Aplicação da metologia shift-share nos dados setorizados do produto interno bruto dos estados brasileiros
Data
2014-11-06
Autores
Botassio, Diego Camargo
Oliveira, Gilson Batista de
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Resumo
Tendo em vista a importância da análise regional e os efeitos da crise econômica mundial
de 2008, este trabalho objetiva analisar seus impactos no crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) dos setores econômicos das unidades federativas do Brasil, assim como diagnosticar setores
e regiões com vantagens, tanto produtivas quanto locacionais. Para tal, se utilizou os anos 2007 e
2012 como referência. Fez-se uso da metodologia de análise Shift-share (estrutural-diferencial),
uma ferramenta de análise regional utilizada para síntese e leitura de dados. Esta metodologia
permite a comparação de cada região com a região universo através de componentes que medem
evolução produtiva na região (componente estrutural) e evolução locacional (componente
diferencial). As exigências da metodologia, assim como a disponibilidade da base de dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foram perfeitamente compatíveis, não havendo assim
restrições ao uso de nosso referencial teórico. Os resultados mostraram que, para todas as unidades
federativas e, consequentemente, para o Brasil, houve aumento do PIB regional. Os setores que
mais contribuíram para este crescimento foram a indústria extrativa, construção civil, administração
pública, transportes e comércio, respectivamente. Deste modo, estes foram os setores que
apresentaram maiores vantagens produtivas setoriais. Por outro lado, para todas regiões, com
exceção de São Paulo e Mato Grosso do Sul, há pelo menos um setor com queda real do PIB
setorial. Quanto à componente estrutural regional o Rio de Janeiro, o Distrito Federal e o Espírito
Santo foram as regiões que apresentaram maiores evoluções produtivas. Sobre a componente
diferencial, as regiões que apresentaram maiores evoluções locacionais foram Minas Gerais, Pará e
Distrito Federal, respectivamente. De modo geral, construção civil e o setor financeiro foram os que
apresentaram maiores vantagens locacionais. Ademais, o terceiro efeito (variação líquida total),
soma das duas componentes citadas, mostrou que Minas Gerais, Pará e Distrito Federal foram as
regiões que apresentaram resultados mais satisfatórios de acordo com a análise. No outro extremo
estão as regiões São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Por fim, conclui-se que, mesmo com
crescimento real do PIB do Brasil em todos os setores, há grandes diferenças nas estruturas
produtivas e locacionais das regiões. Esta consideração assola uma das premissas do método, pois
está fundamentada em diferenças de crescimento setoriais e regionais em uma região universo.
Além disto, a análise regional e setorial, como a proposta neste trabalho, auxilia a condução de
políticas públicas, pois evidenciam regiões e setores onde há deficiências e eficácia na condução de
políticas afim de construir uma agenda de crescimento econômico. Agradecemos à Fundação
Araucária pela bolsa de iniciação científica concedida.
Abstract
Descrição
Anais do III Encontro de Iniciação Científica da Unila - Sessão de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar - 06/11/14 – 13h30 às 16h50 - Unila-PTI - Bloco 09 – Espaço 03 – Sala 02
Palavras-chave
Análise regional, Análise setorial, Brasil, Crescimento econômico, Políticas públicas