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Gestão das Demandas nas Unidades Básicas de Saúde: Estratégias que Qualificam o Acesso
(2025-11-08) MACHADO, ANA RITA
Este trabalho tem como objetivo analisar estratégias que qualificam o acesso nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a partir da gestão das demandas espontâneas, agendadas e programadas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, conduzida por meio de revisão integrativa da literatura e observação participante em UBS. Os resultados evidenciam que a sobreposição de demandas, a rigidez das agendas e a ausência de critérios claros de acolhimento comprometem o acesso efetivo ao cuidado. Por outro lado, estratégias como o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, organização flexível da agenda e fortalecimento do vínculo territorial mostraram-se efetivas na qualificação do acesso. Conclui-se que a gestão das demandas deve estar articulada ao planejamento participativo, à valorização da equipe de saúde e ao compromisso com os princípios do SUS. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Acesso aos Serviços de Saúde; Programação de Serviços de Saúde ; Estratégias de Saúde; Unidades Básicas de Saúde.
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Rastreabilidade de medicamentos no SUS: da análise comparativa de modelos a uma proposta híbrida e estratificada
(2025-11-18) Cerqueira, Rute Léia dos Santos; Cerqueira, Marcos Roberto Pereira
A rastreabilidade de medicamentos e insumos hospitalares representa um instrumento estratégico para a gestão eficiente de recursos na saúde pública, especialmente diante dos desafios de sustentabilidade financeira enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O presente estudo tem como objetivo analisar comparativamente os principais modelos tecnológicos de rastreabilidade aplicáveis à gestão hospitalar, identificando suas contribuições para a eficiência operacional, a segurança do paciente e a otimização de custos. Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, com abordagem qualitativa, baseada em publicações nacionais e internacionais entre 2015 e 2025. Os resultados apontam que tecnologias como Radio Frequency Identification (RFID), blockchain e códigos bidimensionais (Datamatrix e QR Code) têm potencial significativo para aprimorar a rastreabilidade, porém sua adoção plena no contexto público brasileiro ainda enfrenta barreiras estruturais, financeiras e regulatórias, incluindo conflitos com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Conclui-se que a implementação gradual de modelos híbridos e interoperáveis, alinhados à realidade do SUS, pode representar um caminho viável para fortalecer a governança, reduzir desperdícios e assegurar maior transparência na cadeia logística hospitalar, posicionando um modelo estratificado por risco como contribuição original para equidade e eficiência. Resumen La rastreabilidad de medicamentos e insumos hospitalarios representa un instrumento estratégico para la gestión eficiente de recursos en la salud pública, especialmente ante los desafíos de sostenibilidad financiera enfrentados por el Sistema Único de Salud (SUS). El presente estudio tiene como objetivo analizar los principales modelos tecnológicos de rastreabilidad aplicables a la gestión hospitalaria, identificando sus contribuciones para la eficiencia operacional, la seguridad del paciente y la optimización de costos. Se trata de una revisión bibliográfica integrativa, con enfoque cualitativo, basada en publicaciones nacionales e internacionales entre 2015 y 2025. Los resultados apuntan que tecnologías como RFID, blockchain y códigos bidimensionales (Datamatrix y QR Code) tienen potencial significativo para mejorar la rastreabilidad, sin embargo, su adopción plena en el contexto público brasileño aún enfrenta barreras estructurales, financieras y regulatorias, incluyendo conflictos con la Ley General de Protección de Datos (LGPD). Se concluye que la implementación gradual de modelos híbridos e interoperables, alineados a la realidad del SUS, puede representar un camino viable para fortalecer la gobernanza, reducir desperdicios y asegurar mayor transparencia en la cadena logística hospitalaria, posicionando un modelo estratificado por riesgo como contribución original para equidad y eficiencia.
