A indisciplina do verso: voz e escuta em Néstor Perlongher
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Data
2016-08
Autores
Santos, Debora Duarte dos
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Resumo
Em “Locas, milicos y fuziles” (2011), Cecilia Palmeiro expõe que Néstor Perlongher convoca os
processos dissidentes e antiautoritários nos quais suspende a hierarquia dos gêneros canônicos, a
escrita normalizadora, a subjetividade homogênea, localizando no centro da discussão o corpo como
espaço de revolução e resistência. Uma década antes, Cangi (2000) já tinha chamado a atenção para
as operações de insubmissão que jazem na poética e na ensaística perlongherianas, colocandonos
diante de uma questão crucial: a do olhar convencional em crise. Gasparini (2010) também tratou
dos processos de insubordinação, sinalizando que o fenômeno sucede no espaço linguístico como
uma espécie de deslocamento ou imigração realizados desde o portunhol. A partir desses autores,
vemos que o argentino Néstor Perlongher foi um pensador callejero que buscou subtrair as coisas de
sua comodidade habitual, promovendo uma poética cujas diligências e dicções ganharam contornos
particulares. No poeta, palavra e corpo possuem espessuras contiguas, que desmantelam todo e
qualquer tipo de enquadramento fixo. Consoante, é de nosso interesse discutir como tais questões
são trabalhadas a partir dos elementos “voz” e “escuta”, consideradas suas dimensões reais e
imaginárias. A análise terá como ponto de partida o poema “Cadáveres”, um dos mais emblemáticos
de sua produção; a leitura que o próprio poeta fez do poema em questão ambos lidos a partir do
conceito de escucha imaginaria desenvolvido por Ana Porrúa em sua obra Caligrafía tonal: ensayos
sobre poesía (2011)
Abstract
Descrição
IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016
Palavras-chave
Néstor Perlongher (1949-1992) - antropólogo argentino