KKL-JNF sob a ótica da ecologia política: controle territorial no conflito Israel-Palestina
Carregando...
Data
2024
Autores
Manoel, Paulo Vinicius Bezerra
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O presente artigo analisa a atuação do Keren Kayemeth LeIsrael – Jewish National Fund (KKL-JNF) sob a perspectiva da ecologia política, focando em como suas políticas ambientais e fundiárias impactam o conflito Israel-Palestina. Fundado em 1901, o KKL-JNF desempenha um papel central no projeto sionista, promovendo a compra de terras e o reflorestamento como estratégias de desenvolvimento sustentável e controle territorial. As ações do KKL-JNF são criticadas por fortalecer o controle territorial israelense e pela expropriação de terras palestinas, mascarando essas ações sob um discurso de sustentabilidade. O artigo examina essas críticas e os impactos sociais, destacando a importância de considerar as dimensões políticas e sociais da conservação ambiental em contextos de conflito. A análise histórica do KKL-JNF revela sua missão original de "redenção da terra" e sua expansão em territórios ocupados após 1967. Críticos como Masalha (2012), Leff (2021), e Sharif (2014) argumentam que o reflorestamento promovido pelo KKL-JNF serve como uma ferramenta de controle territorial e exclusão, exemplificando o "greenwashing" e a instrumentalização ambiental para fins políticos. O artigo conclui que as práticas do KKL-JNF refletem e reforçam relações de poder, contribuindo para a exclusão e deslocamento de populações palestinas. A abordagem da ecologia política permite entender o KKL-JNF como uma entidade que instrumentaliza a sustentabilidade para consolidar a soberania israelense em áreas disputadas.
Abstract
The present article analyzes the actions of the Keren Kayemeth LeIsrael – Jewish National Fund (KKL-JNF) from the perspective of political ecology, focusing on how its environmental and land policies impact the Israel-Palestine conflict. Founded in 1901, the KKL-JNF plays a central role in the Zionist project, promoting land purchases and reforestation as strategies for sustainable development and territorial control. KKL-JNF's actions are criticized for strengthening Israeli territorial control and for the expropriation of Palestinian lands, masking these actions under a discourse of sustainability. The article examines these criticisms and their social impacts, highlighting the importance of considering the political and social dimensions of environmental conservation in conflict contexts. The historical analysis of KKL-JNF reveals its original mission of "land redemption" and its expansion into occupied territories after 1967. Critics like Masalha (2012), Leff (2021), and Sharif (2014) argue that the reforestation promoted by KKL-JNF serves as a tool for territorial control and exclusion, exemplifying "greenwashing" and the political instrumentalization of the environment. The article concludes that KKL-JNF's practices reflect and reinforce power relations, contributing to the exclusion and displacement of Palestinian populations. The political ecology approach allows understanding KKL-JNF as an entity that instrumentalizes sustainability to consolidate Israeli sovereignty in disputed areas.
Descrição
Palavras-chave
ecologia política, reflorestamento, expansão territorial, conservação ambiental