A língua da memória: o esquecimento necessário

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Data

2016-08

Autores

Cunha, Dayane Campos da

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Resumo

Laura Alcoba é uma escritora argentina que vive na França desde 1979, quando, aos dez anos partiu para se encontrar com a mãe, refugiada política do período da Ditadura Militar no país. Em seu primeiro livro, La casa de los conejos (2008), como todos os demais escrito originalmente em francês, testemunhamos por meio de uma narrativa autorreferencial, os momentos de tensão que antecedem o Golpe Militar de 1976. Nele, a adulta tenta, pela voz da narradora de apenas sete anos, compreender a violência silenciada e silenciosa, o medo e todo um sistema de comunicação compartilhado entre os pais e seus companheiros. Já em El azul de las abejas (2014) também autorreferencial e de certo modo uma continuação do primeiro, somos conduzidos a uma viagem que vai da Argentina à França, mas, sobretudo, da língua espanhola ao francês. Nesse livro, Alcoba traz à tona sua relação com as línguas materna e a de acolhida, que acabou se transformando em língua literária. Tencionamos, pois, refletir a partir desta última obra, sobre como o francês se converte em possibilidade de volta – língua da memória – a um passado que se desejou esquecer – o espanhol se apresenta como portador desse passado. Para tanto, propomos uma leitura que problematize as relações entre língua, memória e deslocamento tendo como aporte teórico, dentre outros, A Babel do inconsciente: língua materna e línguas estrangeiras (2005), cujos autores refletem a respeito de questões ligadas ao uso, apropriação e “abandono” de línguas na conformação da subjetividade e da memória

Descrição

IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016

Palavras-chave

Língua da memória, Golpe Militar de 1976 - Argentina, Laura Alcoba (1968-) - escritora argentina

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