O presente trabalho de pesquisa sobre a migração haitiana em Caçador-SC, é um conjunto de reflexões sobre a integração sociocultural e a alienação do trabalho desenvolvido por Karl Marx em relação às questões salarial, capital e de trabalho. É uma mirada sobre a migração como um fenômeno social total ligado ao sistema economia-mundo capitalista na contemporaneidade. O objetivo deste trabalho é mostrar o processo de inserção do ser haitiano nesta cidade do interior do Estado de Santa Catarina, onde o mercado de trabalho se torna um espaço de acolhimento e ao mesmo tempo um lugar de alienação que priva o migrante das outras perspectivas de inserção. De fato, é um trabalho que mostra como a migração sul-sul e a migração sul-norte se insere na mesma dinâmica, onde o ser em mobilidade é um ser que está procurando mais possibilidade de estabilidade econômica possível. Assim, destacamos que o migrante haitiano é um corpo-fronteira que vende a única coisa que possui que é sua força de trabalho. Para realizar o trabalho utilizamos a autoetnografia e a etnografia como metodologia antropológica, para entender melhor as dinâmicas de integração sociocultural da diáspora haitiana na cidade de Caçador-SC de 2015 até 2024. Além de observar o contexto histórico do Brasil em relação às questões étnico-raciais e de gênero, que esta migração enfrenta. Conseguimos concluir este trabalho com a ideia de que a divisão internacional de trabalho cria o centro atrativo e a periferia repulsiva. Assim sendo, os migrantes haitianos se integram no mercado de trabalho, portanto criaram seus próprios espaços de integração sociocultural onde a língua materna se impõe.