A Era da Soberania dos Povos: Perspectivas Latino-americano-afro-caribenhas

Imagem de Miniatura

Data

2022

Autores

Wisly, Joseph

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo pensar como a Soberania Popular junto à Soberania do Saber, Soberania Alimentar e Soberania Sanitária como teorias das Relações Internacionais e Ciência Política discutidas a partir das experiências histórico-culturais do Haiti e dos Países Afro-caribenho-latino-americanos. Em termos teóricos, trabalhamos com as referências dos autores latino-americano-afrocaribenhos críticos e a reflexão sobre práxis libertadora dos oprimidos com base na unidade epistêmico-política para construir a “Soberania do Saber”. Estudamos os autores originais da região e suas contribuições a este novo pensamento. Discutimos os elementos da formação social do Estado Haitiano, as resistências do campesinato frente à classe dominante e suas contribuições à Soberania Popular. Realizamos um diálogo de saberes entre as cosmovisões afro-caribenhas com as dos povos indígenas e suas lutas políticas pela vida; em seguida, relacionamos ‘vodu’ com ‘bom viver’ na ética de ‘complementaridade’; e de ‘paradigma biocêntrico’ e ‘práxis políticas das mulheres haitianas durante a luta da libertação’, elementos fundamentais para refletir sobre a “Agroecologia” e “Soberania Alimentar” da Via Campesina enquanto projeto contrahegemônico frente às empresas multinacionais e a “Soberania sanitária” desde a medicina comunitária popular. Escolhemos os indígenas, afros, pobres, trabalhadores e as mulheres Latino-americanoafro-caribenhos como lugar epistêmico-político para não só descolonizar, democratizar e plurinacionalizar as Relações Internacionais e Ciência Política, como também a possibilidade de uma integração popular latino-americano-caribenha do Sul político e da cooperação Sul-Sul “desde subsolo”, digamos, desde a reflexão-ação dos Movimentos Sociais Populares. Revisamos as teorias críticas e culturas populares. Reconciliamos o sujeito epistêmico com o sujeito político revolucionário. Seguimos um caminho intercultural ao respeito das diferenças culturais promovidas a partir do encontro das diferenças de classe, etnia, sexo, gênero, nacionalidade, língua, saber, religião que existem entre as pessoas para criar uma Epistemologia Popular e Latino-americano-afro-caribenha frente ao pensamento hegemônico e elitista. Pois, é indispensável repensar a teoria crítica desde as necessidades básicas das lutas populares pela vida (alimentação, saúde e educação) e culturas contra-hegemônicas.

Descrição

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Integração Contemporânea da América Latina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Integração Latino-Americana.

Palavras-chave

Pensamento Sócio-político. Haiti. Paradigma Afrocentrado. Teoria da Dependência. Pensamento Indígena. Soberania Popular.

Citação