Este estudo analisa a trajetória de Carolina Maria de Jesus como intelectual negra e de periferia à luz dos escritos auto etnográficos produzidos durante as décadas de 60-70 na Favela do Canindé-SP e, do testemunho de Vera Eunice, sua filha caçula. Através de sua escrita de Carolina denuncia a marginalização e a precariedade da vida dos moradores dessa periferia localizada próxima às margens do Rio Tietê. Para tanto, este texto se apoia em conceitos, tais como etnografia e interseccionalidade para analisar as condições sob as quais Carolina Maria de Jesus escrevia suas obras. Carolina Maria de Jesus impressiona pela resistência de seguir escrevendo mesmo em escassez de condições socioeconômicas que a privaram de tempo e recursos. Este texto conta com os relatos de Vera Eunice sobre a trajetória insubmissa e resiliente de Carolina de Jesus.