DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE GESTÃO NOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS (CEOS) NO SUS: REVISÃO INTEGRATIVA
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0019-11-25
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Resumo
A saúde bucal no Brasil tem passado por diversas transformações ao longo dos anos. Outrora, predominava um modelo assistencialista com práticas sem alternativas para a manutenção dos dentes na cavidade bucal, o que resultava na exclusão da população de menor poder aquisitivo do acesso aos serviços odontológicos e em altos índices de edentulismo. Esse cenário começou a mudar com a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), o Brasil Sorridente, em 2004, que ampliou a inserção das Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família (ESF) com o objetivo de promover, prevenir, recuperar e manter a saúde bucal da população brasileira. A partir dessa política pública, o modelo curativo cedeu lugar a um modelo preventivo e promocional, ampliando o acesso da população aos serviços de saúde especializados. Nesse contexto, a PNSB propôs a implantação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) em todo o país, como estratégia para garantir o direito à Atenção Especializada e à integralidade do cuidado. Este estudo teve como objetivo analisar, por meio da literatura atual, os principais desafios na gestão dos CEOs no SUS, identificando barreiras e propondo estratégias para aprimorar o acesso, a qualidade e a eficiência desses serviços. Foi realizada uma revisão de literatura integrativa, com levantamento nas bases PubMed, SciELO, BVS e Portal de Periódicos CAPES, utilizando os descritores “saúde bucal”, “vigilância de saúde bucal”, “serviços de saúde bucal” e “gestão estadual em saúde”, com os operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos artigos completos, relatos de caso e estudos comparativos publicados entre 2015 e 2025 em português e inglês, e excluídos os que não tangenciavam o tema ou eram revisões de literatura. No total, 320 artigos foram identificados; após leitura criteriosa dos resumos, 15 compuseram a amostra final. Os resultados evidenciaram que o contexto socioeconômico influencia o planejamento e a demanda pelos serviços de saúde bucal, e que a gestão eficaz depende da organização do serviço, da disponibilidade de recursos humanos e estruturais e da integração entre níveis de atenção. Entre os desafios, destacaram-se a concentração de profissionais em grandes centros urbanos, a falta de especialidades mínimas nos CEOs, o acesso restrito dos pacientes e a fragilidade dos vínculos trabalhistas. Conclui-se que a gestão dos CEOs é complexa e requer integração de processos, capacitação profissional e sistematização de estratégias para garantir serviços equitativos e eficientes. Reforça-se a necessidade de novos estudos que abordem outras dimensões do acesso e da gestão para subsidiar políticas mais eficazes e sustentáveis no SUS.
Palavras-chave: Centros de Especialidades Odontológicas; Gestão em saúde; Acesso à saúde; Rede de Atenção à Saúde; Saúde Bucal.