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Estratégias de educação permanente na Odontologia: compreendendo suas potencialidades e desafios
(2025-11-17) Santos, Giselma Leite dos
O presente estudo tem como objetivo apresentar estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS) voltada aos profissionais de odontologia no Sistema Único de Saúde (SUS), destacando as potencialidades e desafios enfrentados na implementação dessas práticas. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com busca nas bases SCIELO, LILACS, PUBMED, no Portal Periódicos da CAPES e portais institucionais do Ministério da Saúde, utilizando as palavras-chave educação permanente, odontologia, saúde bucal e processo de trabalho em saúde, em setembro de 2025. Foram selecionados artigos publicados entre 2015 e 2025, em português, inglês e espanhol, que abordassem diretamente ou indiretamente a temática. Após a triagem e exclusão de duplicidades e artigos fora dos critérios, 20 estudos foram incluídos para análise. Os resultados evidenciam que, embora a EPS seja reconhecida como fundamental para a qualificação dos cirurgiões dentistas, persistem desafios como infraestrutura inadequada, alta rotatividade de profissionais e predominância de metodologias tradicionais de capacitação. Por outro lado, a EPS mostrou-se eficaz na promoção de práticas colaborativas, na integração entre equipes e na melhoria da qualidade do atendimento. Conclui-se que a EPS é um dispositivo essencial para transformar as práticas odontológicas no SUS, sendo necessário fortalecer políticas de gestão que priorizem a formação aliada as práticas do dia a dia, a integração entre os níveis de atenção e o uso ampliado de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação para garantir maior acesso e continuidade das ações educativas. Resumen El presente estudio tiene como objetivo presentar estrategias de Educación Permanente en Salud (EPS) dirigidas a los profesionales de odontología del Sistema Único de Salud (SUS), destacando las potencialidades y los retos que se enfrentan en la implementación de estas prácticas. Para ello, se realizó una revisión integradora de la literatura, con búsquedas en las bases SCIELO, LILACS, PUBMED, en el Portal Periódicos de CAPES y portales institucionales del Ministerio de Salud, utilizando las palabras clave educación permanente, odontología, salud bucodental y proceso de trabajo en salud, en septiembre de 2025. Se seleccionaron artículos publicados entre 2015 y 2025, en portugués, inglés y español, que abordaban directa o indirectamente el tema. Tras la selección y exclusión de duplicados y artículos que no cumplían los criterios, se incluyeron 20 estudios para su análisis. Los resultados evidencian que, aunque la EPS se reconoce como fundamental para la cualificación de los cirujanos dentistas, persisten retos como la infraestructura inadecuada, la alta rotación de profesionales y el predominio de metodologías tradicionales de formación. Por otro lado, la EPS se ha mostrado eficaz en la promoción de prácticas colaborativas, en la integración entre equipos y en la mejora de la calidad de la atención. Se concluye que la EPS es un dispositivo esencial para transformar las prácticas odontológicas en el SUS, siendo necesario fortalecer las políticas de gestión que prioricen la formación aliada a las prácticas cotidianas, la integración entre los niveles de atención y el uso ampliado de las Tecnologías Digitales de la Información y la Comunicación para garantizar un mayor acceso y continuidad de las acciones educativas.
