Quando o subalterno faz poesia a partir da experiência periférica e carcerária: ressignificação do arquivo na obra de Camilo Blajaquis
Carregando...
Data
2016-08
Autores
Souza, Fabiana Oliveira de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Ao definir o que é literatura, Sartre dizia que um dos principais motivos da criação artística é a
necessidade de nos sentirmos essenciais em relação ao mundo. À luz deste raciocínio, buscase aqui
uma aproximação à escrita de Camilo Blajaquis e procedese à análise do processo de
autorrepresentação de sujeitos marginais e de construção de uma identidade coletiva em seus
poemas. De um lugar invisibilizado, emerge uma dicção que nasce da experiência do subalterno, o
que nos remete às estratégias do testemunho como forma de colocar em xeque os discursos do
arquivo da lei e da imprensa. O estudo se concentra na análise de textos nos quais se observa um
intento de subverter a ordem simbólica, atuando como uma espécie de contradiscurso em relação às
representações mais convencionais relacionadas à afirmação de algumas facetas estigmatizadoras
do imaginário urbano. Os discursos da imprensa e das instituições judiciais e carcerárias, que
constituem o arquivo do crime, colocam em circulação uma imagem hegemônica do sujeito
marginal e dos espaços periféricos. A partir de um entrelugar que conjuga a experiência carcerária e
o acesso à leitura e à escola, o jovem escritor (que entrou na prisão como pibe chorro e saiu como
poeta) constrói uma imagem complexa das figuras do pibe chorro e do habitante das villas miseria
de Buenos Aires. Para pensar esse problema, recorreremos à obra de Foucault, Bourdieu, Bhabha,
Spivak e Pratt.
Abstract
Descrição
IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016
Palavras-chave
Camilo Blajaquis - escritor argentino