Mulheres Rurais como Protagonistas do Trabalho em Rede No MST: Estudo de Caso do Assentamento Santa Maria em Paranacity — PR

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Data

2023

Autores

Lima, Ingrid Almeida

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Resumo

Historicamente, a sociedade brasileira seguiu um modelo patriarcal, dividindo as responsabilidades produtivas para os homens e as responsabilidades reprodutivas para as mulheres, realidade que também se reflete nas famílias rurais. As mulheres lutam para conquistar seu lugar na cadeia produtiva e serem reconhecidas pelo trabalho que realizam. No entanto, elas enfrentam múltiplas jornadas de trabalho, incluindo cuidar dos filhos e preparar as refeições da família, trabalhos considerados leves. A organização coletiva surge como uma alternativa a esse sistema patriarcal, onde as mulheres têm um papel tão fundamental quanto os homens. O Assentamento Santa Maria, localizado na cidade de Paranacity, noroeste do estado do Paraná no Brasil, por meio da COPAVI (Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória), é um exemplo de como a organização coletiva pode garantir a participação de todos os associados, incluindo mulheres e mães, na cadeia produtiva. A cooperativa oferece empregos, segurança, moradia e acesso à alimentação agroecológica, criando um ambiente propício para o desenvolvimento sustentável e a promoção da igualdade de gênero. Este estudo tem como objetivo geral analisar a forma de organização das trabalhadoras rurais do Assentamento Santa Maria, com o objetivo específico de compreender o funcionamento de uma organização coletiva e a relevância do cooperativismo para as mulheres rurais. O estudo destaca a importância da organização coletiva e do cooperativismo como estratégias para promover a participação e a inclusão das mulheres rurais na tomada de decisões, fortalecendo sua posição social e econômica nas comunidades rurais. A metodologia utilizada neste trabalho envolveu uma revisão bibliográfica, um estudo de caso e uma visita de campo. Durante a visita, foram realizadas interações com as trabalhadoras do assentamento. Conclui-se que as organizações coletivas na agricultura têm se mostrado eficazes na superação das desigualdades de gênero e no desenvolvimento sustentável, porém é necessário repensar a divisão sexual do trabalho doméstico para alcançar uma inserção mais equitativa das mulheres na cadeia produtiva. Através da organização coletiva, é possível fortalecer os laços sociais, promover maior solidariedade e colaboração entre as pessoas de uma comunidade rural, reduzindo assim o isolamento social. A resistência ao modelo de assentamento coletivo pode ser atribuída ao desejo da maioria dos trabalhadores rurais de ter seu próprio espaço de cultivo, seguindo o modelo da agricultura familiar, além das dificuldades em lidar com conflitos e tomar decisões coletivas.

Abstract

Descrição

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar.

Palavras-chave

Assentamentos Coletivos, Assentamento Santa Maria, Cooperativismo, COPAVI, Divisão Sexual do Trabalho Doméstico, MST, Mulheres Rurais

Citação

LIMA, Ingrid A. Mulheres Rurais como Protagonistas do Trabalho em Rede No MST: Estudo de Caso do Assentamento Santa Maria em Paranacity — PR. 2022. 61 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso em Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar — Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2022.