Narrativas de autonomização, pertencimento e consagração: funk proibido, narcocorrido, narcotráfico e instâncias de mediação ao campo cultural latinoamericano
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Data
2016-08
Autores
Carvalhal, Thiago José Moraes
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Editor
UNILA
Resumo
Tanto a trajetória da protagonista da narconovela Trabajos del reino (2004), do autor mexicano Yuri
Herrera, quanto o texto da canção “Não tem civil, não tem P.M.”, do cantor de funk carioca MC RD
155, oportunizamse enquanto objetos para a investigação, desde uma análise literária amparada nos
Estudos da Subalternidade, a qual, neste trabalho, visa colocar em questão aspectos da negociação
do marginal junto ao hegemônico pela autonomia de seu fazer artístico frente à relação entre arte e
poder. Nesse âmbito, evidenciase a circularidade entre estes, uma vez que se o poder requisita a arte
como forma de legitimação, a arte pleiteia junto ao poder acesso a um status avalizado, autônomo
frente a outras manifestações com as quais disputa acesso ao campo cultural. Assim, analisar as
práticas agenciadas pelo marginal para a sua consagração (um “fazer com” nos moldes da proposta
de Michel de Certeau) é vislumbrar a atuação através da qual lança mão de poderes oblíquos, como
o poder de mediação do narco junto ao campo artístico, e as estratégias do “fraco” (por meio das
“tretas del débil”, delineadas por Josefina Ludmer) em meio às disputas pelo (re)ordenamento do
polissistema cultural. Deste modo, seja na narrativa literária de um cantante de narcocorridos que
louva o narco, passando a ter suas canções disseminadas nos meios massivos e acesso à vida
palaciana do cartel, ou na narrativa de um MC de funk proibido de contexto – subgênero ao
narcotráfico de varejo, também “funk de facção”–, a discussão aqui proposta possibilita
problematizar a disputa do subalterno pelo pertencimento ao campo cultural, agora na presença do
papel ostensivo do narcotráfico no contemporâneo e dos processos de territorialização este faz
vigorar
Abstract
Descrição
IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016
Palavras-chave
Narrativas de autonomização, Funk proibido