A literatura e a falta: o caso de Emma Bovary
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Data
2017-10
Autores
Gastaldin, Carla da Conceição Mores
Dittrich, Ivo José
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Resumo
Este artigo pretende abordar a literatura como um meio para falar da falta
– no sentido psicanalítico do termo, através do reencontro inventivo que o texto
literário possibilita para com o Real. O reencontro acontece com situações que não
são necessariamente novas, mas que pedem uma nova significação, provocada
pelo olhar do escritor. Tanto através das obras de arte quanto da literatura, o autor
se reencontra com a sua própria falta, e assim, permite ao público também fazê-lo.
O texto literário é sempre um convite ao imaginário de cada um, despertado pelo
conteúdo e forma utilizados pelo autor em sua escrita. No romance ―Madame
Bovary‖, Gustave Flaubert reproduz fatos e costumes próprios a sua época e ao seu
modo de vida; e sem saber, faz uma bela descrição do quadro clínico que
representa a histeria, através da personagem Emma. A obra foi publicada no mesmo
ano de nascimento de Freud, o pai da Psicanálise, a qual foi criada a partir da
escuta clínica das histéricas. A Psicanálise aponta a insatisfação e a queixa como
condições estruturais dos seres humanos, o que bem está representado na figura
de Madame Bovary. O romance de Flaubert trata da relação da mulher com o
próprio desejo e com o amor, bem como do lugar conferido ao homem na fantasia
histérica. A história narra o enlace trágico entre a personagem Emma e sua angústia
frente a própria falta, conflito para o qual encontra a resposta na morte. A obra de
Flaubert aborda a questão do desejo feminino e do adoecimento histérico, o qual é
analisado aqui através da personagem desse grande clássico da literatura
Abstract
Descrição
Palavras-chave
Literatura, Psicanálise, Histeria