina as proposições teóricas a respeito da fotografia e apreensão do conhecimento do presente e do passado no ensaio Sobre Fotografia (1973), da filósofa Susan Sontag. E por fim, no terceiro capítulo, analisa as proposições metodológicas do artigo ¿Se puede escribir história a partir de imágenes? El historiador y Las fuentes icónicas (2012), do historiador Tomás Pérez Vejo. A presente pesquisa, portanto, se insere no domínio da história da historiografia, na medida em que procura analisar um conjunto de textos que utilizam ou refletem sobre o uso das imagens, em especial da fotografia, para o conhecimento histórico.
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    Gungunhana como o “Herói Nacional” a Literatura Moçambicana, Ualalapi (1987) de Ungulani Ba Ka Khosa e sua Problematização em Torno da Representação de Gungunhana
    (2022) Santos, Sullian Vasconcelos; Orientação
    O presente trabalho aborda representações literárias de Gungunhana, o último inkosi (chefe, rei) de Gaza, um centro de poder localizado no Sul de Moçambique durante o século XIX, considerado o principal cenário onde estão inseridos grandes conflitos decorrentes da busca por autonomias territoriais e de poder colonial. Em 1884, Gungunhana assume o poder e a partir daí seu reinado foi marcado por conflitos com os portugueses em decorrência da reestruturação da expansão colonial, principalmente com a realização da Conferência de Berlim. Após tantos embates, os portugueses invadem o reino de Gaza levando Gungunhana ao exílio. Após a independência de Moçambique em 1975, o governo da FRELIMO, comandado por Samora Machel, busca na figura de Gungunhana a representação da cultura moçambicana e o símbolo da união nacional em um contexto de crises políticas e sociais, sobretudo a idealização pela construção do “Homem Novo”. Entretanto, essa visão nacionalista é desmistificada pelo ficcionista Ungulani Ba Ka Khosa na obra intitulada "Ualalapi”, publicado em 1987, no qual problematiza a figura de Gungunhana idealizada pela FRELIMO. Tendo em vista que sua obra foi escrita em meio a conflitos políticos e culturais no qual a sociedade moçambicana detinha de grande influência da FRELIMO, Ungulani Ba ka Khosa mobiliza em sua obra analogias entre as atitudes do governo frelimista com o modo de liderança de Gungunhana. Além disso, em paralelo à guerra civil moçambicana (1976-1992), Ba Ka Khosa evidencia a violência e os conflitos sangrentos que ocorreram no reinado de Gungunhana. Neste trabalho, utilizamos referenciais teórico-metodológicos que envolvem elementos de representação, para pensar o papel dos discursos na construção, legitimação e problematização das relações de poder. Com isso, vale ressaltar que na análise deste trabalho está inserido também a relação entre História e Literatura, no que tange a problematização que Ungulani Ba Ka Khosa perfaz em torno da figura de Gungunhana por ser considerado uma figura bastante complexa e passível de vários debates favoráveis e controversos.
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    História e Ecofeminismos: a Trajetória de Moema Viezzer na América Latina
    (2022) Siqueira, Yarú Mills; Orientação
    A presente pesquisa teve como objetivo reconhecer através da História de vida de Moema Viezzer, como a mesma construiu um tipo específico de Ecofeminismo Latino americano, esse que não se constitui de uma organização apenas filosófica e teórica, mas principalmente prática e empírica, sendo resultado de mais de 50 anos de trabalho como ativista e educadora popular no Brasil e América Latina, sendo também uma figura com participação e reconhecimento em movimentos de alcance Global. As grandes áreas de interesse e atuação de Moema são: a Educação Popular, o Feminismo e o Ambientalismo, sendo em sua visão atualmente indissociáveis. Para compreendermos o Ecofeminismo de Moema foi realizada a leitura e análise de sua biografia “Moema Viezzer: Vocação de Semente: A história de uma facilitadora da inteligência coletiva” (2017) com depoimentos a Tereza Moreira e também se utilizou a experiência como extensionista no projeto de extensão “Ações de conservação e democratização do acervo Moema Viezzer”, da Universidade Federal da Integração Latino Americana - UNILA ao longo de 2021 e início de 2022. Afim de compreender melhor o Ecofeminismo, bem como suas aproximações com vertentes latino americanas e decoloniais, utilizou-se como base o livro “Ecofeminismos: fundamentos teóricos e práxis interseccionais” (2019), com a organização de Daniela Rosendo, Fabio A. G. Oliveira, Príscila Carvalho e Tânia A. Kuhnen. O resultado dessa pesquisa foi o reconhecimento de Moema Viezzer como Educadora Ecofeminista, Popular e Decolonial, sendo uma figura muito importante para a História dos movimentos sociais e populares principalmente nas áreas de Educação Popular, Feminismo e Ambientalismo do século XX e da contemporaneidade, uma vez que a mesmo segue atuante.
