Casa branca, terra roxa: modernidade, espaço rural, arquitetura e suas relações de gênero
Resumo
Este trabalho tem por objetivo uma análise crítica da arquitetura no espaço rural, abordando o debate de gênero no espaço doméstico e as relações de poder presentes nele. Para este fim analisaremos o processo de mudança na casa rural no oeste do Paraná nas últimas décadas e a relação entre espaço e gênero a partir do estudo de caso da casa da Dona Maria em Serranópolis do Iguaçu. O patriarcado tem mantido há séculos a mulher no espaço doméstico, destinando os espaços públicos aos homens. Nessa distinção de gênero está presente a subalternização da mulher nos processos decisórios e a sua participação da vida pública, ficando esta confinada ao espaço doméstico-privado. Por sua vez, o modelo civilizatório da modernidade ocidental também subalternizou o espaço rural frente ao espaço urbano. E uma terceira camada de análise se faz necessária: de classe. Afinal, o espaço rural em questão é aquele das/os trabalhadoras/es rurais. Imposta sob essa ótica, a arquitetura no espaço rural da região oeste do Paraná, foi se transformando sobretudo por processos econômicos que foram apagando a identidade cultural e criativa das/os moradoras/es para dar lugar a casas padronizadas, sob os paradigmas de desenvolvimento pautados por espacialidades, técnicas construtivas e materiais urbanos. Outra relação que ocorre no espaço doméstico dessas casas, é a reprodução da opressão das mulheres, por causa das estruturas de dominação masculina que dividem desigualmente os papéis sociais - e espaços - entre homens e mulheres. Enquanto no espaço interior doméstico o trabalho é cansativo e invisibilizado, em contrapartida, no espaço exterior doméstico, os espaços de cultivo, como os jardins, hortas e as roças, produzem afetos, sentidos simbólicos, identitários e de autoestima, e conformando assim, um paisagismo subjetivo ou dos afetos. A arquitetura e as/os arquitetas/os estão transpassadas/os por relações de gênero que oprimem suas/eus usuárias/os e não colaboram para a sua emancipação. Por fim, a apresentação deste trabalho será uma experimentação visual com suporte da narrativa textual. Este trabajo tiene por objetivo un análisis crítico de la arquitectura en el espacio
rural, abordando el debate de género en el espacio doméstico y las relaciones
de poder presentes en él. Para este fin analizaremos el proceso de mudanza
en la casa rural en el oeste de Paraná en las últimas décadas y la relación entre
espacio y género a partir del estudio de caso de la casa de la Doña Maria en
Serranopolis de Iguaçu. El patriarcado mantiene desde a siglos a la mujer
en el espacio doméstico, destinando los espacios públicos a los hombres.
En esa distinción de género está presente la subalternización de la mujer en
los procesos decisorios y su participación de la vida pública, quedando esta
confinada a el espacio doméstico-privado. Por su vez, el modelo civilizatorio
de la modernidad occidental también subalternizó el espacio rural frente al
espacio urbano. Y una tercera camada de análisis se hace necesaria: de clase.
Al final, el espacio rural en cuestión es aquello de las/os trabajadoras/es rurales.
Impuesta bajo a esa óptica, la arquitectura en el espacio rural de la región
oeste de Paraná, se fue transformando sobretodo por proceso económicos
que fueron borrando la identidad cultural y creativa de las/os habitantes para
dar lugar a casas estandarizadas, bajo paradigmas de desarrollo pautados por
espacialidades, técnicas constructivas y opresión de las mujeres, por causa
de las estructuras de dominación masculina que dividen desigualmente los
papeles sociales - y espacios - entre hombres y mujeres. Mientras en el espacio
interior doméstico el trabajo es arduo e invisibilizado, en contrapartida, en el
espacio exterior doméstico, los espacios de cultivo, como los jardines, huertas
y plantios, producen afectos, valores simbólicos, identitários y de autoestima,
conformando así, un paisajismo subjetivo. La arquitectura y las/os arquitectas/
os están traspasadas/os por relaciones de género que oprimen sus usuarias/
os y no colaboran para su emancipación. Finalmente, la representación de este
trabajo será una experimentación visual como soporte de la narrativa textual