Gestão em Saúde
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Navegando Gestão em Saúde por Assunto "Assistência Farmacêutica"
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Item Análise da gestão de estoque e distribuição de medicamentos e insumos no Centro de Saúde da Liberdade em São Luís, Maranhão, Brasil:um estudo de caso(2025) Barros, Clemilson da SilvaO Estudo apresentado objetivou identificar e caracterizar a gestão de estoque e distribuição de medicamentos e insumos do Centro de Saúde da Liberdade, no Município de São Luís, Maranhão, Brasil. Para tal, foi realizado um estudo de caso, de natureza aplicada, com abordagem mista, de caráter descritivo, considerando os procedimentos técnicos, envolveu levantamento de dados primários, por meio da aplicação de um formulário semiestruturado, e secundários, através de pesquisa bibliográfica e documental. A coleta de dados foi realizada com aplicação de formulário semiestruturado aplicados aos três participantes – chave do estudo. Na organização e tabulação para apuração dos dados, foi aplicada as análises descritivas. Os resultados obtidos foram apresentados em tabelas e quadro. O estudo identificou que a gestão de estoque de medicamentos no Centro de Saúde da Liberdade é estruturada e informatizada, com impacto positivo na qualidade dos serviços. Apesar de desafios ocasionais na reposição, a unidade apresenta processos otimizados e monitoramento regular, garantindo a qualidade do atendimento. Os resultados foram relevantes para entender a gestão de estoque e distribuição de medicamentos e insumos nessa Unidade Básica de Saúde (UBS) e a sua contribuição na qualidade dos serviços prestados à população. De forma conclusa, os dados somam-se as publicações disponíveis, sendo importante para fornecer informações pertinentes para a comunidade científica e para as UBS e demais redes do SUS, auxiliando no desenvolvimento de políticas de saúde e ações que melhorem a qualidade da gestão, contribuindo com a melhoria do planejamento, da alocação e utilização racional e eficaz dos talentos humanos, recursos financeiros, medicamentos e insumos, que otimizem os serviços de saúde de forma compatível com a demanda local, elevando a capacidade estimada e a cobertura, evitando os desabastecimentos. Tal comportamento organizacional influencia na qualidade do atendimento, do tratamento, da satisfação e da qualidade de vida dos usuários. Além de estimular debates dessa natureza no âmbito do SUS.Item Programa Farmácia Popular do Brasil: histórico, evolução do elenco de medicamentos e avaliação da política pública(2025-09-27) Colman, Maristela DenckA garantia do acesso a medicamentos essenciais no Brasil iniciou com a criação da Central de Medicamentos (CEME), em 1971, contudo, foi sistematizada a partir de 1998, com a Política Nacional de Medicamentos (PNM), que estabeleceu diretrizes para segurança, qualidade, eficácia, uso racional e universalidade no fornecimento. Para tanto, orienta-se através da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a reorientação da Assistência Farmacêutica (AF). O Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), criado em 2004, passou por diversas reorganizações, períodos de recessão e ascensão. Durante a maior parte de sua história o fornecimento de medicamentos deu-se por meio de copagamento dos usuários, atingindo a gratuidade somente em 2025. Inicialmente, os medicamentos eram dispensados em farmácias próprias do Ministério da Saúde (MS) e, posteriormente, ampliados para a rede privada credenciada, no modelo “Aqui Tem Farmácia Popular”. Reformulações administrativas e financeiras resultaram em períodos de expansão, como a criação da campanha “Saúde Não Tem Preço” (2011), e de retração, como a extinção da rede própria em 2017 e os cortes orçamentários em 2022. A partir de 2023, novas medidas de expansão, com foco em populações vulneráveis, consolidaram a gratuidade integral do elenco. Atualmente, conta-se com um elenco amplo no qual 41 insumos são distribuídos gratuitamente, abrangendo doenças crônicas de alta prevalência (asma, dislipidemia, Parkinson, glaucoma, rinite, osteoporose), anticoncepcionais, além da distribuição de absorventes e fraldas geriátricas. Contudo, o elenco ainda carece de medicamentos voltados ao tratamento de transtornos mentais, assim como de uma maior clareza quanto aos critérios utilizados para sua seleção. Essa ampliação reforçou a integralidade da AF, ainda que críticas permaneçam sobre a ausência de critérios claros na seleção dos fármacos e a falta de inclusão de psicotrópicos para transtornos mentais. Por ser uma política pública que adota a forma de financiamento público-privada, constantes investigações e auditorias, internas e externas, são realizadas a fim de reduzir fraudes e gastos inadequados. A dependência da rede privada conveniada, somada às disparidades regionais de credenciamento, pode fragilizar a integralidade da assistência e comprometer a equidade territorial. O programa atua como complemento à AF, mas, em alguns contextos, substitui responsabilidades da Atenção Básica, evidenciando tensões na gestão local do SUS. Entre os desafios de gestão, destacam-se a sustentabilidade financeira, diante do modelo de reembolso às farmácias privadas; as desigualdades regionais na cobertura; as fragilidades no monitoramento e na fiscalização; e a ausência de avaliações regulares de custo-efetividade. As perspectivas futuras apontam para a necessidade de consolidar mecanismos de governança e transparência, ampliar a integração do PFPB às Redes de Atenção à Saúde (RAS), fortalecer a participação social e desenvolver estratégias de financiamento estáveis. O uso de tecnologias digitais para monitoramento em tempo real surge como ferramenta essencial para garantir maior eficiência e controle. Conclui-se que o PFPB, ao longo de duas décadas, consolidou-se como política pública estratégica do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por reduzir desigualdades e ampliar o acesso da população a medicamentos essenciais, embora permaneça tensionado entre expansão, sustentabilidade e fortalecimento da rede pública.