Zé do Caixão: surrealismo e horror caipira
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Data
2017-10
Autores
Acom, Ana Carolina
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Resumo
Esta pesquisa apresentará como o personagem Zé do Caixão, criado por
José Mojica Marins, traduz um imaginário de medos e crenças tipicamente
nacionais. Figura típica do cinema brasileiro, ele criou um personagem aterrorizante:
a imagem agourenta do agente funerário, que traja-se todo em preto. Distante de
personagens do horror clássico, que pouco possuem referências com a cultura
latino-americana, Zé do Caixão parece vir diretamente do imaginário ―caipira‖ e
temente ao sobrenatural, sempre relacionado ao receio de cemitérios, datas ou
rituais religiosos. O estudo parte de conceitos vinculados à cultura e cotidiano,
presente em autores como Raymond Williams e Michel de Certeau, para pensarmos
de que forma o imaginário popular e a própria cultura são transpostos à tela. Com
isso, a leitura cinematográfica, perpassa pelo conceito de imagem-sonho citado por
Gilles Deleuze, e intrinsecamente ligado à matéria surrealista. Pensar o cinema de
horror através do surrealismo é trazer imagens perturbadoras, muitas vezes oníricas
de violência e fantasia. Nesse sentido, temos cenas na trilogia de Zé do Caixão
povoadas de alucinações, cores, sonhos e olhos, só comparadas à Buñuel,
Jodorowsky, Argento ou Lynch. No entanto, o personagem é um sádico e cético no
limiar entre a sóbria realidade e a perplexidade de um sobrenatural que se
concretiza em estados anômalos
Abstract
Descrição
Palavras-chave
José Mojica Marins (1936-) - cineasta brasileiro, Surrealismo