Por um Olhar Decolonial à Saúde: o Modelo Biomédico enquanto Dispositivo Biopolítico da Colonialidade
Data
2023
Autores
Oliveira, Ana Augusta Penteado de
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Editor
Resumo
Esta monografia busca enunciar a intrínseca relação entre a colonialidade e a construção
do modelo biomédico enquanto hegemônico, o qual servindo de estrutura epistemológica
basilar da práxis em saúde, promove o epistemicídio dos saberes que não se adequam a
sua lógica cientificista. Através de uma abordagem qualitativa, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, de caráter exploratório, partindo, principalmente, do marco teórico decolonial
e de alguns conceitos do pensamento foucaultiano, para mostrar como se estruturou e se
estrutura essa relação. A partir das lentes dessas teorias, é possível enxergar que o
surgimento do modelo biomédico foi possibilitado pela entrada do poder disciplinar no
espaço do hospital, que sua hegemonia se fundamenta na superioridade do saber
científico em detrimento de outros sistemas de conhecimento, e que ele se desenvolveu a
partir daí, como um dos inúmeros dispositivos da colonialidade, e portanto é a episteme
que está institucionalizada, que exerce seu poder na perpetuação dos elementos que são
as estruturas estruturantes da colonialidade, como das dicotomias relacionais
superior/inferior, brancos/não brancos, homem/mulher, moderno/arcaico, etc, assim
realizando atualizações permanentes de refinamento desse dispositivo(modelo
biomédico) para manter determinadas vozes e corpos subalternizados e invisibilizados. A
modo de tornar tangível a indissociabilidade entre colonialidade e modelo biomédico, com
as lentes mencionadas foram analisados alguns trechos do Relatório Flexner, os quais
nos permitem compreendê-lo como um marco histórico e representativo da hegemonia
biomédica.
Abstract
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino Americano de Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Saúde Coletiva.
Palavras-chave
modelo biomédico; colonialidade; decolonialidade; epistemologia; saúde coletiva