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    Comunidade Kamba Cúa (PY), Palenque San Basílio (CO) e Quilombo Apepu (BR): Espaços de Resistência Afro-latina
    (2017) Souza, Raquel; Orientação
    Este trabalho tem por objetivo apresentar os territórios afro latinos em Palenque San Basílio na Colômbia, do Quilombo do Apepu no Brasil, e, da Comunidade Kamba Cúa no Paraguai como espaços de resistências. Ao partir do contexto de formação de tais espaços, pretendeu situar o leitor e leitora quanto as particularidades de cada território. O contato com essas comunidades se realizou por meio de visitas locais, nas quais inferiu-se que a relação – comunidade/ território é parte fundamental de tais ambiências. Entendeu-se a exigência por reconhecimento e proteção estatal como parte do processo de reparação histórica em respeito à memória de resistência dessas comunidades, nos quais, tais exigências tornaram-se parte da dinâmica local. Observou-se que a defesa territorial atua como importante forma de resistência, porque para esses, o espaço físico é parte vital no processo de vir-a-ser dessas comunidades.
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    Narrativas de história do Brasil a partir do trabalho: os casos de Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Júnior; O Escravismo Colonial, de Jacob Gorender e Dialética Radical do Brasil Negro, de Clóvis Moura
    (2021) Figueiredo, Henrique Roberto; Orientação
    A presente monografia tem por objetivo analisar a categoria trabalho à luz do contextualismo linguístico de Skinner (2005), compreender a sua disposição e função ao longo dos livros Formação do Brasil Contemporâneo (2011), de Caio Prado Júnior, O Escravismo Colonial (2016), Jacob Gorender e Dialética Radical do Brasil Negro (2014), de Clóvis Moura. Partindo da entrevista de Clóvis Moura concedida à Revista Princípios no ano de 1995, na qual o autor afirma que “a história do trabalho no Brasil ainda não foi escrita”, pretendemos reorganizar a sua principal crítica feita à historiografia brasileira. Partimos da hipótese, contrariando Moura, de que estes textos configuram narrativas de história do Brasil articuladas pela categoria de trabalho. No entanto, diante do acúmulo de debates da Teoria da História e do avanço das teorias narrativistas na produção acadêmica contemporânea, pelo menos desde a década de 1990, optamos também por problematizar o termo narrativa. Dessa forma, tentaremos responder em que sentido essas histórias do Brasil a partir do trabalho conformam narrativas e qual o estatuto da narrativa nesses textos. As etapas para a realização desta pesquisa podem ser divididas da seguinte maneira: 1) a leitura imanente dos três textos, fichamento e síntese; 2) percepção de diálogos entre o autores dentro dos textos, por meio de citações e da temática tratada; 3) formulação de perguntas e problemas que nos pudessem evidenciar intersecções até então hipotéticas e as diferenças das narrativas de história do Brasil a partir do trabalho, bem como da problemática sobre o caráter da narrativa; 4) a contextualização de cada texto em meio a seu contexto linguístico; 5) leitura de bibliografia comentadora dos textos estudados; 6) leitura de outros textos dos autores estudados; 7) a comparação da categoria trabalho e sua função nas três narrativas; 8) análise da estrutura narrativa nas obras escolhidas. Esperamos demonstrar como os livros (PRADO, 2011), (GORENDER, 2016) e (MOURA, 2014) contribuem para a escrita da história do Brasil a partir do trabalho, ainda que elementos da narrativa organizem o sentido de suas explicações.
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    Memórias do Lampião da Esquina: um Debate da Produção Acadêmica Pós-anos 2000
    (2021) Pedrosa, Rodolfo Superbi Verissimo; Orientação
    O trabalho de conclusão de curso escrito aqui pretende desenvolver a escrita da consequência do aparecimento do Jornal O Lampião da Esquina em fins da ditadura militar e sua contribuição para as discussões e debates atuais sobre a questão da homossexualidade nas pesquisas desenvolvidas nas Universidades brasileiras introduzidas e apresentadas neste campo de análise. Buscamos compreender o interesse que despertou na academia de diversas disciplinas sobre o tema e sua produção científica atual sobre a contemporaneidade discutida do assunto homossexual. Como metodologia utilizamos a revisão bibliográfica de teses de Doutorado encontradas sobre o assunto. Consideramos oportuno este estudo para dar visibilidade a um grupo historicamente marginalizado. A revista aparece nos trabalhos analisados mostrando a importância dos sujeitos homossexuais de saírem do armário e colocarem-se como sujeitos ativos no processo de construção histórica e da própria identidade perante a elite brasileira em evidência, de modo a sair do processo marginal em que foram colocados. Os resultados foram a nossa percepção de que os debates proferidos ao longo do processo histórico em análise neste trabalho contribuíram para enormes e inúmeros ganhos na atualidade, tanto no campo político, social e cultural, mas também identificamos a urgência em ampliar estes ganhos a partir de novas discussões trazidas constantemente pelos acadêmicos de diversos campos de estudo, como as aplicações vistas no campo da Sociologia, da Educação, das Letras, da Psicologia, entre outros. Nosso principal foco, nesse caso, foi o contexto da produção histórica a partir da História Cultural, principalmente diante de Roger Chartier (1990).
