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Navegando IC - Artigos científicos por Assunto "Alto Rio Paraná"
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Item Relações entre Humanos e Macacos-prego (Sapajus sp.) em um Fragmento Urbano em Foz do Iguaçu, Sul do Brasil: Uma Abordagem Interdisciplinar(2013-07-03) Suzin, Adriane; Aguiar, Lucas de Moraes; Ciacchi, AndreaA transforma ̧c ̃ao da paisagem natural pelos humanos pode acentuar suas intera ̧c ̃ oes com a biodiversidade e gerar conflitos entre as partes. Estudar a rela ̧c ̃ao entre humanos e primatas n ̃ao-humanos atrav ́es de abordagens interdisciplinares torna-se essencial para pr ́aticas conserva- cionistas mais ajustadas `a realidade. O objetivo foi estudar sob duas abordagens (entrevistas e acompanhamento de macacos-prego, Sapajus sp.) a percep ̧c ̃ ao de moradores do entorno de um o o oes com os maca- bosque urbano (25 28’56.1”S; 54 33’55.9”O) em Foz do Igua ̧cu e suas intera ̧c ̃ cos. Atrav ́es de amostragem por conglomerados, aplicou-se um formul ́ario estruturado com 89 perguntas abertas e fechadas a 61 pessoas (74% mulheres e 26% homens) entre agosto/2012 e mar ̧co/2013. Para o estudo das intera ̧c ̃oes e da dieta dos macacos utilizou-se o m ́etodo de todas as ocorrˆencias e o de varreduras instantˆaneas com 3min de amostragem e 10min de intervalo, respectivamente. Os animais foram acompanhados durante trˆes dias mensais, das 07:00h a ` s 17:00h, entre julho/2012 e mar ̧co/2013. Para a maioria dos entrevistados a tranquilidade ́e a caracter ́ ıstica mais interessante do bairro (48,8%). Grande parte conhece o bosque (88,5%) e o consideram importante (84%), sobretudo pelos servi ̧cos naturais prestados (50,9%), pelo lazer (25,5%) e pela presen ̧ca dos macacos (21,8%). A maioria utiliza o bosque (62,3%), principal- mente para o lazer (48,9%) e para alimentar esses animais (28,9%). Grande parte gosta dos macacos (83,7%) por serem belos (20,8%), legais (13,2%), da natureza (13,2%) e inofensivos (11,3%). A maioria sabe o que eles comem (97,9%) e citam as frutas e os cultivos dom ́esticos (72,5%). Todavia, apontam a insuficiˆencia de recursos na mata (85,4%) e relatam a ida dos animais ` as casas (71,4%) para buscarem alimentos (86,5%). Grande parte deseja a permanˆencia dos macacos no local (72,5%) e sugere que a prefeitura cuide deles (26,1%) e revitalize o bosque (21,7%). A maioria afirma que pessoas de outros locais vˆem visitar os animais (43,1%) e tem percep ̧c ̃ oes positivas quanto `a isso (95,5%). Em rela ̧c ̃ao ` as intera ̧c ̃oes (n=78; 0,29 intera ̧c ̃ oes/h), observou-se uma m ́edia de 3,1±2,7 pessoas/evento e de 3±1,8 macacos/evento, com dura ̧c ̃ao m ́edia de 11,3±17,7min. Grande parte foi iniciada pelas pessoas (97,4%) e ocorreram no in- terior do bosque (71,2%), sobretudo pela manh ̃a (62,8%). Na maioria das intera ̧c ̃oes ocorreu contato direto (42,9%) e a m ́edia das distˆancias min ́ ımas entre as esp ́ecies foi de 1,5±1,7m. Os comportamentos dos humanos e dos macacos foram principalmente afiliativos (98,7% e 94,9%, respectivamente). Quanto `a dieta (n=756, 1620 varreduras), os animais consumiram principal- mente alimentos antr ́opicos (66,7%), majoritariamente os fornecidos pelos visitantes (48%) e pela prefeitura (35,3%). Alimentos do bosque foram consumidos em menor quantidade (32,5%), destacando-se os frutos (61,4%) e invertebrados (20,3%). Os macacos tiveram nos humanos a base da dieta e parecem contribuir com enriquecimento do local e com o bem estar humano, sugerindo uma rela ̧c ̃ao de protocoopera ̧c ̃ ao.