O presente trabalho tem como objetivo principal relatar, a partir da história do Kagui Chicha (bebida sagrada consumida pelos Avá-Guarani), a violência imposta durante o processo de colonização e apropriação do território indígena em Foz do Iguaçu. Inicialmente, este estudo foi desenvolvido através de diálogos que revelaram a violência vivida pelos povos originários do oeste do Paraná, refletida em sua cultura alimentar. Buscou-se compreender a cultura indígena por meio da interpretação de uma pessoa não indígena, na tentativa de promover um intercâmbio de saberes e entender como a etnografia pode realizar esse exercício de maneira ética. A principal dificuldade enfrentada foi a percepção de que essa narrativa está sendo mediada por uma pessoa não indígena, o que influenciou tanto as dificuldades quanto às facilidades encontradas desde a metodologia inicial até a conclusão do trabalho.