Representações da Violência na Literatura Distópica Contemporânea: uma análise dos romances Las Indignas (2023) e Cadáver Exquisito (2017) de Agustina Bazterrica

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2025

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Resumo

O capitalismo é o sistema econômico responsável pela perpetuação da cultura colonial, além de ser o causador da constante exploração do ser humano e dos recursos naturais, viola não só os direitos individuais dos menos privilegiados, mas também produz diversas formas de violências. No século XXI, destacam-se dentre as principais manifestações violentas, além de conflitos civis e guerras militares, a desigualdade social acentuada, que determina a radicalização da divisão de classes como um dos fatores determinantes para provocar atos violentos. A violência de gênero, por sua vez, apresenta altos, e por vezes crescentes, índices ao longo do tempo. O machismo é considerado um dos fatores determinantes na articulação entre práticas de violência simbólica, psicológica, sexual e violência física contra as mulheres. A violência se mostra também como tema recorrente em muitas expressões artísticas. Ao observar a recorrência da temática em diversos romances, esta pesquisa realiza uma análise comparada entre duas obras literárias, consideradas distópicas e contemporâneas, Cadáver Exquisito (2017) e Las Indignas (2023), ambas escritas pela autora argentina Agustina María Bazterrica. O objetivo principal deste estudo é observar as possíveis relações estabelecidas entre os romances ao explorar a representação da violência e apresentar semelhanças e diferenças entre os textos no que diz respeito à desumanização dos indivíduos e às relações sociais opressivas constituídas na representação das obras. Os objetivos específicos consistem em refletir sobre as questões que envolvem a objetificação do corpo feminino que, aparentemente, é explorado para fins reprodutivos em ambos os textos, além de demonstrar como os papéis representados pelas personagens femininas, nas duas obras literárias podem dialogar com a naturalização de obrigações sociais desempenhadas pelas mulheres em uma espécie de “contrato social ou permissão social” em relação a utilização do útero como ferramenta de controle e reprodução. Para isso optou-se por uma pesquisa bibliográfica que tem como principal base teórica as reflexões propostas por Candido (2012), Bourdieu (2012), Butler (2015), Chauí (2017), Davis (2015), Federici (2019), Saffioti (2015) Lerner (2019), Žižek (2014), dentre outros.

Abstract

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Literatura Comparada.

Palavras-chave

Literatura. Distopia. Violência. Mulher.

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