Atagbá: Ancestralidade, Corpo e Integração de Saberes
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Data
2021
Autores
Almeida, Emanuelly Vitoria da Silva
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Editor
Resumo
O corpo do texto se constrói num duplo com meu corpo: a partir da reunião dos
fragmentos estilhaçados que são as identidades de travestis, mulheres trans, pretas,
indígenas, campesinas, que buscam reintegrar, reconectar e preencher de sentido o balaio
da escrevivência e da escrita encarnada e assentada em uma perspectiva que aqui chamo
de Afrologia. Munido de afro-referências diversas, advindas principalmente dos saberes
de terreiro, saberes atravessados e ressignificados pelas próprias vivências e experiências
de um corpo em trânsito, o texto une elementos pertencentes ao complexo sistema de
simbologias, epistemologias e significados das culturas de Axé, com o propósito de
compreender e analisar o trânsito entre a ancestralidade, o corpo e os saberes pluriversos
que mobilizam a vida em todas as suas dimensões: culturais, políticas, econômicas e
humanitárias. Este ebó iniciático se propõe a trilhar um caminho epistêmico
fundamentado nos saberes e conhecimentos ancestrais de matriz africana e afro-brasileira,
o que requer um processo de “(des)aprendizagem” dos saberes constituídos e uma
(re)constituição a partir das cosmosensações-transatlânticas-afrodiaspóricas que
acontecem no corpo e são experimentadas na vida: “CorpOralidades” negras que são
vistas neste trabalho como estratégias políticas de resistência e como capacidade
inventiva para a resolução de problemas e para a recriação da uma vida possível para os
corpos negros. Tanto eu, travesti em mutação, quanto Exu, senhor da encruzilhada, somos
viventes e pensantes pluriversos, não corroboramos com a ideia de existência de apenas
um caminho, então invoco também Oya e Yemanjá para a composição dessa encruzilhada
narrativa, desse cruzamento de caminhos e saberes mediado por uma CorpoOralidade
construída no encontro e na integração e não nas dualidades e oposições. Este trabalho
pretende contribuir com a integração de saberes, tomando o corpo como o lugar da
experiência viva da memória ancestral e dos saberes que essa memória tece e integra. Se
insere na perspectiva epistêmica proposta pela decolonialidade do saber e do ser que têm
inspirado novas e outras formas de produzir e exercitar conhecimentos e práticas.
Abstract
Descrição
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Integração Contemporânea da América Latina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Integração Latino-Americana.
Palavras-chave
Ancestralidade. Corpo. Saberes. Afrologia. Oralidade