Estéticas Afro-Latino-Americanas: o rap como agente de letramento de reexistência
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Data
2013-07-03
Autores
Silva, Ronaldo
Souza, Angela Maria de
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Editor
Resumo
Para delinear o rap, m ́
usica que faz parte do Movimento Hip Hop, como agente de letra-
mento de reexistˆencia busca-se compreender o contexto social e art ́ ıstico do qual este faz parte.
Situado na regi ̃
ao de tr ́ ıplice fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, Foz do Igua ̧cu ́e co-
nhecida internacionalmente atrav ́es do Parque Nacional do Igua ̧cu e da Usina Hidrel ́etrica de
Itaipu. A cidade ganha forma a partir da constru ̧c ̃
ao da Usina de Itaipu, com a sua importˆancia
na forma ̧c ̃
ao da infraestrutura da cidade e na constru ̧c ̃ao de bairros. No inicio da constru ̧c ̃
ao
da Usina de Itapiu, a cidade contava com menos de 30 mil habitantes, o censo do IBGE 2010
aponta 250.088 habitantes. Al ́em da Usina de Itaipu, a constru ̧c ̃ao da ponte que liga Brasil
e Paraguai ? Ponte da Amizade e a inaugura ̧c ̃ao da BR-277, s ̃ao decisivos para aceleramento
do desenvolvimento comercial e aumento populacional da cidade. Neste contexto hist ́
orico, o
Movimento hip hop de Foz do Igua ̧cu inicia-se na d ́ecada de 1990, dez anos ap ́os iniciar em S ̃ao
Paulo e Bras ́ ılia. O Movimento hip hop em Foz do Igua ̧cu constitui diversos grupos que atuam
em bairro como Cidade Nova, Vila Portes, Porto Meira e outros. Para an ́
alise deste contexto
de pesquisa s ̃ao utilizados conceitos norteadores como Cultura (Geertz, 2011), Fluxo (Hannerz,
1997) e Letramento (Kleiman, 2010; Souza, 2009). A partir dos apontamento te ́oricos e do
contexto hist ́orico da cidade de Foz do Igua ̧cu, percebe-se este Movimento em fluxo se rearticu-
lando entre fronteiras sociais e culturais. O trabalho de campo constitui-se pela participa ̧c ̃
ao em
eventos, entrevistas, coleta de materiais como document ́arios, v ́ ıdeos e musicas dispon ́ ıveis em
ambiente virtual, aliado a observa ̧c ̃ao etnogr ́
a fica atrav ́es da intera ̧c ̃ao com grupos de rap como
Aliados da Periferia, Mandamentos da Rua, Quinto Naipe e Mano Zeu, sendo este u
́ ltimo um
importante interlocutor que possibilitou a amplia ̧c ̃
ao das redes de contato. Com estes grupos
foi poss ́ ıvel perceber uma redefini ̧c ̃ao da cidade de Foz do Igua ̧cu e regi ̃ao que a cerca, bem
como os usos e apropria ̧c ̃oes dos espa ̧co urbano como cen ́ario de suas manifesta ̧c ̃oes est ́etico-
musicais e pol ́ ıticas. Assim, vemos o rap enquanto um agente de express ̃ao e transforma ̧c ̃
ao da
realidade social e cultural, bem como de representa ̧c ̃
oes sobre a cidade, a partir da produ ̧c ̃
ao
das narrativas musicais, nos encontros e debates, em ensaios e apresenta ̧c ̃
oes musicais, al ́em dos
fanzines (meio de express ̃ao escrita). Por fim, o rap se manifesta em fluxos de conhecimento
das vivencias cotidianas, ́e um agente cultural em que jovens s ̃
ao letrados por meio de suas
pr ́aticas de sociabilidade social e cultural. Enquanto agente cultural de letramento, percebe-se a
existˆencia de uma pr ́atica de reexistir `a quest ̃
oes de ra ̧ca, de cor, de gˆenero, opress ̃
oes, injusti ̧cas.
Abstract
Descrição
Anais do II Encontro de Iniciação Científica e de Extensão da Unila - Sessão de Antropologia - 03/07/13 – 13h30 às 18h30 - Unila-PTI - Bloco 09 – Espaço 03 – Sala 02
Palavras-chave
Fronteira, Hip-hop (Cultura popular)