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    Língua e o Nacionalismo no Brasil: Glotopolítica e Campanha de Nacionalização no Estado Novo
    (2021) Rocha, Victor Bertholdo; Orientação
    O presente trabalho é um estudo sobre as ações glotopolíticas promovidas durante o Estado Novo, compreendidas como parte de um projeto político nacionalista específico direcionado a combater e controlar grupos sociais capazes de expressar elementos de diversidade étnica, linguística e político-ideológica. Será utilizado o conceito de glotopolítica manejado por Elvira Arnoux e Xoán Lagares. Busco entender especialmente o papel da questão linguística no processo de construção de um ideal de nacionalidade brasileira que foi conduzido pelo governo Vargas com a chamada Campanha de Nacionalização, e que foi direcionado principalmente contra populações imigrantes e seus descendentes em território nacional. As fontes analisadas são decretos publicados no campo da educação ou que possuíam como objetivo estabelecer formas de controle sobre populações de origem estrangeira. A questão da língua ocupou um papel fundamental no projeto nacionalista do governo de Vargas durante o Estado Novo, e atingiu, em termos normativos e repressivos, as comunidades imigrantes e seus descendentes, inclusive em contextos de políticas regionais nas quais essas comunidades se estabeleceram.
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    Visões do Desenvolvimento: Imagens(Re)veladas nas conflitividades da/na fronteira. (2016-2019)
    (PAULO ROBERTO COSTA DA SILVA, 2021-06-11) SILVA, PAULO; Orientação
    O presente trabalho teve como objetivo evidenciar através da fotografia o cotidiano em algumas comunidades que compõe Foz do Iguaçu e a região da faixa de fronteira. As comunidades foram: Ocupação Congonhas, Ocupação Bubas, Horta da Dona Laide, Favela do Monsenhor Guilherme, Bairro do Morumbi, Bairro da Cidade Nova em Foz do Iguaçu. Acampamento Sebastião Camargo, Comunidade Negra Quilombola Apepú, Território Indígena AváGuarani Tekoha Ocoy em São Miguel do Iguaçu e Assentamento Chico Mendes em Matelândia. Os registros foram realizados entre o ano de 2016 até 2019. Ao utilizarmos as fotografias como fontes históricas, portanto, capazes de nos subsidiarem na reflexão dialética sobre os sujeitos, ora sujeitados à exclusão, ora incluidos de forma violenta na dinâmica da superexploração da sua força de trabalho, no âmbito do capitalismo dependente, pautado no valor de troca sobre o valor de uso. O popular será tomado aqui como sujeito político, produtor de resistências e territorialidades em disputas, como diversidade negra, indígena e camponesa que conforma a classe trabalhadora do nosso tempo. As categorias conectoras referenciadoras e referenciadas pelas imagens são: História, Território, Fronteira, Trabalho e Popular. Por se tratar de uma região demarcada pela força do capital estatal da Itaipu Binacional e pelo setor turístico da cidade de Foz do Iguaçu, entendemos a centralidade de apresentar as histórias ocultas pela hegemônica história institucional que se quer consolidar como história oficial da região. Na contramão desses modelos de desenvolvimento, mulheres e homens, idosos e jovens e crianças lutam por melhores condições de vida e trabalho, insistem na produção da digna rabia.
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    Estratégias e Lutas Guarani contra o Processo de Desterritorialização no Oeste do PR no Século XX
    (2019-12) de Melo, Rafael Fonseca Gomes Dantas; Orientação
    O presente TCC aborda as questões da territorialidade e analisa documentos produzidos pelos Guarani durante o Sec. XX no Oeste do estado do Paraná, a fim de compreender sua dinâmica, resistência e os processos de esbulho de seu território pela ação efetiva ou pela omissão do Estado. Identificamos que o Brasil tinha planos para colonizar esse espaço alegando ser ele um território vazio, ou seja, a ideologia do vazio demográfico, para que os colonos viessem para esse novo espaço a ser “desbravado”. Ocorre que a região era ocupada pelos Guarani, que ali estavam estabelecidos. Esse processo gerou a desterritorialização do povo Guarani. De senhores do local, os Guarani passaram a ser serviçais dos novos “proprietários”, na derrubada da mata, na abertura de estradas, nas medições de terreno, enfim, em todos os trabalhos braçais com parcos pagamentos. Os Guarani denominavam esse tipo de trabalho de Changa. Após esse início de século de extrema violência, é construída a Itaipu Binacional nas terras que ainda restavam aos Guarani nas margens do rio Paraná. Com isso os Guaranis tiveram sua maior perda da territorialidade e suas tekohas foram submersas pelas águas da represa, e consequentemente foram deslegitimadas pela própria Itaipu com laudos antropológicos fraudulentos ou mal elaborados. Com isso se inicia uma história da oralidade entre os próprios povos que pertencem a nação Guarani com a produção de documentos e cartas contando como fora a deslegitimação sofrida pelos mesmos e essas cartas e documentos são distribuídas para tanto como órgãos do estado nação brasileiro como a própria Itaipu como órgãos internacionais. Esses documentos que expressam a história da oralidade como entrevistas, mostram de fato o que realmente ocorrera com o povo Guarani e sua questão da territorialidade.