PPGPPD - Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento
URI Permanente desta comunidade
Navegar
Navegando PPGPPD - Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento por Assunto "análise espaço-temporal"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Análise espaço-temporal dos efeitos da reabertura de fronteiras terrestres sobre os casos por Covid-19 em Foz do Iguaçu-PR: estudo ecológico.(2024) Suprinyak, Fabiana HermesA pandemia da Covid-19 impactou sistemas globais e locais de saúde, culturais, financeiros e governamentais, com respostas regionais variáveis. Em Foz do Iguaçu (PR), o fechamento das fronteiras com Argentina e Paraguai afetou a economia local dependente do comércio e do turismo. A reabertura exige avaliação cuidadosa devido às implicações socioeconômicas e de saúde pública. Este estudo ecológico descritivo teve como objetivo investigar a evolução espacial e temporal dos casos da Covid-19 em Foz do Iguaçu, antes e depois da reabertura das fronteiras terrestres com Paraguai e Argentina em 2020 e 2021, respectivamente. Os anos foram divididos em P1 (2020) e P2 (2021) e em subperíodos: P1a, 45 dias anteriores à reabertura da fronteira paraguaia; P1b, 45 dias posteriores à reabertura; e em P2a e P2b, divididos similarmente com relação à fronteira Argentina. A análise descritiva e a significância das variáveis demográficas foram realizadas pelos softwares Excel, PowerBI e Jamovi, que também executou o teste Qui-quadrado de Pearson. Na análise espacial, os endereços foram georreferenciados pelo software R ou Google Maps. Foram aplicadas análises globais de Moran univariada (I) e de Indicadores Locais de Associação Espacial (LISA), executados pelo programa Geoda. Mapas de taxas de incidência e de agrupamentos foram construídos no QGIS. Para a análise temporal, foi utilizado o programa Joinpoint Regression. Para a análise inferencial entre as taxas de incidência da Covid-19 e as variáveis 'densidade populacional' e 'média de moradores em domicílios particulares ocupados (MMDPO)', utilizou-se a regressão linear pelo método de Mínimos Quadrados Ordinários (OLS). As mulheres apresentaram incidência de Covid-19 ligeiramente maior que os homens. Houve associação estatística entre o número de casos com 'faixa etária' e 'raça/cor' em ambos os períodos, e entre 'sexo' no P2b. A autocorrelação espacial não foi significativa, sendo negativa no P1 e positiva no P2, indicando uma distribuição aleatória dos casos. No entanto, na análise LISA, foram observados agrupamentos alto-alto e baixo-baixo em ambos os períodos. Após a reabertura da fronteira Brasil-Paraguai, houve um aumento de 49,22% na incidência da Covid-19 no P1b, com tendência de aumento de 11,79% (IC 6,65-31,08). A reabertura da fronteira Brasil-Argentina coincidiu com uma redução na incidência (4,76%) e tendência de aumento semanal de casos de 2,07% (IC 1,01-8,48). A variável 'densidade populacional' apresentou associação negativa com incidência da Covid-19, enquanto a 'MMDPO' não demonstrou associação. Assim, conclui-se que a reabertura das fronteiras terrestres Brasil-Paraguai e Brasil-Argentina teve influência na incidência da Covid-19 e na tendência de aumento de casos de Covid-19 em Foz do Iguaçu, por possibilitar maior mobilidade populacional. Tal impacto foi atenuado, durante o período P2, devido às medidas de controle sanitárias mais rigorosas na fronteira argentina e à imunidade parcial da população como consequência da vacinação. Os resultados ressaltam a importância de embasar políticas governamentais em dados científicos confiáveis e manter vigilância constante sobre a saúde durante crises como a pandemia. As descobertas podem orientar ações futuras contra epidemias e crises de saúde pública.