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Representações da violência na literatura distópica contemporânea: uma análise dos romances Las Indignas (2023) e Cadáver Exquisito (2017) de Agustina Bazterrica
(2025-11-17) Oliveira, Angélica Meirelles
O capitalismo é o sistema econômico responsável pela perpetuação da cultura colonial, além de ser o causador da constante exploração do ser humano e dos recursos naturais, viola não só os direitos individuais dos menos privilegiados, mas também produz diversas formas de violências. No século XXI, destacam-se dentre as principais manifestações violentas, além de conflitos civis e guerras militares, a desigualdade social acentuada, que determina a radicalização da divisão de classes como um dos fatores determinantes para provocar atos violentos. A violência de gênero, por sua vez, apresenta altos, e por vezes crescentes, índices ao longo do tempo. O machismo é considerado um dos fatores determinantes na articulação entre práticas de violência simbólica, psicológica, sexual e violência física contra as mulheres. A violência se mostra também como tema recorrente em muitas expressões artísticas. Ao observar a recorrência da temática em diversos romances, esta pesquisa realiza uma análise comparada entre duas obras literárias, consideradas distópicas e contemporâneas, Cadáver Exquisito (2017) e Las Indignas (2023), ambas escritas pela autora argentina Agustina María Bazterrica. O objetivo principal deste estudo é observar as possíveis relações estabelecidas entre os romances ao explorar a representação da violência e apresentar semelhanças e diferenças entre os textos no que diz respeito à desumanização dos indivíduos e às relações sociais opressivas constituídas na representação das obras. Os objetivos específicos consistem em refletir sobre as questões que envolvem a objetificação do corpo feminino que, aparentemente, é explorado para fins reprodutivos em ambos os textos, além de demonstrar como os papéis representados pelas personagens femininas, nas duas obras literárias podem dialogar com a naturalização de obrigações sociais desempenhadas pelas mulheres em uma espécie de “contrato social ou permissão social” em relação a utilização do útero como ferramenta de controle e reprodução. Para isso optou-se por uma pesquisa bibliográfica que tem como principal base teórica as reflexões propostas por Candido (2012), Bourdieu (2012), Butler (2015), Chauí (2017), Davis (2015), Federici (2019), Saffioti (2015) Lerner (2019), Žižek (2014), dentre outros. Resumen El capitalismo es el sistema económico responsable de la perpetuación de la cultura colonial. Además de ser el causante de la constante explotación del ser humano y de los recursos naturales, viola no solo los derechos individuales de los menos privilegiados, sino que también produce diversas formas de violencias. En el siglo XXI, entre las principales manifestaciones violentas, además de los conflictos civiles y las guerras militares, se destaca la acentuada desigualdad social, que determina la radicalización de la división de clases como uno de los factores determinantes que provocan actos violentos. La violencia de género, a su vez, presenta índices elevados, y en ocasiones crecientes, a lo largo del tiempo. El machismo se considera uno de los factores determinantes en la articulación entre prácticas de violencia simbólica, psicológica, sexual y física contra las mujeres. La violencia también se manifiesta como un tema recurrente en muchas expresiones artísticas. Al observar la recurrencia de esta temática en diversas novelas, esta investigación propone realizar un análisis comparativo entre dos obras literarias distópicas contemporáneas: Cadáver exquisito (2017) y Las Indignas (2023), ambas escritas por la autora argentina Agustina María Bazterrica. El objetivo principal de este estudio es observar las posibles relaciones que se establecen entre las novelas al explorar la representación de la violencia y presentar semejanzas y diferencias entre los textos en cuanto a la deshumanización de los individuos y las relaciones sociales opresivas representadas en las obras. Los objetivos específicos consisten en reflexionar sobre las cuestiones que involucran la cosificación del cuerpo femenino, que aparentemente es explotado con fines reproductivos en ambos textos, además de demostrar cómo los roles representados por los personajes femeninos en las dos obras pueden dialogar con la naturalización de obligaciones sociales desempeñadas por las mujeres, en una especie de “contrato social” o “permiso social” respecto al uso del útero como herramienta de control y reproducción. Para ello, se optó por una investigación bibliográfica basada en las reflexiones teóricas propuestas por Candido (2012), Bourdieu (2012), Butler (2015), Chauí (2017), Davis (2015), Federici (2019), Saffioti (2015), Lerner (2019), Žižek (2014), entre otros.
