As Universidades de Integração Brasileiras (2003-2010): entre a Política Externa e a Adaptação às Agendas Internacionais para a Educação Superior
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Data
2022
Autores
Stoeckl, Bianca Petermann
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Resumo
A partir das orientações neoliberais no final do século XX, as agendas internacionais para a
educação superior propagam concepções de internacionalização e cooperação educacional
como modelos exitosos a serem seguidos. Assim, o papel das instituições de educação
superior ganham destaque cada vez mais importante nos diferentes foros econômicos e
regionais como instrumentos para a integração e cooperação internacional, por conseguinte,
de projeção internacional. Essa tendência influencia as políticas e reformas dos sistemas de
educação superior dos países em desenvolvimento e se projetam em diferentes arranjos
universitários de cooperação. No Brasil, o governo de Luis Inacio Lula da Silva (2003-2010)
engajou uma reforma do ensino superior com a implantação do Programa de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (REUNI). O programa previu em sua última etapa a
criação de quatro universidades de integração com interface internacional: Universidade
Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal da Integração
Latino-Americana(UNILA), Universidade de Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Essa foi uma
estratégia da política externa brasileira - que priorizava as relações geopolíticas sul-sul,
envoltas no discurso da integração solidária - fortalecida pela educação superior, enquanto
projetava seus interesses para a construção da hegemonia subregional do país. Dessa forma,
nosso objetivo com este trabalho é estudar a relação entre inserção internacional brasileira e a
educação superior a partir da criação de universidades de integração durante a reforma
universitária brasileira no período de 2003-2010. Para isso, nos propusemos a analisar o
processo de construção dos projetos dessas quatro universidade de integração dentro do
contexto da política externa. A pesquisa se construiu a partir de reflexões críticas de relações
de poder com ênfase na geopolítica e na educação superior, amparada no significado que o
conhecimento adquire com a mundialização do capital e na sua instrumentalização nos
processos de integração e cooperação regional. Nossas conclusões indicaram que interesses
primordiais do Brasil para a criação dos projetos das universidades de integração, sustentados
na reforma universitária, voltaram-se a responder à estruturação do país como liderança
regional para expansão de seus mercados e para projeção ao exterior.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.
Palavras-chave
Brasil, integração regional, cooperação internacional, internacionalização da educação superior, universidades de integração.