TCC - Ciências Biológicas - Ecologia e Biodiversidade
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ILACVN - Centro Interdisciplinar de Ciências da Vida - Bacharelado em Ciências Biológicas
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Navegando TCC - Ciências Biológicas - Ecologia e Biodiversidade por Autor "Aguiar, Lucas de Moraes"
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Item Padrão de Atividades e Comportamento Social de Macacos-prego Urbanos (Sapajus sp.)(2016-02) Back, Janaína Paula; Aguiar, Lucas de MoraesA rápida transformação do ambiente natural em áreas urbanas tem gerado desafios para as populações selvagens, principalmente para as dependentes da vivência social. Alguns primatas utilizam-se da flexibilidade comportamental como um mecanismo imediato para sobreviver em habitats inseridos em matrizes urbanas. Diante disso, este trabalho objetivou estudar o padrão de atividades diária e os comportamentos sociais de um grupo de macacos-prego (Sapajus sp.) confinados em um pequeno fragmento florestal urbano, livre de predadores e sujeitos ao constante contato e aprovisionamento de humanos. Os macacos foram acompanhados durante 18 meses e os dados do padrão de atividades e dos comportamentos sociais foram coletados através do método de “varreduras instantâneas” e de “todas as ocorrências”, respectivamente. Os animais apresentaram taxas de interações sociais compatíveis com outras populações do gênero, sendo que os juvenis foram os indivíduos mais envolvidos. O elevado tempo devotado no deslocamento, concomitante ao baixo tempo dedicado em alimentação, foi atribuído à distribuição dispersa e irregular, e ao alto retorno energético dos alimentos fornecidos pelas pessoas. Houve um pico de deslocamento nas horas mais frescas do dia, e de interações ao meio-dia, mas uma ausência de variação na frequência de descanso que foi atribuída à frequente interação com os humanos. Os juvenis foram os que mais investiram no forrageamento, o que pode estar relacionado à menor eficiência na obtenção e no acesso dos recursos. Apesar do contexto, houve proporcionalmente pouco agonismo entre os indivíduos, que envolveu principalmente os juvenis e as fêmeas, e que pode estar relacionado aos altos requerimentos energéticos das duas categorias e à baixa hierarquia dos primeiros. O macho adulto apresentou um padrão condizente com a posição de dominante, sendo o mais frequente agressor e o infrequente receptor de agonismos. A maioria das interações foram afiliativas e cooperativas, indicando ser uma característica conservativa dos primatas. Constatou-se um padrão invertido de catações entre os adultos, onde foram infrequentes das fêmeas para o macho, mas frequentes do macho para as fêmeas, provavelmente devido à certa independência das fêmeas em relação ao papel de defesa do macho. A filopatria entre as fêmeas não refletiu frequentes catações entre elas, e parece ser efeito do distanciamento das mesmas devido ao regime alimentar. A restrição de dispersão pode ter produzido um alto grau de parentesco entre os indivíduos, o que favoreceu a cooperação entre jovens e adultos. Os juvenis cooperaram no carregamento de seus irmãos infantes, ao passo que, se beneficiaram na partilha de alimentos feita pelos adultos - uma relação de reciprocidade indireta. Os comportamentos sexuais foram em baixa frequência, principalmente a proceptividade das fêmeas, que pode refletir o alto parentesco no grupo. Também houve um alto envolvimento dos juvenis nos comportamentos sexuais, que pode representar um oportunismo perante as restrições de dispersão e da baixa proporção de machos adultos no grupo. As alterações observadas, aliadas à alta taxa de nascimentos e a alta densidade de primatas também identificada para o grupo, indicam a flexibilidade comportamental atuando para a sobrevivência dos macacos-prego frente aos novos desafios do ambiente urbano.Item ¿Por qué los monos caí urbanos se lavan con orina?(UNILA, 2017-08-20) Reyes, Patricio David; Aguiar, Lucas de Moraes; Celia Baldovino, MaríaEl Urine washing (UW) es un comportamiento observado en los primates no humanos donde los individuos depositan orina en sus manos y se la pasan por distintas partes del cuerpo o en el sustrato. Este comportamiento parece ser multifuncional, variando de acuerdo con la especie y la población, y existen diferentes hipótesis que explican su función. En ambientes urbanos algunas especies de monos parecen adaptarse a las características de ese medio, pero con cambios importantes en sus comportamientos. El objetivo de este trabajo fue estudiar el comportamiento de UW en los monos caí (Sapajus sp.) que viven aislados en un pequeño fragmento urbano con intenso contacto con humanos en Foz do Iguaçu, al sur de Brasil. Este grupo de monos posee 17 individuos. Los datos fueron tomados siguiendo el grupo desde abril de 2016 a enero de 2017, tres días por cada mes, desde las 7hs hasta las 17hs