O CORPO DA MULHER COMO TERRITÓRIO DE GUERRA: A PANDEMIA DE COVID-19 E A CRISE MULTIDIMENSIONAL DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO BRASIL
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Data
2025-11-08
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Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar o agravamento da violência de gênero no Brasil durante a pandemia de COVID-19 e discutir os desafios e respostas das políticas públicas de saúde. A pesquisa, de natureza qualitativa, fundamentou-se em uma revisão narrativa da literatura, realizada nas bases SciELO e LILACS, com recorte temporal de 2020 a 2024, a partir da análise de 25 artigos científicos. Os resultados demonstram que a pandemia atuou como um amplificador histórico de vulnerabilidades preexistentes, intensificando as violências doméstica e institucional. Por meio da análise categorial, a investigação organizou os achados em quatro categorias analíticas: políticas públicas e respostas institucionais; interseccionalidade, raça e vulnerabilidade social; trabalho, saúde mental e violência institucional; e comunicação, mídias digitais e redes de enfrentamento. Os achados evidenciam o paradoxo entre o aumento real da violência e a subnotificação de casos, agravado pelo isolamento social e pela fragilidade das redes de proteção. A perspectiva interseccional revelou que mulheres negras e pobres foram desproporcionalmente afetadas, enfrentando barreiras de acesso aos serviços de saúde e justiça. Conclui-se que as respostas institucionais foram insuficientes, marcadas por inovações digitais com alcance limitado e pelo desmonte de políticas públicas. O estudo aponta a urgência de políticas interseccionais, do fortalecimento do SUS e do investimento em formação crítica dos profissionais para uma atuação efetiva em contextos de crise.
Abstract
Descrição
Palavras-chave
covid-19, Interseccionalidade, Políticas públicas de saúde, Violência de gênero