Cooperação internacional, narcotráfico e segurança pública: um estudo de caso sobre a tríplice fronteira Argentina, Brasil e Paraguai (1995-2014).
Resumo
Nessa dissertação buscou-se compreender como as políticas de drogas e ações de cooperação
internacional de enfrentamento ao crime organizado transnacional, a partir de uma perspectiva
global, regional e local atuam na região da região da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e
Paraguai). Como marco temporal, foram utilizados os governos brasileiros a partir do primeiro
mandato de Fernando Henrique Cardoso iniciado em 1995, ao primeiro mandato de Dilma
Rousseff finalizado em 2014, tendo em vista que optamos pelo Brasil como ponto de partida
para explicar as questões de segurança internacional, cooperação internacional e segurança
pública experenciadas na Tríplice Fronteira. Inicialmente, percorremos um caminho desde o
início do século XX até parte do século XXI, onde foram expostas reuniões, comissões e
acordos desenvolvidos em ambiente internacional tendo como tema principal o problema das
drogas e posteriormente o crime organizado transnacional, pois acreditamos que esses
encontros foram embasadores das políticas sobre drogas na América Latina e,
consequentemente, nos países que formam a região da Tríplice Fronteira. Identificamos que a
Guerra às Drogas (1971) e o proibicionismo juntamente com o sistema capitalista, o liberalismo
econômico e, consequentemente a globalização, foram fatores que colaboraram para as
desigualdades sociais atuais, além de agravarem os crimes organizados transnacionais. Por
conseguinte, identificamos algumas pluralidades, especificidades fronteiriças e adentramos na
região da Tríplice Fronteira, apresentando-a geograficamente e posteriormente analisamos
como essa fronteira entrou para a agenda de segurança internacional de outros países. Foram
verificadas, também, as políticas públicas de segurança elaboradas pelos governos brasileiros
para as regiões de fronteira e os acordos de cooperação internacional em virtude da segurança
e combate ao crime organizado transnacional desenvolvidos entre Argentina, Brasil e Paraguai.
Por fim, para compreendermos como as cooperações internacionais funcionam na prática,
foram realizadas entrevistas com integrantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do
Comando Tripartite do Brasil (CT).