Corpo-Espetáculo: O audiovisual como ferramenta de expansão corporal das potências gênerodissidentes
Resumo
O corpo como um espetáculo? A potência narrativa de Jorge Lafond, na forma engessada da
televisão e o realismo amador da websérie Leona Assassina Vingativa, no ciberespaço,
trouxeram formas de desapropriação audiovisual que interconectam a linguagem corporal
gênerodissidente com os meios tecnológicos de comunicação, resultando em formas de
significação que fogem dos preceitos da normatividade. Na era da cibercultura, a noção de
espetacularização do eu encontra na virtualidade uma forma política de visibilidade que
exprime conhecimentos que atravessam, a todo instante, a produção de saber coletiva em
diálogo com as subjetividades não-normativas, definindo formas mais autônomas de
representatividade das corporalidades e identidades gênerodissidentes. Apresentando essa
outra amplitude videográfica, que provoca o olhar crítico do espectador, inscrevemo-nos na
História Audiovisual como forma de desterritorialização do próprio corpo, participando
ativamente das produções e não assumindo-nos como meras espectadoras passivas. Portanto,
as corporalidades que se fazem presentes nessa monografia expandem as noções de
entendimento do corpo, quando se acoplam às tecnologias audiovisuais, promovendo as
abordagens sobre representatividade a partir de suas próprias identidades, remixando as
características discursivas que operam em conjunto com a sociedade do espetáculo e
contribuindo, através de perspectivas outras, com a reconstrução do imaginário coletivo
sociocultural, ao proporem dinâmicas multimidiáticas nas quais o corpo está sempre em
evidência. The body as a spectacle? The powerful narrative of Jorge Lafond in the cast form of
television and the amateur realism of Leona Assassina Vingativa webserie have brought
forms of audiovisual expropriation connecting dissident gender body language with the
technological means of communication, resulting in other forms of meaning. In cyberculture
age, the notion of spectacularization of the self finds in virtuality a policy of visibility that
expresses a knowledge that crosses, at any moment, the production of collective knowledge
and subjectivities. The gender diversity, through the amplitude it reaches, is inscribed in
Audiovisual History as a form of deterritorialization of the body itself in a participatory way
and not as a passive spectator. Therefore, the corporalities that are present in this monograph
expand the notions of understanding about the body coupled to audiovisual technologies, in a
way of confirming their identities, remixing the discursive characteristics operating among
with the society of spectacle and conform the sociocultural collective imaginary, by an optics
that extrapolates the binarism and contributes with a perspective breaking with the social
constructions of the body, through a multimedia way