Conhecimentos populares e tradicionais no cuidado e saúde da comunidade quilombola da Ilha São Vicente.

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Data

2024

Autores

Aguiar, Valdina dos Santos

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Resumo

As comunidades quilombolas presentes na América Latina, com hábitos e costumes baseados na ancestralidade negra, possuem vastos conhecimentos. Seus saberes e práticas culturais são voltados para a prevenção e o cuidado no processo saúde/doença, através da utilização de métodos tradicionais. Muito embora pouco assistidas pelas políticas públicas e nem sempre compreendidas pelos profissionais que as assistem, são vítimas do desrespeito. O campo desta pesquisa é a Comunidade Remanescente de Quilombola da Ilha São Vicente, em Araguatins, no Estado do Tocantins. Tem como principal objetivo, identificar os conhecimentos populares e tradicionais praticados para a prevenção e tratamento de doenças no âmbito da comunidade. Para contemplar o objetivo da pesquisa foi necessário conhecer as políticas públicas que garantem assistência em saúde para a população negra; identificar as práticas cotidianas do conhecimento popular para os cuidados em saúde; analisar os saberes populares da comunidade quilombola no processo saúde e doença; avaliar o conhecimento popular como fonte de informação e sua valorização na história e cultura afro-brasileira. Trata-se de uma pesquisa participante com atitude exploratória e entrevistas. A partir da participação e interação da comunidade com a pesquisadora houve estreita relação com o problema e contribuiu para a construção de hipóteses. Para obtenção de informações, além do convívio no âmbito da comunidade, foram examinadas fontes bibliográficas em trabalhos já existentes - livros, artigos, anais e entrevistas expostas nas redes digitais. A partir do trabalho de campo, realizou-se observação participante e entrevistas semiestruturadas. O convívio no quilombo foi importante para percepção de que a cultura afro é presente em muitas expressões e manifestações culturais, que o recente reconhecimento como herdeira do território quilombola foi o despertar para sua identidade, que as histórias contadas, os ensinamentos e as práticas presenciadas evidenciam o pertencimento territorial e a intrínseca relação com seus ancestrais. Percebeu-se ainda que, para os quilombolas, as plantas medicinais têm poder de cura e que seu uso é presente na comunidade. Além do uso das plantas medicinais, a memória e as lembranças resgatam rituais de cura através da reza e do benzimento. Apesar de não haver mais na comunidade mulheres com o dom espiritual, esses rituais têm grande importância ancestral na vida cotidiana.

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Estudos Latino-Americanos.

Palavras-chave

Saberes, comunidade quilombola, saúde e doença, ancestralidade.

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