Logistica, interações espaciais e circuitos produtivos a partir dos portos secos do oeste paranaense: fluidez e viscosidade territorial entre Brasil e Paraguai
Data
2014-11-06
Autores
Preguiça, Helton Cleber
Silva Junior, Roberto França da
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo compreender os portos secos, que são nós
logísticos providos de considerável densidade técnica e normativa, voltadas para maior
fluidez no processo de circulação de mercadorias. A principal função de um porto seco é
realizar o desembaraço aduaneiro em zonas secundárias (não litorâneas) no menor tempo
possível, desobstruindo as zonas primárias. Tratam-se de concessões do Estado por
intermédio da Receita Federal que fiscaliza a tributação dos produtos. Também está
composto por outros órgãos estatais, como por exemplo, a Vigilância Sanitária. Em
relação à circulação, os portos secos compõem parte dos circuitos espaciais de produção
e círculos de cooperação no espaço. A análise que realizamos foi a partir de Guaíra, Santa
Helena, Cascavel e Foz do Iguaçu. Além de trabalho de campo para verificar as reais
condições de fluidez e da infraestrutura logística como um todo, constatamos que existe
uma demanda reprimida por infraestrutura, principalmente no porto seco de Foz do
Iguaçu, onde, somente no ano de 2013, circularam mais de 150.000 caminhões. Existe
uma competitividade portuária sob a qual, a unidade de Foz do Iguaçu é a mais procurada,
em virtude do maior aparato técnico relacionado à velocidade e fluidez. Em 2013 foi
instalado um escâner no porto seco, para agilizar a fiscalização e despacho aduaneiro,
proporcionando ao recinto de Foz do Iguaçu a se tornar o maior da América do Sul. De
janeiro a setembro de 2014, o recinto movimentou R$ 11 bilhões em mercadorias, sendo
R$ 6 bilhões referentes à exportação de maquinário e insumos agrícolas para a produção
de soja no Paraguai. Durante o decorrer da pesquisa constatou-se que, das quatro unidades
vislumbradas, apenas duas eram portos secos de fato, sendo as unidades de Guaíra e Santa
Helena postos da Polícia Federal, que juntamente com a Receita Federal e outros órgãos
governamentais, fiscalizavam a circulação de mercadorias pela fronteira, não contado
com silos de armazenamento ou qualquer outro tipo de infraestrutura voltada para
estocagem e circulação. Outro ponto relevante é o papel do Estado atuando não somente
na simplificação de processos normativos, como também na produção do espaço através
das obras de infraestruturas voltadas para a circulação corporativa no território, como é o
caso da ferrovia Maracaju-Lapa que pretende escoar a produção de soja do interior do
Mato Grosso do Sul para o porto de Paranaguá, além de ações a nível regional, como a
construção da segunda ponte PY-BR e da ferrovia Presidente Franco-Pilar.
Abstract
Descrição
Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Geografia - 07/11/14 – 13h30 às 17h40 - Unila-PTI - Bloco 09 – Espaço 03 – Sala 03
Palavras-chave
Logística, Circulação, Técnicas, Normas, Portos secos