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Navegando Pré-Evento Interseccionalidade e Fronteiras por Assunto "Feminicídio"
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Item A cor, o gênero e a classe da violência: o feminicídio da mulher negre, realidade com raízes históricas(2018-07) Fernandes, Thais Mechler; Programa de Pós- Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (PPGIELA)Ao passo que, no Brasil, o feminicídio das mulheres não negras diminuiu 7,4% entre 2005 e 2015, o feminicídio das mulheres negras aumentou 22% no mesmo período de tempo. Essa discrepância apontada pelo Atlas da Violência de 2017 possui raízes históricas. Não se tem o número exato de pessoas escravizadas vindas da África chegaram ao Brasil durante o período Colonial. Sabe-se que entre homens, mulheres e crianças todos viviam em condições subumanas de moradia, alimentação e trabalho. Durante este período as mulheres eram obrigadas a produzir tanto quanto os homens, porém a elas eram destinados castigos que só às mulheres cabiam, além de inúmeras vezes serem exploradas sexualmente. Logo percebe-se que a mulher negra sempre sofreu por sua condição de gênero e raça, uma dupla opressão. Com a abolição da escravatura sem nenhuma política de inserção social para os libertos, estas pessoas foram lançadas à sociedade e passaram a ocupar os locais menos prestigiados e mais marginalizados, formando assim a classe socioeconômica mais baixa. Essa situação perpetuou e fortaleceu o racismo que havia legitimado o período escravocrata. Fazendo parte do corpo de pessoas mais pobres, marginalizadas por serem negras e sendo oprimidas por seu gênero, as mulheres negras foram e são historicamente negligenciadas. Apagadas como agentes históricas (salvo por sua condição de escravizadas) e invisibilizadas, a sociedade menospreza o massacre diário de mulheres negras. À insistente não há proteção