A cultura de objetificação como tática de guerra: uma análise do sistema de escravidão sexual japonês

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Data

2023

Autores

Brandão, Júlia Portela Malta

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Resumo

A Segunda Guerra Mundial foi um marco significativo na história contemporânea, não apenas pela magnitude do conflito, mas também pelos graves crimes contra a humanidade cometidos, como o genocídio de judeus e a exploração sexual forçada de mulheres, especialmente no contexto do sistema japonês de “conforto”. Este sistema, estabelecido pelo governo japonês, envolveu o tráfico e escravização sexual de mulheres e meninas, usado como tática de controle militar e "desestresse" para os soldados. Este fenômeno reflete as estruturas patriarcais, sexistas e misóginas, onde as mulheres foram objetificadas e sexualizadas. O estudo foca na interseção entre essas estruturas de poder e a opressão de mulheres durante o conflito, destacando como o patriarcado e a objetificação das mulheres estavam intrinsecamente ligados às práticas de guerra. A exploração sexual feminina foi não apenas uma prática de guerra, mas também uma política de Estado, como exemplificado pelo sistema de “conforto” japonês, que foi institucionalizado, contrariamente a outras práticas de prostituição que eram muitas vezes ignoradas ou marginalizadas. A pesquisa se baseia em uma análise feminista e de gênero, considerando o conceito de patriarcado, sexismo, misoginia e objetificação das mulheres. Através de uma abordagem qualitativa, são analisados depoimentos de mulheres vítimas do sistema de conforto, com ênfase na exploração sexual e no tráfico de mulheres durante a Segunda Guerra Mundial. O trabalho busca compreender o papel das estruturas patriarcais na criação e manutenção do sistema de “conforto”, explorando como a objetificação das mulheres foi usada como uma tática de guerra para apaziguar e controlar as tropas japonesas. Além disso, a pesquisa analisa a construção do sistema de conforto japonês e seu impacto nas relações internacionais e nos direitos humanos, com foco nas violações específicas contra mulheres. O estudo propõe uma reflexão sobre o lugar da mulher em contextos de guerra, destacando a necessidade de identificar, problematizar e discutir o papel das mulheres, sejam elas vítimas, soldados ou civis, dentro das dinâmicas de conflito e violência sexual. O trabalho integra teorias de gênero e feminismo para investigar como a cultura patriarcal foi crucial na exploração de mulheres durante o conflito, e como tais práticas ainda reverberam nas análises das relações internacionais e na proteção dos direitos humanos.

Abstract

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestra em Relações Internacionais.

Palavras-chave

escravidão - Japão, escravas, tática, Japão - História

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