cada día. Estos datos fueron registrados ad libitum. También se midieron una serie de variables independientes para cada evento. Testeamos diferentes hipótesis para ver cuál es la que mejor explica este comportamiento. Las hipótesis no sociales que pueden explicar este comportamiento son las de termorregulación, la de mejorar la adherencia al sustrato, y la hipótesis de automedicación. Las hipótesis sobre comunicaciones sociales que se han propuesto son la de alivio de estrés o el apaciguamiento de peleas intragrupales, y la hipótesis de comunicación sexual. Fue registrada una alta frecuencia de UW (n= 75; 0,25 registros/hora) comparado a otras poblaciones de Sapajus y especies de primates. En el 95% de los eventos la orina fue depositada en la mano y pasada por el pie. El comportamiento fue más frecuente en los juveniles (66%) que en otras clases sexo-etarias. Fue mayor la frecuencia entre las 10:01 y las 12:01 am. La relación entre temperatura y frecuencia del registro, y humedad y frecuencia de registros no fueron estadísticamente significativas. Los comportamientos realizados antes y después de los eventos de UW fueron mayormente desplazamiento (Anteriores: 51%; Posteriores: 68%) y forrajeo (Anteriores: 17%; Posteriores: 13%). Se encontró una relación estadísticamente significativa entre la unción con artrópodos y el comportamiento de UW. Por otro lado, no se encontró una relación positiva entre las peleas intragrupales y la frecuencia de UW; y solo fue observado un comportamiento sexual, imposibilitando un análisis estadístico. Hubo una correlación positiva entre el número de personas observadas diariamente en el fragmento y el número de registros de UW, así como también entre el número de interacciones diarias de personas con los monos y el número de registros de UW. Nuestros resultados sugieren al UW como un comportamiento multifuncional, principalmente con función individual y no social. Aunque la hipótesis de mejoramiento de adherencia y la de automedicación ayuden a explicar el comportamiento, la hipótesis de alivio de estrés por la presencia e interacciones con los humanos ilustra el efecto de la influencia antrópica en la flexibilidad comportamental, indicando la necesidad de protocolos para aliviar las tensiones provocadas por los humanos en el bienestar animal.Item Relações entre Humanos e Macacos-prego em um Contexto Urbano no Sul do Brasil.(2015) Suzin, Adriane; Aguiar, Lucas de MoraesAs relações entre primatas humanos e não-humanos têm causas e consequências que podem ser abordadas pela Etnoprimatologia, com resultados importantes para a conservação. Nós estudamos as relações entre um grupo de macacos-prego (Sapajus sp.) e humanos moradores do entorno de um pequeno bosque urbano em Foz do Iguaçu, no Sul do Brasil. Comparamos os resultados aqui obtidos sobre as percepções dos moradores com as percepções de visitantes que foram publicadas anteriormente. Os dados incluem a percepção humana, coletada por meio de formulários semiestruturados, as características das interações que foram obtidas pelo método de todas as ocorrências, e a dieta dos macacos que foi estudada por meio de varreduras instantâneas durante 18 meses. A maioria dos moradores conhece, utiliza e considera o bosque importante, sabe da presença e gosta dos macacos, aponta a insuficiência de alimentos, e mais da metade afirmou já tê-los alimentado. Verificamos que jovens e idosos tendem a afirmar que já alimentaram e interagiram com os macacos, e os primeiros tendem a dizer que reconhecem os macacos individualmente, sabem de visitas de pessoas provenientes de outros lugares no bosque, e confirmam que os macacos vão até as residências vizinhas. Entretanto, independentemente da idade, as pessoas afirmam que o local está sujo e degradado. Ainda, os homens tendem a dizer que já alimentaram os macacos. As interações, iniciadas principalmente pelas pessoas, envolveram majoritariamente comportamentos afiliativos, baseados sobretudo no fornecimento de alimentos. As interações ocorreram principalmente no interior da mata, a curtas distâncias e, principalmente, entre os machos de ambas espécies. O número de interações não diferiu entre os períodos do dia e da semana, contudo, foi maior no outono do que no verão, provavelmente devido ao clima mais ameno. Quanto à dieta, os animais consumiram principalmente alimentos de origem antrópica, e em grande parte os fornecidos diretamente pelas pessoas. O consumo de itens antrópicos e da mata não variou ao longo das estações. Nossos resultados indicam que os moradores são menos sensíveis à área verde e aos animais do que visitantes, mas independentemente do público, há uma relação positiva entre as pessoas e os macacos, na qual os humanos têm a oportunidade de interagir com a vida selvagem em um contexto urbano e os macacos se beneficiam por obter os alimentos das pessoas. Esta relação favorece a sobrevivência dos macacos-prego neste bosque.