Dinâmica Temporal da Comunidade de Macroalgas no Canal da Piracema da UHE Itaipu Binacional
Data
2014-11-07
Autores
Guimarães, Jannie Francianne
Peres, Cleto Kaveski
Rojas, Cristian Antonio
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O Canal da Piracema da UHE Itaipu Binacional foi construído com o intuito
de permitir que as espécies de peixes tenham acesso às áreas de procriação a montante
da usina, contribuindo assim com a continuidade da biodiversidade do Rio Paraná.
Caracteristicamente, um canal é considerado um ambiente lótico. Nestes ambientes, os
produtores primários mais representativos são os bentônicos e, entre eles, as macroalgas
se destacam. Perturbações nestes ambientes, tais como distúrbios de seca ou alteração
no fluxo podem desestruturar as comunidades, provocando espaços “novos”, nos quais
as espécies serão redirecionadas, competindo por espaço e recursos. Portanto, entender a
dinâmica de comunidades aquáticas frente a estas alterações é primordial para a
compreensão do efeito destes processos. O objetivo do trabalho foi investigar a
dinâmica temporal da comunidade de macroalgas após um evento de drenagem, em que
foi possível acompanhar a sucessão da comunidade no Canal da Piracema. As
amostragens foram realizadas em três pontos de amostragem ao longo do canal e em
três etapas: 1) antes da drenagem (AD); 2) primeira amostragem depois da drenagem
(DD1), realizada 54 dias após o reestabelecimento do fluxo no canal e; 3) segunda
amostragem após a drenagem (DD2), realizada após seis meses em que o canal teve seu
fluxo normalizado. As comunidades de macroalgas foram amostradas através da técnica
da transeção e usando estimativa visual da abundância. As análises de dados foram
realizadas utilizando Análise de Correspondência (CA). O levantamento das
comunidades de macroalgas resultou na identificação de 15 táxons, distribuídos entre as
divisões Chlorophyta (53%), Cyanophyta (33%), Rhodophyta e Ochrophyta (7% cada).
Somente quatro táxons ocorreram nas três amostragens, demonstrando uma grande
substituição de espécies. A partir da Análise de Correspondência (CA), que apresentou
48% de explicabilidade total nos dois primeiros eixos, foi possível evidenciar uma clara
separação entre os pontos amostrados antes e depois da drenagem demostrando que a
comunidade em AD, que se encontrava em longo período de estabilização, apresentou
uma comunidade mais semelhante entre os diferentes segmentos. Neste caso, o canal
como um ambiente com condições ambientais mais estáveis conduziu a uma maior
homogeneidade da comunidade, enquanto os eventos de drenagem promoveram a
substituição de espécies. Após a drenagem, houve redução dos valores de riqueza e
maior número de táxons de Cyanophyta, com destaque na abundância do gênero
Phormidium (12% da cobertura total), que possui bainha mucilaginosa, característica
importante nos primeiros estágios de sucessão de ambientes lóticos. Além disso, foi
registada a ocorrência de uma espécie de diatomácea [Pleurosira laevis (Ehrenberg)
Compère], também característica deste estágio. Na terceira coleta a divisão Chlorophyta
voltou a ser mais representativa, com a ocorrência de espécies filamentosas com células
maiores e sistema de ramificação, sugerindo estágios mais avançados da sucessão
Abstract
Descrição
Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Biologia II - 07/11/14 – 13h30 às 15h50 - Unila-PTI - Bloco 03 – Espaço Mercosul – Sala 06
Palavras-chave
Canal artificial, Distúrbio de seca, Sucessão, Biodiversidade, Lago de Itaipu