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O “apartheid” à brasileira: diferenças de rendimentos no Brasil em meio à pandemia de COVID-19
(2025-11-14) Silva, Thales Ramos da
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a desigualdade de rendimentos no Brasil no ano de 2020, a partir de um enfoque racial. Sendo assim, utilizar-se-á o termo "apartheid" de forma metafórica para destacar a persistente segregação socioeconômica no país. Nesse sentido, as populações pretas e pardas continuam a enfrentar discriminação estrutural, o que resulta em rendimentos significativamente inferiores em comparação à população branca. Ademais, no Brasil, a população preta e parda sofreu desproporcionalmente com a perda de emprego e redução de renda, durante o período da Covid-19, considerando a ausência de políticas públicas eficazes capazes de atenuar os efeitos da crise sanitária para este grupo. Desta forma, esta pesquisa analisará as diferenças dos rendimentos e condições de vida entre as pessoas economicamente ativas, que se autodeclararam pretas, pardas e brancas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios COVID19 (PNAD COVID19 – IBGE), os dados serão analisados para identificar tendências e padrões que ilustram as diferenças nos impactos econômicos da pandemia entre os grupos raciais mencionados, de maio a novembro de 2020. Sendo assim, o foco será compreender como a pandemia afetou essas populações, com base na categorização por cor de pele e nos dados socioeconômicos fornecidos pela PNAD COVID 19. Nesse sentido a escolha de utilizar as categorias raciais separadamente, ou seja, pretos, pardos e brancos, na análise das diferenças de rendimentos e condições de vida em meio à pandemia de Covid-19, justificam-se por diversas razões. Primeiramente, agrupar pretos e pardos sob uma única categoria, como "negros", pode mascarar importantes nuances e variações dentro dessas populações e a categorização separada permite uma análise mais precisa das disparidades raciais, capturando as diferenças específicas que existem entre esses grupos e como cada um foi impactado pela crise sanitária. Além disso, essa abordagem evita a generalizações e promove uma compreensão mais detalhada das dinâmicas de discriminação e desigualdade. Por exemplo, as diferenças de renda entre pardos e podem pretos revelar padrões distintos de mobilidade social e acesso às oportunidades, que seriam perdidos se os grupos fossem analisados em conjunto. Portanto, ao analisar essas categorias separadamente contribui-se para um debate mais fundamentado sobre as políticas públicas necessárias para enfrentar as desigualdades raciais de forma eficaz. Desse modo, supõe-se que a pandemia revelou e amplificou as disparidades raciais, reforçando a necessidade de medidas específicas para combater a desigualdade racial no país. Resumen Esta investigación tiene como objetivo analizar la desigualdad de ingresos en Brasil en 2020 desde un enfoque racial, utilizando el término “apartheid” de manera metafórica para evidenciar la persistente segregación socioeconómica en el país. En este sentido, se observa que las poblaciones negras y pardas continúan enfrentando discriminación estructural, lo que se traduce en ingresos inferiores en comparación con la población blanca. Durante la pandemia de Covid-19, estos grupos fueron afectados de manera desproporcionada por la pérdida de empleo y la reducción de ingresos, en un contexto marcado por la ausencia de políticas públicas eficaces capaces de mitigar los efectos de la crisis sanitaria. Por lo tanto, este estudio analizará las diferencias de ingresos y condiciones de vida de las personas económicamente activas que se autodeclararon negras, pardas o blancas en la Encuesta Nacional por Muestra de Hogares Covid-19 (PNAD Covid-19 – IBGE), entre mayo y noviembre de 2020, con el propósito de comprender cómo la pandemia impactó a estos grupos a partir de la categorización por color de piel y de los datos socioeconómicos disponibles. La metodología adopta un enfoque cuantitativo basado en el uso de los microdatos de la PNAD Covid-19, aplicando estadísticas descriptivas y el índice de Theil, cuya descomposición permite distinguir entre las disparidades explicadas por las diferencias entre grupos raciales y aquellas observadas dentro de cada grupo. Asimismo, el análisis separado de negros, pardos y blancos evita generalizaciones y favorece una comprensión más detallada de las dinámicas de discriminación y desigualdad, ya que las diferencias de ingresos entre estos grupos pueden revelar patrones distintos de movilidad social y acceso a oportunidades, que quedarían ocultos si fueran analizados en conjunto. Así, la investigación parte de la hipótesis de que la pandemia no solo reveló, sino que también amplió las disparidades raciales, reforzando la necesidad de medidas específicas para combatir la desigualdad racial en el país y contribuyendo, por tanto, a fundamentar políticas públicas más eficaces en el contexto pospandemia.