A teoria dos polos de desenvolvimento e a geografia crítica no Brasil (Pós-1964)
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Data
2015-12
Autores
Campos Junior, Ricardo Correia
Pedrosa, Breno Viotto
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Editor
Resumo
“Plano” e “Planejamento”, sobre influência da URSS e sua aparente imunidade ao
trauma da Grande Depressão (1929), tornaram-se palavras da moda na política no breve século
XX (HOBSBAWM, 1995, p.100-101). Logo, esta pesquisa mostrou como a teoria dos polos de
desenvolvimento – criada pelo pioneiro esquecido da teoria do desenvolvimento: o francês
François Perroux (ROMO, 2008, p.11) – influenciou o campo do planejamento e
desenvolvimento regional após o fim da Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente,
quando utilizada pragmaticamente para planejar o espaço do Terceiro Mundo (SANTOS,
[1978]2014, p.170). Para tanto, revisamos bibliografias e revistas em que circulou a teoria (RBG
e EURE). Mostramos, assim, que a organização espacial do Brasil pós-1964 através do
planejamento capitalista (BOMFIM, 2014, p.16) resultou na aplicação das teorias de polarização
espacial. Bem recepcionadas pelos planejadores do espaço: economistas e geógrafos, que
passaram a trabalhar nas políticas territoriais (II PND), concomitante, com a consolidação duma
tecnoestrutura estatal (IANNI, 1996, p.37) e, portanto, serão responsáveis por fornecer os
estudos para planejar o desenvolvimento econômico e social da nação. Porém, não podemos
esquecer que foram tempos extraordinários no contexto da América Latina. Quando,
desafortunadamente, passamos décadas hostis dum Estado “BA” (O ́DONNELL, [1976]1995,
p.55), que centralizava as decisões referentes ao território. No caso brasileiro, esse novo ciclo de
modernização autoritária ecoou as ideologias geográficas da racionalidade técnica do capitalismo
(MORAES, 2005, p.139), necessárias a um país emergente como “potência” econômica. Então, o
apelo neutral e cientificista da teoria dos polos (CORAGGIO, 1972, p.15) caiu como luva nas
mãos autoritárias do governo dos generais. Assim, serviram de ideologia propulsora das relações
dependentes do imperialismo e de suas multinacionais, espalhadas pelo mundo após 1945.
Contudo, destacamos os elementos fundamentais do conceito de espaço econômico/abstrato
perrouxiano e como este influenciou o método geográfico na reconsideração de suas categorias:
região, regionalização e espaço geográfico. Embora, houve uma recepção acrítica da teoria,
identificamos vozes dissonantes surgidas no mesmo tom, ou seja, advindas da geografia e
economia. Destacamos o geógrafo brasileiro Milton Santos, cuja crítica foi direcionada às
importações teóricas usadas para planejar o desenvolvimento do subdesenvolvimento.
cristalizam desigualdades regionais e de classe (SANTOS, [1980]2015, p.168). Portanto,
imergirmos nas controvérsias das correntes do pensamento geográfico num período de
importantes ebulições teóricas para a renovação da disciplina (CLAVAL, 2006, p.103-117;
SANTOS, 2008, p.60). Com isso exposto, concluímos que os paradigmas da ciência geográfica
ajudaram entender como ocorreu a aproximação com o marxismo e como se fortaleceu o
movimento da Geografia Crítica (PEDROSA, 2012, p.141) no Brasil. Isso porque, tal corrente da
geografia surgirá num contexto intrincado para explicar a formação econômica e social –
socioespacial – do Brasil.
Abstract
Descrição
Anais do IV Encontro de Iniciação Científica da Unila - “UNILA 5 anos: Integração em Ciência, Tecnologia e Cultura na Tríplice Fronteira” - 05 e 06 de novembro de 2015 – Sessão Desenvolvimento Rural e Arquitetura / Urbanismo
Palavras-chave
Estado, Planejamento, Espaço, Modernização, Pensamento geográfico